quarta-feira, 10 de junho de 2009

Empréstimo ao FMI eleva confiança no Brasil, diz economista




0/06/2009


EMPRÉSTIMO DÁ MORAL AO PAÍS

A decisão anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de emprestar US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) eleva a confiança dos investidores no Brasil, avalia Otávio Vieira, diretor de Investimentos da Safdié Gestão de Patrimônio.

Ele acrescenta que seria 'temerário' usar esse dinheiro em obras dentro do país. Em um grupo de discussão que o UOL abriu sobre o assunto, vários internautas defendem que seria melhor se o montante fosse investido em projetos dentro do Brasil.

Segundo Vieira, a decisão do governo "é simplesmente uma mudança na alocação das reservas". Ao invés de comprar títulos do Tesouro dos Estados Unidos, por exemplo, o país vai destinar esses US$ 10 bilhões a um empréstimo ao FMI.

"É necessário que um país tenha um nível de reserva alto porque precisa pagar em moeda forte as suas obrigações", afirma Vieira. "Trabalhar com nível de reserva muito baixo leva a uma situação de stress para o país. (...) Usar esse dinheiro que está nas reservas em obras públicas ou em outras coisas de infra-estrutura seria temerário", opina.


Menos especulação


O empréstimo ao FMI, confirmado nesta quarta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem um "simbolismo muito forte" e, na prática, acaba sendo mais um fator que ajuda a reduzir a especulação contra papéis brasileiros no exterior, segundo Vieira.

"O Brasil sempre foi resgatado; agora vai se juntar aos outros patrocinadores do FMI, que são os países desenvolvidos. Isso leva ao mercado uma sensação de solvência muito grande."

A decisão do governo será mais um fator para ajudar a reduzir a especulação contra a moeda brasileira, de acordo com Vieira. Junto com a política de administração da dívida, de superávit primário e de acúmulo de reservas, o empréstimo ao FMI contribuirá para que o risco-país continue sua trajetória de queda.

O risco Brasil, que estava em cerca de 2.500 pontos em 2002, está hoje em torno de 300 e caminha para, futuramente, atingir o mesmo nível do Chile (cerca de 120 pontos), segundo Vieira.

Chora, demotucanos malditos, chora! Chupa que é de uva.

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