segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os adversários invisíveis de Toffoli


20 de Setembro de 2009


Os adversários da indicação do advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, para o Supremo Tribunal Federal não estão nos partidos políticos que fazem oposição ao presidente Lula. Eles estão entre os preteridos. A revelação de que existem ações populares no meio do mundo contra Toffoli brotou nos jornais O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e na revista Veja de forma orquestrada.

por Chico Bruno

As ações em que aparece o nome de Toffoli, na verdade faz parte de um lote de pouco mais de 190 ações populares contra o ex-governador do Amapá, João Capiberibe (PSB). Dessas ações em aproximadamente 140, o ex-governador já foi absolvido.

A maioria dessas ações foi impetrada pelo ex-governador Aníbal Barcellos e por integrantes do seu grupo político, entre os quais, o advogado Lélio Haas Filho, pelo ex-procurador aposentado Ernandes Pereira e pelo ex-agente de polícia Renato César.

Ernandes e Renato cumprem pena. O ex-procurador pelo assassinato de um delegado no Ceará e o ex-agente de polícia por estelionato e extorsão.

O objetivo das ações populares encaminhadas à Justiça por esse grupo, tinha o objetivo de desestabilizar politicamente Capiberibe, que em sete anos de governo fechou às torneiras dos recursos públicos a classe dominante do Amapá, incluindo-se nesse rol o Legislativo e o Judiciário.

Chama a atenção, que as ações, nas quais Toffoli é personagem, remontam aos anos eleitorais de 2000 e 2002.

O que chama a atenção é que Toffoli foi nomeado advogado-geral da União em 2007, mas as ações não foram usadas para desestabilizar sua nomeação, o que ocorre agora com a indicação à vaga do STF.

É tudo muito estranho, pois a sentença de uma das ações é do último dia 8, quando já se cogitava a indicação de Toffoli.

Vale lembrar, que essas ações populares contra políticos ficam nos congeladores da Justiça anos a fio e são descongeladas ao sabor das circunstâncias políticas.

Ao que parece é o que acontece agora. Uma das sentenças foi julgada no ano eleitoral de 2006 e a outra agora, quando se cogitava a indicação de Toffoli.

O que infere a uma possível armação, é que as ações foram parar nas redações da poderosa mídia nacional.

Como terão chegado à mesa de tão ilustres jornalistas as ações que atingem a reputação de Toffoli?

Aliás, é instigante a pergunta, pois a mídia nacional pouco se interessa pelo que acontece no meio do mundo, onde são perpetrados grandes escândalos, que quase nunca viram notícia nacional, como a aterramento das margens do Rio Jarí pela prefeitura de Laranjal do Jarí, há pouco mais de duas semanas.

Esse sítio apurou que o pombo correio dando conta das ações populares em que Toffoli é personagem, fizeram escala no Ceará, antes de pousar nas redações do Estadão, da Folha e da Veja.

No caso do hoje presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que na época da indicação por FHC era, também, advogado-geral da União, os adversários eram visíveis. Mendes sofreu uma pesada campanha negativa por parte do PT.

Os adversários de Toffoli são anônimos e tentam atingir a reputação de Toffoli de maneira enviesada, usando como arma ações que correm na Justiça por querelas paroquiais meramente político-eleitorais.

Fonte: Blog Chico Bruno Política e Cia. Iltda.

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