domingo, 7 de junho de 2009

São Paulo inaugura quatro primeiros bancos comunitários


Agência Brasil


São Paulo - Os primeiros quatro bancos comunitários de São Paulo serão inaugurados neste final de semana na cidade. No país, já existem 40 instituições desse tipo, concentradas principalmente na Região Nordeste.

Os quatro bancos comunitários – que serão instalados na periferia das zonas norte, sul, leste e oeste da cidade – seguem o modelo do banco comunitário Palmas, criado pela Associação de Moradores do Conjunto Palmeira, em Fortaleza, considerado o primeiro banco comunitário do país.

“O banco comunitário é de propriedade da comunidade, que também é gestora. Ele executa qualquer serviço que qualquer banco faz, como conta corrente, pagamento de água, luz. A tarefa do banco é levar à comunidade uma gama de serviços bancários, mas com uma perspectiva maior de estimular que as pessoas produzam e consumam no próprio local”, explica diretor do Instituto Palmas, Joaquim de Melo, que participa da implementação dos bancos em São Paulo.

Duas linhas de crédito são oferecidas pelos bancos comunitários: uma em reais e outra em moeda própria. De acordo com Melo, é essa moeda própria, específica da região de cada banco, que que faz com que a comunidade consuma em sua própria área, e gere riqueza. “Não existe bairro pobre, o que existe são bairros que perdem suas poupanças internas e empobrecem, porque tudo que compram vem de fora. Com moeda própria, as pessoas consomem no próprio local, e formam uma rede de produtores e consumidores”, explica.

A ideia de instalação dos bancos comunitários em São Paulo partiu de movimentos sociais que desenvolvem projetos de moradia na periferia de São Paulo, entre os quais o Movimento de Moradia Sem Terra da Zona Norte, o movimento Paulo Freire, o movimento Vista Linda e União dos Movimentos de Moradia Independentes da Zona Sul. Eles tiveram o apoio da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade de São Paulo (USP), do Laboratório de Extensão da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP), da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Ministério do Trabalho e Emprego), e do Instituto Palmas.

“Crédito e finanças é uma coisa vital na vida das pessoas. Se você não tem uma poupança, você está exposto a qualquer coisa, doença, acidente. Portanto se conseguirmos dominar coletivamente nosso dinheiro efetivamente teremos alcançado uma revolução sem sacrifícios maiores”, destaca o secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer.
Colaboração da amiga Nancy Lima, que voltou feito o raio da silibrina.

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