segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O SHOW DE CINISMO CONTINUA

''Não pode pôr nada debaixo do tapete''

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) é o autor do projeto de resolução que será votado amanhã e pretende mudar o regimento interno da Casa, criando uma corregedoria autônoma e independente da Mesa Diretora. Com a aprovação do projeto de resolução de Jungmann, que será apreciado pelo plenário depois da votação da MP das Filantrópicas, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), vai nomear o novo corregedor da Casa. Em entrevista ao Estado, Jungmann afirmou que as denúncias contra Moreira trouxeram prejuízo para a imagem da Câmara. Para ele, nada pode ser colocado "embaixo do tapete". O deputado disse ser contra proposta de transferir para o Judiciário a análise dos casos de perda de mandato. A seguir, os principais trechos da entrevista.

O senhor tem defendido a tese de que a Corregedoria da Câmara deixe de ser vinculada à segunda vice-presidência da Câmara e já trabalha em projeto de resolução para isso. O que o motivou?

Em primeiro lugar, a Câmara, ao contrário do Senado, não tem corregedoria com estrutura, autonomia e independência que zele pelo regime disciplinar dos deputados. Em segundo lugar, eu defendo a tese de que o corregedor seja indicado pelo presidente da Casa, que o fará aos olhos da opinião pública e comprometido com a ética. E é assim que eu acredito que o presidente Michel Temer vai fazer. A ideia é que o corregedor tenha um mandato, de dois anos, e fora da Mesa Diretora. Ele poderia ser retirado apenas pelo plenário e seria uma maneira de evitar que eventuais maiorias corporativas bloqueiem as ações disciplinares e punitivas quando elas forem necessárias. O cargo do corregedor deve ser inegociável e uma prerrogativa do presidente. Como se trata de um projeto de resolução, precisa passar pelo plenário. Eu já conversei com o presidente Temer e ele disse que concorda.

Logo que tomou posse no cargo, vieram à tona irregularidades envolvendo o deputado Edmar Moreira. Como o senhor viu esse problema?

Vi como prejuízo duplo para a imagem da Casa e da Mesa. Eu fiquei preocupado. A Mesa Diretora é a face da Câmara e a atual será em um momento de sucessão presidencial. Assim que fui informado dos acontecimentos envolvendo o novo corregedor eu procurei os líderes e falei com os deputados. A deterioração, a meu ver, tem de ser estancada agora ou se torna irreversível. Além da criação de uma corregedoria independente da Mesa eu defendo a reforma do Conselho de Ética, o voto aberto em plenário e a transparência na prestação de contas dos deputados e senadores.

O ex-corregedor falava em ?vício da amizade? e defendia a ideia de que deputados envolvidos em irregularidades deixassem de ter seus mandatos julgados por seus pares na Casa. Que acha disso?

Eu discordo. Se assim fosse, um juiz não poderia julgar um juiz nem um desembargador poderia julgar um desembargador. Na esfera pública, as relações privadas e ou de amizade ficam de fora. A coisa pública é regida por normas impessoais.

Que providências os deputados devem tomar frente aos últimos acontecimentos?

Essa é uma questão para a Casa decidir e resolver. Mas a Câmara não pode colocar nada embaixo do tapete.
Coementário.
Até aonde vai o cinismo de Raul Jngmann? Como sabido, este meliante está sendo processado no STF, depois de uma manobra feita por ele, que pediu fosse seu processo remetido ao citado Tribunal, por ter desviado, junto com a esposa de Ricardo Noblat e outros acusados, R$ 39 milhões de reais do INCRA quando de sua passagem pelo governo FHC como ministro do MDA. Também é denunciado, junto com o ex-governador biônico de Pernambuco Gustavo Krause, por ter feito uso de avião da FAB para tomar umas pingas(dizem que Jungmann adora umas pingas, nada demais nisso) em Fernando de Noronha. Foi provado, ainda, que ele gastou alguns trocados da União, com cartão corporativo, para fazer massagem numa clínica lá em Brasília. Não obstante esses processos que tramitam contra ele, nunca se cogitou a hipótese de esse cafajeste responder por estes atos lesivos à União perante o Conselho de Ética da Câmara.Veja que os crimes atribuídos a ele é igual ou pior do que os atos que é acusado o deputado casteleiro. Pois bem, agora Raul Jungmann, como paladino da moral de dos bons costumes, é autor de uma lei que cria uma Corregedora autônoma na Câmara dos deputados, porque, segundo ele, as denúncias contra Moreira trouxeram prejuízo para a imagem da Câmara. Para ele, nada pode ser colocado "embaixo do tapete". É MUITO CINISMO DESSE OPORTUNISTA SAFADO, NÃO É NÃO?. Tem mais: tanto safado quanto Jungmann, é o repórter que fez a entrevista com ele. Em nenhuma das perguntas feitas o sabujo fez referência aos atos delituosos praticados pelo deputado trambiqueiro.

Um comentário:

Unknown disse...

Meu caro, o congresso esta poluido.
Só nos resta mudar em 2010. Caso contrário bye bye democracia.