segunda-feira, 23 de abril de 2012

A falta de ética da revista Veja


Policarpo Jr., o editor da Veja que mantinha perigosas ligações com o mafioso Carlinhos Cachoeira, ainda pode dormir sossegado. É o que sugere o artigo do seu chefe, Eurípedes Alcântara, publicado no sítio da revista. O texto, que estranhamente não saiu na edição impressa, é um arrazoado teórico sobre a “ética no jornalismo”. Ele visa unicamente limpar a barra da Veja, acusada de se associar ao crime organizado.

O artigo serve como peça de defesa preventiva, já que alguns parlamentares que integram a CPI do Cachoeira anunciaram que pretendem convocar para depor o jornalista Policarpo Jr. e o capo da publicação, Roberto Civita. Sem citar o nome do mafioso, Eurípedes Alcântara insiste na tese de que o uso de fontes bandidas não caracteriza banditismo midiático.


Santos, corruptos e a mídia


O diretor de redação da Veja não revela o que o seu serviçal tratou, em mais de 200 telefonemas, com o chefe da quadrilha. De acordo com escutas telefônicas vazadas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira se jactou de contar os serviços da revista para desgastar e derrubar integrantes do governo Dilma visando beneficiar os seus negócios ilícitos.

Na prática, Eurípedes tenta justificar as ligações da revista com o crime organizado. Nesta relação promíscua, cabe tudo: o uso de grampos e vídeos ilegais, o “assassinato de reputações”, a propaganda disfarçada de negócios escusos, entre outras bandalheiras. “Entrevistar o Papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe”, argumenta o diretor da Veja.


Veja no banco de réus

O seu caradurismo é risível. “Veja nunca permitiu que suas páginas fossem usadas para outro fim que não a busca do interesse público. Sempre que uma denúncia é publicada alguém ganha e alguém perde. Um ministro cai, e outro ministro sobe. Um grupo político é prejudicado, e outro grupo político é beneficiado. São consequências normais da divulgação de fatos verdadeiros”.

Nem ele próprio deve acreditar nestas bravatas. Quem conhece a sinistra história da revista Veja sabe muito bem que ela sempre defendeu interesses privados – e não públicos – e que sempre se comportou como partido político da direita. Ela não tem nada de isenta e nunca primou pela “ética jornalística”. Agora, Eurípedes “teoriza” temendo que a Veja seja chamada ao banco de réus! Blog do Miro

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