quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Kassabinho e 2012


Gilberto Kassab tem poucos motivos para brindar o ano novo. Não terá somente que se desdobrar para recuperar os índices de aprovação, que despencaram ao longo de 2009, mas reavaliar toda a sua estratégia política.


Por alguns meses, o DEM pensou em um voo mais ambicioso para o prefeito de São Paulo. Lançá-lo ao governo do Estado, por exemplo.


Kassab despontava como nova liderança dentro e fora do partido. Passara com louvor no teste das urnas em 2008. Por que perder o embalo? Além disso, há a desavença entre José Serra e o candidato tucano, Geraldo Alckmin. O governador não haveria de se opor à ideia de patrocinar dois nomes de sua base. No entanto, a administração Kassab derrapou feio em 2009 ao lidar com restrições orçamentárias. Não tomou decisões sensatas em muitas áreas cruciais, como varrição de ruas, merenda escolar e controle de enchentes. A Cidade Limpa virou a Cidade Descuidada.


Pior: Kassab mostrou-se indeciso. Cansou-se de anunciar "maldades" e depois recuar -um jogo sádico com o município, que comprometeu tanto a imagem do bom executivo como a do político afável. Quando enfim manteve a palavra, foi para aumentar o IPTU. Afe.


O eleitor, claro, reagiu. O boneco Kassabinho da campanha deve estar levando agulhadas de vodu. Em um ano, dobrou o número de paulistanos que acham ruim ou péssima a gestão -de 13% para 27%. Os que a consideram ótima ou boa caíram de 61% para 39%. A avaliação derreteu em todos os recortes: renda, sexo, idade e escolaridade. Sem o respaldo da cidade, Kassab torna-se "inelegível" em 2010.


Obriga o DEM, em vez de avançar no cenário estadual, a tentar proteger o municipal. Conseguirá um prefeito anêmico fazer o sucessor?


Os rivais pegaram a deixa. Perceberam que 2010 também servirá ao jogo de 2012. Não à toa, voltou-se a falar no PT nos nomes de Aloizio Mercadante e Fernando Haddad. FSP.

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