Deus tenha piedade de nós.
Serra diz no seu guia eleitoral que São Paulo tem a melhor saúde do mundo, fruto de investimento pesado que ele fez na cidade quando exerceu temporarimaente o cargo de prefeito.A vida de Serra é mentir.E quem diz isso não é nenhum blog sujo, quem diz isso é a Folha tucana.
Documentos revelam falhas em maternidade de referência em SP
Documentos internos assinados por médicos e gestores do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, na zona leste de São Paulo, mostram que, apesar dos prêmios de gestão e do rótulo de unidade referência no atendimento de partos de alta e média complexidade, os profissionais que atendem as gestantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sofrem com a falta de infraestrutura, superlotação e são obrigados a improvisar procedimentos para evitar a morte de pacientes – nem sempre com sucesso.
Os fatos nos quais se baseiam esta reportagem estão descritos no livro de registro de ocorrências utilizado pelos médicos que atuam no serviço de urgência da unidade, localizada na avenida Celso Garcia, 2.477, no bairro do Belém. A encadernação, que fica na sala dos médicos do 1º andar, serve como meio de comunicação entre a equipe e a diretoria. Nos registros, logo após cada observação, está a assinatura do profissional e seu carimbo, com o número de registro profissional.
Especializada em casos graves, mas sem UTI
Uma das críticas mais recorrentes no livro de registros é sobre a falta de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para as mães, item apontado pelos médicos como crucial em uma maternidade que atende especificamente casos já complexos, em que a incidência de quadros como hipertensão e crise hemorrágica tende a ser maior.
A sala para o setor chegou a ser escolhida, mas imagens obtidas pela reportagem mostram que o espaço virou um depósito para arquivos administrativos. Assim, não raramente mães com complicações no parto são transferidas de última hora para outros hospitais.
“É desumana a situação que a direção do hospital nos deixa diariamente nesta maternidade dita de ‘alto risco’. Não vou repetir o que dizem e escrevem neste livro nos últimos 19 anos que convivo e trabalho neste C.O. (Centro Obstétrico) sem UTI e clínico intensivista”, escreveu um médico nas páginas 50 e 51 do livro no domingo de 30 de agosto de 2009, referindo-se a uma paciente cujo atendimento foi prejudicado pela falta de materiais como cateter central e lâmina de ventilação.
No total, mesmo diagnosticada com choque hemorrágico, ela ficou aguardando durante cerca de seis horas por uma vaga em uma UTI, obtida somente em região distante. “A paciente foi transferida para o Hospital Cachoeirinha, e não sei se ela está viva”, complementa o médico, pedindo providências da direção.
Ainda no ano passado, em 20 de junho, outra situação semelhante é relatada. “Histerectomia total puerperal de paciente por choque hemorrágico + atonia uterina + coagulopatia. Paciente transferida para a UTI do Hospital Geral de Sapopemba, evoluindo para óbito na chegada do mesmo”, diz o registro médico, assinado por um profissional do hospital, relatando o quadro de uma mulher cujo útero não se contraiu novamente após o parto, proporcionando um intenso sangramento. Encaminhada para outra unidade, em outro bairro, a mãe acabou morrendo.
No mesmo dia, outra médica faz uma consideração por escrito: “Temos nos deparado frequentemente com pacientes de alta complexidade, cuja boa evolução é dependente de cuidados intensivos. Não seria já o momento de nosso hospital ser capacitado com UTI?”, questiona.
Documentos mostram que já havia reclamações dez anos atrás. "Saliento a necessidade urgente de uma unidade de terapia intensiva nesta instituição para que os profissionais que aqui trabalham com grande competência e profissionalismo possam estar trabalhando com mais segurança", diz um relato assinado em 26 de dezembro de 2000. Até hoje, a maternidade segue recebendo casos graves, sem leitos de terapia intensiva.
Ausência de materiais básicos
Outro tema recorrente nas páginas do livro usado pelos médicos é a falta de materiais básicos para procedimentos cirúrgicos. No dia 18 de janeiro de 2009, por exemplo, um profissional da unidade faz um aviso: “Solicito momentaneamente não encaminhar pacientes para esse serviço pois estamos com problemas no abastecimento de água”.
No dia 9 de agosto do mesmo ano, a equipe volta a se revoltar, dessa vez reclamando da falta de equipamentos que medem a vitalidade do bebê e as contrações da mãe, ferramenta chave para diagnosticar em tempo hábil se um feto está em sofrimento, por exemplo. “Assumimos o plantão com apenas 01 cardiotoco no PS (Pronto-socorro) e 01 no Pré-parto (que funciona muito mal). Não tem nenhum sonar no OS e nem no pré-parto! Como é possível mantermos tudo sob controle, agilizar o atendimento com segurança? Solicito providências com urgência”, diz um médico, que assina o texto e carimba com seu registro profissional. Leia mais
Serra diz no seu guia eleitoral que São Paulo tem a melhor saúde do mundo, fruto de investimento pesado que ele fez na cidade quando exerceu temporarimaente o cargo de prefeito.A vida de Serra é mentir.E quem diz isso não é nenhum blog sujo, quem diz isso é a Folha tucana.
Documentos revelam falhas em maternidade de referência em SP
Documentos internos assinados por médicos e gestores do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, na zona leste de São Paulo, mostram que, apesar dos prêmios de gestão e do rótulo de unidade referência no atendimento de partos de alta e média complexidade, os profissionais que atendem as gestantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sofrem com a falta de infraestrutura, superlotação e são obrigados a improvisar procedimentos para evitar a morte de pacientes – nem sempre com sucesso.
Os fatos nos quais se baseiam esta reportagem estão descritos no livro de registro de ocorrências utilizado pelos médicos que atuam no serviço de urgência da unidade, localizada na avenida Celso Garcia, 2.477, no bairro do Belém. A encadernação, que fica na sala dos médicos do 1º andar, serve como meio de comunicação entre a equipe e a diretoria. Nos registros, logo após cada observação, está a assinatura do profissional e seu carimbo, com o número de registro profissional.
Especializada em casos graves, mas sem UTI
Uma das críticas mais recorrentes no livro de registros é sobre a falta de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para as mães, item apontado pelos médicos como crucial em uma maternidade que atende especificamente casos já complexos, em que a incidência de quadros como hipertensão e crise hemorrágica tende a ser maior.
A sala para o setor chegou a ser escolhida, mas imagens obtidas pela reportagem mostram que o espaço virou um depósito para arquivos administrativos. Assim, não raramente mães com complicações no parto são transferidas de última hora para outros hospitais.
“É desumana a situação que a direção do hospital nos deixa diariamente nesta maternidade dita de ‘alto risco’. Não vou repetir o que dizem e escrevem neste livro nos últimos 19 anos que convivo e trabalho neste C.O. (Centro Obstétrico) sem UTI e clínico intensivista”, escreveu um médico nas páginas 50 e 51 do livro no domingo de 30 de agosto de 2009, referindo-se a uma paciente cujo atendimento foi prejudicado pela falta de materiais como cateter central e lâmina de ventilação.
No total, mesmo diagnosticada com choque hemorrágico, ela ficou aguardando durante cerca de seis horas por uma vaga em uma UTI, obtida somente em região distante. “A paciente foi transferida para o Hospital Cachoeirinha, e não sei se ela está viva”, complementa o médico, pedindo providências da direção.
Ainda no ano passado, em 20 de junho, outra situação semelhante é relatada. “Histerectomia total puerperal de paciente por choque hemorrágico + atonia uterina + coagulopatia. Paciente transferida para a UTI do Hospital Geral de Sapopemba, evoluindo para óbito na chegada do mesmo”, diz o registro médico, assinado por um profissional do hospital, relatando o quadro de uma mulher cujo útero não se contraiu novamente após o parto, proporcionando um intenso sangramento. Encaminhada para outra unidade, em outro bairro, a mãe acabou morrendo.
No mesmo dia, outra médica faz uma consideração por escrito: “Temos nos deparado frequentemente com pacientes de alta complexidade, cuja boa evolução é dependente de cuidados intensivos. Não seria já o momento de nosso hospital ser capacitado com UTI?”, questiona.
Documentos mostram que já havia reclamações dez anos atrás. "Saliento a necessidade urgente de uma unidade de terapia intensiva nesta instituição para que os profissionais que aqui trabalham com grande competência e profissionalismo possam estar trabalhando com mais segurança", diz um relato assinado em 26 de dezembro de 2000. Até hoje, a maternidade segue recebendo casos graves, sem leitos de terapia intensiva.
Ausência de materiais básicos
Outro tema recorrente nas páginas do livro usado pelos médicos é a falta de materiais básicos para procedimentos cirúrgicos. No dia 18 de janeiro de 2009, por exemplo, um profissional da unidade faz um aviso: “Solicito momentaneamente não encaminhar pacientes para esse serviço pois estamos com problemas no abastecimento de água”.
No dia 9 de agosto do mesmo ano, a equipe volta a se revoltar, dessa vez reclamando da falta de equipamentos que medem a vitalidade do bebê e as contrações da mãe, ferramenta chave para diagnosticar em tempo hábil se um feto está em sofrimento, por exemplo. “Assumimos o plantão com apenas 01 cardiotoco no PS (Pronto-socorro) e 01 no Pré-parto (que funciona muito mal). Não tem nenhum sonar no OS e nem no pré-parto! Como é possível mantermos tudo sob controle, agilizar o atendimento com segurança? Solicito providências com urgência”, diz um médico, que assina o texto e carimba com seu registro profissional. Leia mais
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