quarta-feira, 27 de maio de 2009

Thomas Bastos, Aldo Rebelo e Frei Betto defendem Dirceu

27 DE MAIO DE 2009


O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos depôs nesta quarta-feira (27) na Justiça Federal de São Paulo como testemunhas de defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado de comandar o suposto "Mensalão". Thomaz Bastos deixou a 2ª Vara Federal Criminal reafirmando: "Minha convicção é de que não existiu o 'Mensalão'". O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e o religioso dominicano Frei Betto também são testemunhas de defesa de Dirceu.


"Acho que a justiça vai ser feita”, afirmou Thomaz Bastos, depois de depor, evitando um prognóstico sobre o processo. Ao entrar ele dissera que só tinha dados "abonadores" sobre o ex-ministro da Casa Civil, assumindo o papel de uma "testemunha da imagem". "Ele (Dirceu) é um sujeito disciplinado e preparado. Nunca o vi trabalhar menos de 12 horas na Casa Civil", comentou.


O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Dirceu, disse por sua vez que a denúncia do mensalão é uma "peça de ficção" feita pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.


"A intensão da defesa é rebater ponto por ponto a denúncia. [...] Temos total tranquilidade porque é fundamental demonstrar na verdade. A denúncia nada mais é do que uma peça de ficção feita pelo procurador-geral da República", afirmou Oliveira Lima, que acompanha o depoimento das testemunhas de defesa de Dirceu na Justiça Federal de São Paulo.


O procurador-geral ofereceu a denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) em abril de 2006 contra 40 suspeitos de participarem de um suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada. Em agosto de 2007, os ministros do Supremo acataram a denúncia e transformou os suspeitos em réus.


O escândalo do "Mensalão", deflagrado em 2005 por denúncias do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ, também indiciado no processo), representou a principal crise política do governo Lula. Alimentado pelas denúncias de Jefferson e pelo tipo de cobertura da mídia, chegou a levar a oposição a cogitar um impeatchment do presidente. Foi o único momento desde a posse em 2003 em que as pesquisas apontaram um saldo negativo na popularidade do presidente.


A crise derrubou Dirceu da Casa Civil, em junho de 2005, e em dezembro levou à cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados, com os votos da oposição e de descontentes da base governista. Inelegível até 2015, Dirceu continua a proclamar sua inocência, é um ativo analista da política brasileira através do blog Zé Dirceu e mantém considerável influência sobre a tendência majoritária de seu partido, o PT.


Portal Vermelho, Da redação, com agências

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