quinta-feira, 18 de abril de 2013

Recordar é viver:Coronel reforça acusação a Campos





por ROSÁLIA LIMA


Acusado, pela segunda vez, de favorecimento em contrato de prestação de serviços de vigilância ao Governo do Estado, o empresário Paulo Sérgio Macedo - sócio do grupo liderado pela empresa Nordeste Segurança de Valores e amigo e correligionário do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) - decidiu pronunciar-se "pela última vez", anteontem, em entrevista ao Jornal do Commercio. O argumento de defesa, em si, não é novo. Ele se diz vítima, primeiramente, de "extorsão", e depois, de "vingança", por não ter cedido a uma segunda tentativa de extorsão por parte do deputado federal e ex-secretário da Fazenda Eduardo Campos (PSB). A novidade agora é que o empresário lastreia-se em cópias de documentos e apresenta uma testemunha para o que afirma.


A testemunha é o superintendente de operações da Nordeste Segurança de Valores, o coronel PM da reserva, Antonio Menezes, um dos comandantes da Polícia Militar durante a terceira e última gestão (94/98) do ex-governador Miguel Arraes (PSB), da qual, Campos foi secretário da Fazenda. Antonio Menezes não só confirma ter sido procurado, por telefone, em julho de 98 pelo próprio Campos - teria pedido uma comissão de R$ 3 milhões para favorecer a Nordeste numa futura concorrência, cujo alvo era um contrato estimado em R$ 40,7 milhões/ano -, como apresenta notas fiscais de contas telefônicas comprovando ligações feitas para um número, segundo diz, indicado por Campos. As ligações teriam sido para o coronel Menezes dizer se a Nordeste concordava ou não com a negociata.


O número de telefone citado pelo coronel Menezes - que na segunda administração Arraes (87/90) foi ajudante de ordens do gabinete do governador - é o 969.4710. Trata-se de um celular funcional pertencente à Fundarpe, usado à época pelo deputado federal Eduardo Campos, pelo diretor de patrimônio histórico da fundação, Marcos Loreto, e pelo assessor da Secretaria de Trabalho e Ação Social, Gustavo Belo.


Com a experiência de quem administra uma empresa com 30 anos de mercado, dez filiais (oito Estados nordestinos, mais São Paulo e Rio de Janeiro), 10 mil funcionários, e projeção de faturar R$ 180 milhões este ano), o empresário Paulo Sérgio Macedo admite ter preferido pagar "comissões" a Campos - através de emissários -, entre agosto e novembro 96, ao invés de denunciá-lo.


"A Nordeste tinha um atrasado de mais ou menos R$ 3 milhões a receber. Ele (Campos) mandou Roberto Rego (ex-diretor do Detran no terceiro Governo Arraes) me procurar para dizer que só liberava o atrasado e pagava as parcelas vincendas até o fim de ano, se eu pagasse uma comissão de 20%. A minha rentabilidade nesse contrato não chegava a 10%. Eu tentei negociar porque não poderia pagar para trabalhar. Roberto se comprometeu a ser meu advogado junto a ele e defender que ficasse em 15%, mas ele não concordou. Foi uma negociação que durou uma manhã até cerca das 13h", assegura.


Segundo Macedo, como não houve forma de reduzir o percentual, ele negociou fazer o pagamento em parcelas, na medida que fossem sendo liberados os atrasados. "Mas exigi que os recibos fossem em bônus eleitorais. A única maneira de justificar a extorsão era exigir os recibos em bônus, já que estava no período eleitoral", conta, exibindo cópias de bônus, recibos e notas fiscais de terceiros, no total de R$ 609.163,00, equivalentes a 20.05% dos R$ 3.038.878,61 que a Nordeste tinha a receber por serviços prestados à Compesa, Fundarpe, Secretaria de Educação e Bandepe.


Apesar de detalhar como concordou em ser extorquido em 96, o empresário afirma ter-se recusado a pagar uma nova "comissão", em 98. A concorrência em questão era a de nº 04/98, para a realização de serviços de vigilância das 1.170 escolas estaduais, num contrato anual estimado em R$ 40,7 milhões. Para "vencer" a licitação, segundo Macedo, a Nordeste deveria pagar uma comissão de R$ 3 milhões a Eduardo Campos.


"Eu não poderia compactuar com essa fraude que ele (Campos) quis montar contra o Estado. E não só não concordei, como impedi que outros pagassem essa extorsão. Entrei na Justiça todas as vezes que ele tentou fazer a concorrência. A raiva dele é essa.
Depois disso, a Nordeste deixou de receber pelo serviço que vinha prestando. Foi uma vingança", completa Paulo Sérgio Macedo.




J

3 comentários:

Profdiafonso disse...

Cumpadi, rebloguei este texto, mas fiz uma ressalva em forma de nota de editoria.

Nota da Editoria-geral do Terra Brasilis:

Em que pese o conteúdo da matéria acima, este editor considera que o Governador Eduardo Campos não apresenta perfil de corrupto e nunca deu mostras de que esteve ou esteja metido em atos de corrupção. Até segunda ordem, claro está.

O TERROR DO NORDESTE disse...

Cumpadi, eu não boto minha mão no fogo, não, viu? Adespois eu conto umas cabeludas que soube, de fonte segura.

Profdiafonso disse...

Então, tá... Como disse, até segunda ordem... rss