domingo, 21 de abril de 2013

Ao virarem a 'bola da vez', tucanos corruptos engavetam discurso anticorrupção




Os tucanos hibernaram com todo aquele discurso falso-moralista de combate a corrupção. A pseudo-indignação foi engavetada, talvez por avaliarem que a insistência no tema se volta contra eles mesmos. Há muitas investigações que andam pendentes, como a do "mensalão tucano", a chamada lista de Furnas, o escândalo das propinas da Alstom, a casa "mal-assombrada" do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), negociada com Carlinhos Cachoeira.

No Congresso, o deputado Carlos Leréia (PSDB-GO) voltou a ser a bola da vez, também por suas relações com o bicheiro.

Mais de um ano após a divulgação das denúncias – e de o  próprio Lereia ter declarado em varias entrevistas ser amigo de Cachoeira - o Conselho de Ética da Câmara começará o processo por quebra de decoro contra Leréia. O relator poderá dar andamento às investigações, ouvir testemunhas e requisitar investigações feitas contra o  o tucano pela Polícia Federal e pela CPI do Cachoeira.

O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar Júnior (PSD-SP), sorteou ontem os deputados do conselho que poderão relatar  o  processo ; os três deputados sorteados são: Ronaldo Benedet (PMDB-SC), Júlio Delgado (PSB-MG) e Missionário José Olímpio (PP-SP).

Diálogos interceptados pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, revelam que Leréia também negociava com a organização comandada pelo bicheiro Carlos Alberto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O tucano, segundo as investigações, recebeu depósitos bancários e bens - inclusive imóveis - supostamente obtidos com atividades ilícitas.

Entre os valores destinados à Lereia  e já rastreados estão um depósito de R$ 100 mil, feito na conta de uma empresa comandada supostamente por laranjas - a Linkmidia Tecnologia da Informação e Editoração Ltda - e uma sociedade com Cachoeira em terreno avaliado em R$ 800 mil, em um condomínio de luxo em Goiânia.

Contra Leréia, segundo o relator na Corregedoria, Jerônimo Goergen (PP-RS), pesam acusações graves: a exemplo do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), também usava um telefone da marca Nextel, habilitado nos Estados Unidos, cedido por Cachoeira para dificultar grampos nas comunicações do grupo. Outro complicador para o tucano é a sociedade com o grupo de Cachoeira em um avião, admitida pelo próprio deputado.

Além disso, o deputado confirmou  ter usado um cartão de crédito do bicheiro com a autorização dele. Leréia é aliado do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) , se diz amigo do governador. No governo de Perillo, o deputado  usou sua “força” para demitir e nomear servidores do governo de Goiás, inclusive da polícia, a pedido de Cachoeira. Além das gravações e da investigação da polícia, o próprio Leréia usou a tribuna da Câmara várias vezes para deixar claro sua amizade com o bicheiro.

Mais uma vez a imprensa esqueceu de mencionar o PSDB nas manchetes

Na quarta feira (17), o presidente do PSDB-DF, Márcio Machado (que lançou o movimento volta Arruda), foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão e multa de R$ 300 mil, em ação impetrada pelo Ministério Público do DF. O tucano era secretário de Obras do governador José Roberto  Arruda (ex-DEM), também condenado a   5 anos e 4 meses de prisão  mais uma multa de R$ 400 mil, por ter lesado os cofres públicos em  R$ 10 milhões, sem licitação.Os Amigos do Presidente Lula

Nenhum comentário: