segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Yedaduto:'Pintamos a cara e acertamos em cheio'



17/08/2009 11

Rodolfo Mohr*


Os estudantes gaúchos já eram parte importante dos opositores ao projeto dos tucanos gaúchos para a educação pública. Em 2007, batemos de frente com o governo e sua “enturmação”, projeto que colocaria mais de 50 estudantes por sala de aula como forma de compensar a falta de professores. Em 2008, quando estouraram as primeiras denúncias de corrupção vindas de dentro do governo fomos às ruas. Esse ano, repudiamos as escolas de lata (contêineres) que o governo colocou à disposição das escolas sem salas. Porém, o principal ainda não tinha chegado.

O cenário que se abriu em 2009 trouxe exigiu novos e maiores esforços, a partir da morte do ex-assessor do governo gaúcho Marcelo Cavalcante em Brasília e das denúncias de caixa dois na campanha e corrupção no governo pelo PSOL, através da deputada Luciana Genro e do vereador Pedro Ruas. Resgatamos a principal identidade da juventude brasileira contemporânea: os Caras Pintadas que, em 1992, encheram de jovialidade, radicalidade e alegria um país dominado pelos marajás de Collor e PC Farias. Naquele momento provamos a força do país unido contra a corrupção, de fato a maior epidemia crônica que o Brasil ainda não conseguiu se livrar.

Empunhamos a bandeira do impeachment, em defesa da educação pública, dos direitos essenciais da população, pela punição dos corruptos e corruptores, pintamos as caras e sacudimos o estado.

As escolas viraram barris de pólvora para o governo que se tornou o mais impopular do Brasil e da história do Rio Grande do Sul. A cada nova manifestação mais jovens aparecem mais convencidos e empolgados para derrotar o governo Yeda. A manifestação do Ministério Público Federal trouxe, definitivamente, para todos os gaúchos, a certeza de que estamos do lado certo. E fomos os primeiros a chegar no Piratini, depois da coletiva de imprensa do MPF, menos de uma hora depois já estávamos aumentando o coro do impeachment.


O PMDB gaúcho de Pedro Simon – que se engalfinha com o PMDB de Sarney e Calheiros em Brasília – estava abraçado com Yeda e contra a CPI da Corrupção. Depois da ação do MPF correram ensandecidos para assinar a CPI. Inclusive Luiz Fernando Záchia, deputado estadual do PMDB, indiciado junto com Yeda. Os governistas nunca desejaram tanto a CPI. A mudança de postura se deve a contundência da ação do MPF – que já teve o sigilo telefônico quebrado – e o apelo popular pelo impeachment. O movimento estudantil segue firme pelo impeachment e neste momento sabemos que a CPI serve apenas para dar mais fôlego ao governo na sua desesperada tentativa de se manter no poder. A CPI perdeu objeto jurídico, tendo em vista que o MPF já indiciou o governo, destino desta CPI. E politicamente serve mais ao governo que aos gaúchos.

“E a Yeda vai ganhar
Uma passagem para sair deste lugar
Não é de trem, nem de navio, nem de avião
É algemada, de camburão, que é lugar de ladrão”
Música cantada pelos manifestantes nos atos públicos


Agora o governo e seus aliados atiram para todo lado. A ré Yeda, conforme nos mostra o processo nº 2009.7102002693-2 no site da Justiça Federal, segue o mantra: “não há fatos novos, não há fatos novos, não há fatos novos”.

Yeda indiciou a vereadora do PSOL de Porto Alegre Fernanda Melchionna, a Presidente do CPERS Rejane de Oliveira e a vice-presidente do sindicato Neida de Oliveira por tentativa de cárcere privado, no ato realizado em frente à mansão da governadora. As professoras Rejane e Neida e a vereadora da juventude portoalegrense Fernanda certamente têm o apoio de mais de 70% dos gaúchos que rejeitam veementemente o governo Yeda, segundo pesquisa recente do Vox Populi. Não vamos aceitar a perseguição dos que lutam contra o governo e contra a corrupção.

Dentre um arsenal de jogo de cena até a imprensa gaúcha (citada na ação do MPF de ligação com o governo) não pode sustentar o desastre da gestão Yeda. Serra está com seus parcos cabelos em pé. Simon tem vivido dias constrangedores no Senado e no Piratini. A turma “dos de cima” está na lona. Essa é a novidade que Yeda insiste em não aceitar. Enfim, é papel dela não entregar os pontos. O nosso é seguir em frente até a vitória.

As aulas, finalmente, recomeçam nesta segunda,17. Nem Yeda, nem suas acusações, nem a gripe suína vai nos tirar do irremediável caminho do impeachment.


*Rodolfo Mohr
Estudante de Jornalismo e DCE/UFRGS
Movimento Romper o Dia!
http://www.caraspintadasrs.blogspot.com/


(Crédito da foto: Hugo Scotte)

Fonte:CartaCapital

Um comentário:

Anônimo disse...

Cachorrada! Onde é que vocês estavam, seus sabujos de cara pintada, quando o país precisou de vocês para o impeachment do Lula?