Merval Pereira
Os que especulam sobre o significado da não reação do ex-governador Aécio Neves ao comentário da candidata oficial, Dilma Rousseff, de estímulo à chapa Dilmasia um voto híbrido nela para presidente da República e no candidato a governador Antonio Anastasia, do PSDB , querendo perceber uma sutil admissão de Aécio à cristianização do candidato tucano, José Serra, em Minas, não perdem por esperar.
Caramba! Não perdem por esperar? O que será que vem aí, hein?
O discurso do ex-governador mineiro hoje, no evento que marcará em Brasília o lançamento da candidatura de Serra à Presidência da República, será uma inequívoca tomada de posição.
Mais que isso, será uma definição de linha de ação política do PSDB, um ataque frontal ao passado do PT e um assumido orgulho do passado do partido tucano.
O PSDB usa a imprensa como se fosse sua assessoria de comunicação. Em vez de se comunicar diretamente com a sociedade, usam o jornalistas como porta-vozes, sempre. Nesse texto, por exemplo, não se sabe o que são palavras de Aécio e o que são de Merval. Tudo amalgamado, candidato e jornalista, informação e opinião, jornalismo e campanha política. Tanto é assim que fiquei na dúvida se imaginava o político manipulando um jornalista-marionete, ou um jornalista manipulando (ou melhor, tentando manipular) um político-marionete.
Sobre a passagem de Dilma por Minas, o ex-governador Aécio Neves lembra que seu avô Tancredo dizia que, em uma campanha eleitoral, há lugares em que é melhor não ir do que ir e ter problemas.
Foi o que aconteceu com a candidata oficial, Dilma Rousseff, ao visitar São João Del Rei. Se fosse lá e não visitasse o túmulo de Tancredo, seria acusada de mais uma vez estar desdenhando o grande líder político mineiro.
Indo, provocou a ira dos próprios mineiros, pois o PT não apenas não apoiou Tancredo no Colégio Eleitoral, em 1985, como expulsou os seus três deputados federais que o fizeram à revelia do partido.
Para exemplificar o repúdio mineiro à atitude de Dilma, basta ler o título do artigo semanal que o ex-senador Murilo Badaró escreve: A profanação do túmulo de Tancredo.
Merval pega a manifestação de meia dúzia de colunistas ou políticos tucanos da grande imprensa mineira e a transforma em "ira mineira". Omite que a própria viúva de Tancredo agradeceu a visita de Dilma ao túmulo de Tancredo. O que tem que o PT não apoiou Tancredo em 1985? O PT queria eleições diretas, universais, e o que Brasil teve foi uma vergonhosa eleição indireta. E Dilma nem era do PT, ora bolas!
Dilma já havia confundido anteriormente Governador Valadares com Juiz de Fora, demonstrando que sua mineiridade não está muito em dia.
Oh!!! Dilma comete um erro bobo, e Merval converte isso em falta de "mineiridade". É engraçado como a imprensa se recusa a aceitar o fato de que Dilma Rousseff nasceu em Minas Gerais, viveu em Minas Gerais, estudou em Minas Gerais, seus pais trabalhavam em Minas Gerais. Mudou-se de Minas com mais de 20 anos, já com sua personalidade completamente formada. Ela é mineira 100%, portanto.
Quando, desta vez, caiu na armadilha ao defender a chapa Dilmasia, prestou dois serviços aos adversários políticos: desprezou o PT e o PMDB mineiros, que ainda se digladiam para ver quem dará o candidato a governador, e deu a chancela de que a candidatura de Antonio Anastasia é uma opção tão viável que ela admite cristianizar seus candidatos para receber o apoio do ex-governador Aécio Neves, o grande líder político atualmente em Minas.
Lá vem o factóide novamente. São fantasmas eternos, imortais. Pode-se atirar neles com toneladas de gravações, mostrando que Dilma não defendeu nenhuma chapa Dilmasia, apenas reagiu a uma provocação da jornalista (embora efetivamente ela devesse ter sido mais enfática na demarcação das diferenças políticas entre ela e o candidato tucano), não adianta, eles vão nos assombrar até o fim dos tempos.
O ex governador não quis reagir pessoalmente à ida de Dilma ao túmulo de seu avô para não dar um cunho meramente pessoal e familiar ao comentário, mas foi consultado pelo senador Sérgio Guerra sobre a nota que os partidos de oposição divulgaram.
Vai aproveitar o discurso de amanhã para tirar da frente os fantasmas do constrangimento.
"Tirar da frente os fantasmas do constrangimento"? Ã? Tô falando que são assombrações. Olha os fantasmas aí. Só que não consegui entender nada.
Aécio vai dizer claramente que nós temos que ter orgulho enorme do que fizemos, e definirá com clareza e coragem o que considera uma verdade política: não teria havido o governo do presidente Lula se não tivesse havido o governo Fernando Henrique.
Nossa! Que textinho mais propaganda, héin? Definirá com "clareza e coragem"? O cara nem falou ainda e o Merval já sabe como será a postura do governador e quais serão as reações. Isso que é jornalismo!
Isso é real, é claro, e o maior avalista disto é o próprio Lula, que manteve intacta a política econômica do Fernando Henrique.
Quem tá falando? Aécio ou Merval? Essa coluna ficou completamente esquizo.
Para Aécio, quem diz da importância do governo de Fernando Henrique é Lula, mais do que qualquer outro. O ex-governador mineiro lembrará que, apesar das pressões do PT no início do governo, o Palocci, com o aval do Lula, manteve intacta a política econômica.
Aécio defenderá que o debate na campanha deve ser sobre o futuro e o presente, mas pretende ressaltar que é fundamental que se debata também o passado.
Putz! Que coisa patética! Reparem bem que raciocínio genial! Se é fundamental que se debata também o passado, então a primeira frase, de que o debate deve ser sobre o futuro e o presente, perde o sentido, não é? O debate tem de ser, então, sobre o passado, o presente e o futuro. Ou seja, sobre tudo. Esses caras não tem o que falar, e acham que basta dar uma pompa a qualquer besteira para deixá-lo com aspecto inteligente e importante.
O PT quer circunscrever o seu passado aos oito anos do governo Lula, ressalta Aécio, negando validade a essa estratégia. Sorte nossa que o PT não era um partido expressivo naquela época. Se prevalecessem as ideias do PT, teríamos adiado o processo de redemocratização, poderíamos ter de novo um retrocesso institucional na saída do Collor, com o Itamar sem qualquer apoio, não teríamos uma Constituição.
O tema central da fala de Aécio será o passado condena o PT.
Poxa! O cara diz que o debate deve ser sobre o presente e o futuro e aí diz que "o passado condena o PT". Ah tá, esqueci, é fundamental debater o passado...
Ele diz que, na campanha, o PSDB vai falar das privatizações, da Lei de Responsabilidade Fiscal, do próprio Plano Real, de tudo o que foi feito com a raivosa oposição deles.
O próprio Lula já reconheceu que, se fosse eleito em 1989, seria uma tragédia, pois não estava preparado para governar o país. E será que a Dilma está preparada? A Dilma hoje não é o Lula de 89?, pergunta Aécio.
Merval distorce o que Lula disse. O presidente teve apenas um gesto de humildade, pois ninguém pode saber como seria seu governo se ganhasse em 1989. Podia muito bem ser infinitamente melhor do que os governos Collor e FHC. Provavelmente seria. E claro que Dilma está preparada. Dilma foi a grande gestora do governo Lula. Compará-la ao Lula de 1989 é ridículo. Não foi apenas Lula que mudou. As circunstâncias mudaram. O PT mudou. O empresariado brasileiro mudou. O mundo mudou. Tudo mudou.
Para o ex-governador mineiro, o governo de Fernando Henrique Cardoso foi um governo respeitável, mesmo quem não tem saudades respeita, independentemente do que o PT fez com egoísmo durante esses 25 anos.
Governo respeitável? Ahahah. Belo eufemismo para medíocre, não? Por que Aécio não diz que foi um grande, um excelente governo?
Ele define o PT como beneficiário da nossa responsabilidade e da nossa visão de país, porque, ao contrário da gente, o PT sempre colocou o seu projeto partidário acima do projeto do país em todos esses momentos.
Ah tá, e o PSDB? Que mudou a lei eleitoral para se autobeneficiar. Isso não é colocar o projeto partidário acima do projeto de país? E se Lula está fazendo um grande governo, a sua afirmação sobre "projeto partidário" fica prejudicada, não? Aliás, é uma afirmação vagabunda, porque um projeto partidário, quando é um projeto nobre, identifica-se com o interesse nacional.
Aécio Neves relembra que, para o PT, valia sempre a lógica do que era melhor para o partido. Não era bom se misturar conosco no Colégio Eleitoral, dane-se o resultado; não era bom apoiar o Itamar porque o Lula vem aí, dane-se o Brasil.
O ex-governador mineiro diz que está na hora de levantar a cabeça e partir para cima. Ele vai lembrar que foi candidato a candidato a presidente da República ano passado e sempre dizia que a unidade era a grande força, o mais vigoroso instrumento para ganhar a eleição.
Levantar a cabeça e partir para cima? Uau! Agora eu quero ver! Que princípios! Que criativo! Mas, peraí, isso quer dizer que os tucanos estavam de cabeça baixa? Por quê? Vigoroso instrumento? Nossa, mona!
Aécio diz que, no momento em que notou que o partido ia em outra direção, fez o mais importante gesto a favor da unidade quando anunciou que seu candidato era o Serra: Eu tenho compromisso com o partido e com o país, quero encerrar esse ciclo petista. Acho que tenho autoridade moral para dizer isso, finaliza.
Pára tudo! Aécio "Tenho autoridade moral para isso" Neves... Esse rapaz está se achando, héin? Tremendo filhinho de papai que só é político porque o vovô era famoso...
Este é o espírito com que o ex-governador mineiro discursará hoje no lançamento da candidatura de José Serra à Presidência da República.
É, tô vendo, Merval. Você sabe tudo sobre o discurso de Aécio. Sabe exatamente quantas pessoas baterão palmas e quantas bocejarão...
Uma tomada de posição sem dar margem a dúvidas.
Yeah! Como dizem os travestis aqui da Lapa, força na peruca!
sábado, 10 de abril de 2010
Merval é um canalha
PT: o passado condena
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13 comentários:
É isso que eles chamam de Liberdade de Imprensa...hehehe...Mas isso não é imprensa: é PARTIDARISMO...A mídia conservadora pratica PARTIDARISMO, o que não tem nada, absolutamente nada a ver com I-M-P-R-E-N-S-A...simples, mas tão simples assim...
Joel, pois é.
Meu caro cumpadi Gilvan,
Concordo inteiramente com o texto...
Só há um escorregão que tira um pouco sua credibilidade: a viúva de Tancredo, Risoleta Neves, não pode ter agradecido a visita de Dilma ao túmulo de Tancredo, (exceto se esse agradecimento foi psicografado), ela morreu em 2003!
Um abraço.
Tem grana na cueca do Merval.
Verme vendido ou comprado
Procurem.
Zé Carlos, bem capaz.Afinal, Chico Xavier era de Minas Gerais.Enoque, é isso aí.
Como vocês, clepto petistas não admitem a liberdade de opinião como seus gurus Castros, Chavez, etc, não creio que minha falação vá ficar. LULA é um câncer a ser extirpado para evitar que necrose toda a sociedade. Dilma é uma metástese. Vamos expulsar esta camarilha do poder com pontapés no rabo. Cambada de clepto-petistas, mensaleiros e corruptos em geral. Morra LULA e morra DILMA
Publicaram o meu comentário. Chavez e os Castros não vão gostar. O Marco Aurélio Garcia - QUE IRÁ MORRER EM UM DESASTRE DE AVIÃO - também não deverá gostar. O que Lula faz, desrespeitando as leis, o bom senso, as pessoas e todo o povo, levará muito tempo para ser consertado. Mas o país é eterno. Algum dia, quando Lula já estiver sob sete palmos de terra e roído pelos vermes, os livros de história contaráo a história de um populista vagabundo, safado, corrupto que iludiu o povo brasileiro. Mas como dizia Lincoln, é possível enganar alguns muito tempo, enganar muitos por pouco tempo, mas é impossível enganar a todos o tempo todo. MORRA LULA, MORRA DILMA, MORRAM TODOS OS CLEPTOPETISTAS.
QUANDO VÃO ME TIRAR DO AR, CAMBADA DE CLEPTO PETISTAS?
MINEIRO NÃO VOTA EM QUEM NÃO RESPEITA AS SUAS TRADIÇÕES. DILMA UMA ESTRANGEIRA E ESTRANHA, FOI EXPULSA DE MINAS E NÃO COMPREENDE A SUA ALMA. O DISCURSO DE MURILO BADARÓ TRADUZ O SENTIMENTO DE INDIGNAÇÃO DE MINAS GERAIS E DE SUAS GENTES.
A profanação do túmulo de Tancredo
Murilo Badaró
Presidente da Academia Mineira de Letras
Candidatos que obedecem cegamente as instruções de marqueteiros estão sujeitos a vexame, em tudo semelhante ao protagonizado pela candidata presidencial em São João del Rei. Exalando o odor da farsa, ante o olhar constrangido do bom Patrus, a candidata depositou flores na sepultura de Tancredo Neves, tentativa burlesca de reconciliação do petismo com o ex-presidente após 25 anos de repudiá-lo com agressividade.Se em Ouro Preto depositar flores no Panteon da Inconfidência poderia ser encarado como peça publicitária - tentativa que também adquire ares de mistificação, aceita com naturalidade pelos ouro-pretanos, acostumados a essas encenações -, a visita incorporada do PT ao jazigo do líder mineiro aconteceu com atraso, depois que expulsou de seus quadros os três parlamentares paulistas que votaram em Tancredo no Colégio Eleitoral e recusou publicamente participar do projeto de união nacional comandado pelo mineiro morto antes de assumir a Presidência.Os responsáveis pela publicidade da candidata cometeram grotesco escorregão histórico, como se fosse possível ser levada a sério uma ação que adquiriu insólita expressão de reles e tosca exploração eleitoral de um sentimento que é caro e nobre aos mineiros. Por certo, há de pagar preço alto pela imprudência e impudência política no momento próprio, pois mesmo recebendo o perdão, como é da índole mineira, para o gesto anterior de repulsa aos acenos pacificadores e patrióticos de Tancredo, os nascidos nestas terras não se esquecem facilmente do quanto repercutiram negativamente os gestos de hostilidades de Lula e seus companheiros a todas as propostas conciliatórias, feitas em nome de uma união nacional que conseguiu criar condições para a consolidação do processo democrático, de que mais tarde se beneficiariam. Os olhos já enfastiados de velho combatente político jamais contemplaram cena tão canhestra e até mesmo provocadora para os brios dessa gente valorosa que mora entre estas montanhas, que, como diz o presidente Itamar Franco, "ninguém nivela".A infeliz proposta marqueteira, inventada para ajudar a melhorar a situação da candidata em Minas Gerais, serviu tão somente para ressuscitar velhas amarguras que jaziam nas sombras do esquecimento e desnudou por completo as fragilidades da candidata em seu propósito de angariar apoio dos mineiros. O então candidato Lula recusou e combateu todas as propostas de união nacional iniciadas pelo presidente Itamar Franco, tendo comandado a expulsão da deputada Luiza Erundina por haver aceitado participar do ministério do grande mineiro. Enfim, o petismo, ao qual a candidata se integrou recentemente para efeitos eleitorais, não resgatou seu débito histórico com Minas e muito menos com Tancredo, cuja sepultura sofreu abalos pelo peso da insinceridade e da farsa depositadas sobre ela.A profanação lembrou Joaquim Silvério dos Reis, agravada por um sem número de estroinices ditas depois pela candidata bonifrate. Valha-nos Deus!
Maurício, pode ficar latindo sozinho.Agora só não venha me xingar, senão eu mando você SIFU. No caso, sem direito à resposta.
Afinal, quem é esse ARENISTA SAFADO, líder maior do gal Figqueiredo, puxa-saco de Itamar Franco para querer falar em democracia? Mais:MG é o estado mais atrasado do Brasil em termos ideológicos.Abi Ackel, Eliseu Resende, Clesius Andrade, Tancredo Neves e Neto, Aureliano Chaves, o Collorido Itamar Franco, Nilton Cardoso, Eduardo Velerio Azeredo, Bonifácio de Andrada e outros são exemplos desse atraso.
Porra, esse Maurício é bem da direita mesmo... (característico por sinal).
Como não tem argumentos, apela para o ataque pessoal, ignorante para o debate político.
Se Dilma não é mineira, então eu como gaúcho que morei em BH, posso me considerar mineiro. Em BH tive contato pessoal e franco com Itamar, Aécio Cunha (que talvez esse idiota do Maurício nem saiba quem é), Aécio Neves, Pimenta da Veiga, Genival Tourinho, Hélio Costa, Francelino Pereira, Newton Cardoso, Celso Passos (que possivelmente nem saiba quem foi também), Nélson Gonçalves (aquele mesmo, cantor), e meu conterrâneo Leonel Brizola. Isso tudo em 1983/84.
Portanto, um sujeitinho, ao que parece filho da ditadura, torpe, e com perfil indisponível - demostrando assim o seu caráter pulha, não pode ver aqui e manifestar-se desta forma.
Que tenha hombridade para o debate.
Que não se esconda, como é típico da direita, em perfis "fakes" ou inexistentes.
Dê a cara pra bater também!
Desculpe cumpadi Giulvan pelo desabafo usando do seu espaço no blog. (Se quiser, pode até não permitir este meu comentário, vc tem todo direito).
Coloco meu blog a disposição desse idiota do Maurício José para debate.
Mas, desde já aconselho-o, venha com argumentos não com ataques que desviem sobre o principal.
Abraço Gilvan.
zcarlos
PS: Desculpe o desabafo.
Zé carlos, você tem razão.Abraços.
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