domingo, 15 de março de 2009

APOSTILA DE SERRA FOI COMPRADA NA FEIRA DA MUAMBA DO PARAGUAI

Perdido na América: apostila de Serra tem dois Paraguais

14/03/2009

Os tucanos de São Paulo acham que vivem no Primeiro Mundo. Muitos torcem o nariz para qualquer política de aproximação com os vizinhos da América Latina... Isso talvez explique o erro grosseiro nas apostilas distribuídas pelo governo Serra às escolas estaduais: o mapa de Serra tem dois Paraguais, um no lugar do Uruguai e outro na Bolívia.

Chama a atenção que a Secretaria de Educação tenha autorizado a impressão, e depois a distribuição para as escolas de um material tão grotesco.

O assunto foi destaque na edição desta sexta-feira, no Diário da Região, de São José do Rio Preto. E aparece também no site do jornal. Na imprensa serrista ("Folha" e Estadão), por enquanto nada foi publcado.

Talvez tenha faltado tempo pra revisar as apostilas. Eu compreendo: o governo estava muito ocupado distribuindo para os professores a revista Nova Escola da Abril. Sites e blogs trouxeram essa informação: o governo do Estado de São Paulo pagou (ou doou?) 3,7 milhões de reais à Abril, para que a revista entregasse 220 mil exemplares da revista aos professores da rede estadual. Leia aqui http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=6713.

Serra gasta dinheiro e tempo com a Abril. Aí, falta tempo pra conferir o mapa da apostila, e sai assim: com dois Paraguais. Confirma abaix oa matéria do Diário da Região.

Apostila de Serra tem dois Paraguais, um no Uruguai e outro na Bolívia
São José do Rio Preto, 13 de março de 2009
Lucas Lourenço

O material didático produzido e distribuído este ano pelo governo José Serra à rede pública de ensino possui erros geográficos que indignaram professores e alunos de Rio Preto. Na apostila do primeiro bimestre de geografia dos alunos da 6ª série do ensino fundamental, o Paraguai está localizado no lugar do Uruguai e vice-versa, no Mapa da América do Sul. Além disso, o Paraguai também aparece dentro da área geográfica da Bolívia. O mapa, impresso na página 8 da apostila, também impede que os alunos visualizem o Equador, um dos países sulamericanos que não fazem fronteira com o Brasil. Desta forma, a tarefa que pede a interpretação do mapa fica prejudicada, já que uma das perguntas feitas é justamente “quais são os países sulamericanos que não possuem fronteira com o Brasil?”“
Como o aluno vai identificar o Equador se ele sequer aparece neste mapa?”, indagou um professor de geografia ouvido pelo Diário. Segundo ele, a apostila é a única autorizada pelo governo estadual a ser aplicada em sala de aula. “A correção dos erros acaba ficando por conta do professor. É o que estou fazendo com meus alunos. Muitos deles já tinham percebido o engano também”. Não é a primeira vez que erros aparecem em apostilas distribuídas pelo Estado à rede pública. Em matéria do dia 7 de junho do ano passado, o Diário mostrou que em uma apostila que orientava professores de inglês das 8ª séries, a palavra ensino, na página 11, estava grafada com “C” (“encino”).
Outros problemas
Além de apresentar erros no mapa da América do Sul, a apostila de Geografia não agrada aos professores. “Ela não possui texto. Assim, todo ensino fica baseado na oralidade e no conhecimento prévio do professor. Só por esta apostila, o aluno tem uma dificuldade imensa de aprender alguma coisa”, disse o professor ouvido pelo Diário. Segundo ele, por norma da Secretaria de Educação, as escolas não podem usar outro material didático. Porém, os professores acabam complementando o conteúdo da apostila com lições colhidas em outros livros. “Passo para eles copiarem na lousa o que vejo em outros materiais”. Cada apostila de geografia tem 40 páginas e é adotada bimestralmente. Assim, outras três ainda vão chegar à rede pública de ensino.
Secretaria de Educação
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que os erros na apostila de Geografia já haviam sido identificados e informados aos professores de toda rede; por isso, o material não será trocado. Segundo a Secretaria, os erros ocorreram na impressão e que uma errata foi disponibilizada no site www.educacao.sp.gov.br. O órgão alega que os cadernos são materiais complementares aos livros didáticos e não os únicos materiais de trabalho. O Diário tentou acessar a nota de correção, mas não conseguiu encontrá-la no site citado.

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