terça-feira, 11 de agosto de 2009

Empresário afirma que propina a tucanos partiu da ALSTOM


11/08/2009
Folha Online

O empresário Romeu Pinto Junior afirmou em depoimento ao Ministério Público que o suposto pagamento de propina a políticos para conseguir contratos com o governo de São Paulo partiu da cúpula da Alstom em Paris, informa reportagem de Mario Cesar Carvalho, publicada nesta terça-feira pela Folha.

Segundo o Ministério Público da Suíça, Pinto Junior tem conhecimento de causa sobre o assunto: representava a MCA Uruguay, empresa que a Alstom usou para trazer o dinheiro da Europa para o Brasil.

A Folha informa que o empresário afirma que a MCA Uruguay foi aberta por Phillipe Jaffré, diretor financeiro da Alstom que chegou a vice-presidente da multinacional francesa. A MCA é uma "offshore", tipo de empresa que paga menos impostos, por funcionar em paraísos fiscais, e permite que seus controladores não sejam conhecidos pelas autoridades.

De acordo com a reportagem, apesar do nome, a MCA foi aberta nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe. A Alstom depositou pouco mais de US$ 1 milhão nas contas da MCA entre outubro de 1998 e fevereiro de 2002 --o valor exato é de US$ 1.006.516,02 (R$ 1,86 milhão hoje).

A Alstom está sob investigação no Brasil sob suspeita de ter pago propina a políticos do PSDB para obter contratos para fornecer equipamentos para uma subestação de energia e para o Metrô.

Outro lado

A Alstom no Brasil afirma por meio de nota que "as sérias acusações contra Philippe Jaffré são chocantes e ofendem a integridade e honestidade de um homem que ocupou altas posições não somente em órgãos públicos na França, mas também em indústrias e bancos mundialmente respeitados".

A multinacional francesa diz que não pretende comentar as investigações sobre eventual pagamento de propina a políticos porque elas tramitam sob sigilo. Afirma que "estamos cooperando com as autoridades tanto na Suíça como no Brasil".

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