07/03/2009
Itália: Comunidades eclesiais de base condenam excomunhões anunciadas por arcebispo de Recife
ROMA, 7 MAR (ANSA) - As comunidades eclesiais de base italianas afirmaram que a excomunhão dos médicos que realizaram o aborto da garota brasileira de 9 anos que ficou grávida de gêmeos após ser violentada pelo padrasto demonstram, "mais uma vez, o sentido de distanciamento radical entre a 'Igreja do Poder' e os dramas humanos".
Em nota difundida hoje, as comunidades criticam também o apoio dado por autoridades do Vaticano à decisão do arcebispo de Olinda e Recife (PE), d. José Cardoso Sobrinho, que excomungou a mãe da menina e todos os médicos que participaram do aborto, na última quarta-feira.
A garota foi submetida ao procedimento porque a gravidez, próxima do quarto mês, colocava sua vida em risco.
"O apoio que o Vaticano deu imediatamente ao bispo brasileiro torna evidente o caráter universal deste distanciamento [em relação aos dramas humanos]", afirma o texto.
O comunicado enfatiza ainda os direitos da mulher envolvidos no caso. "Na América Latina, como na Europa e em todas as partes do mundo, está se consumando uma destrutiva fratura entre os instrumentos religiosos, que estão cada vez mais encharcados de fundamentalismos, e o mundo feminino", prossegue a nota.
Ontem, o arcebispo pernambucano reiterou que a mãe da menina e todos os médicos envolvidos em seu aborto estavam excomungados, o que na prática impede que um fiel possa receber os sacramentos da igreja, como a comunhão e o casamento.
Hoje, o religioso considerou que todas as pessoas punidas podem ser perdoadas caso mostrem arrependimento.
Ele também afirmou que o padrasto da menina, que confessou ter abusado dela e de sua irmã mais velha, de 14 anos, não sofrerá a mesma punição porque o estupro não figura entre os crimes considerados gravíssimos pela Igreja Católica.
Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o cardeal Giovanni Battista Re, presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, criticou a realização do aborto e defendeu a medida adotada por d. José Cardoso.
"É preciso proteger a vida", disse o religioso, para quem "os ataques à igreja brasileira são injustificados". Em sua opinião, "a excomunhão é justa porque a operação [do aborto] é a supressão de uma vida inocente."
Ele afirmou ainda que este "é um caso triste, mas o verdadeiro problema é que os dois gêmeos concebidos eram pessoas inocentes, que tinham o direito de viver".
Ao falar sobre o caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou ontem a decisão do arcebispo pernambucano como "conservadora" e afirmou que a medicina estava "mais correta" que a igreja.
Em resposta, d. José Cardoso disse que o presidente demonstrou não conhecer as leis da igreja e recomendou que ele procurasse orientação teológica.
A menina teve alta ontem e já deixou o hospital. O padrasto está preso em Pesqueira, cidade vizinha de Alagoinha, onde a família vivia.
ROMA, 7 MAR (ANSA) - As comunidades eclesiais de base italianas afirmaram que a excomunhão dos médicos que realizaram o aborto da garota brasileira de 9 anos que ficou grávida de gêmeos após ser violentada pelo padrasto demonstram, "mais uma vez, o sentido de distanciamento radical entre a 'Igreja do Poder' e os dramas humanos".
Em nota difundida hoje, as comunidades criticam também o apoio dado por autoridades do Vaticano à decisão do arcebispo de Olinda e Recife (PE), d. José Cardoso Sobrinho, que excomungou a mãe da menina e todos os médicos que participaram do aborto, na última quarta-feira.
A garota foi submetida ao procedimento porque a gravidez, próxima do quarto mês, colocava sua vida em risco.
"O apoio que o Vaticano deu imediatamente ao bispo brasileiro torna evidente o caráter universal deste distanciamento [em relação aos dramas humanos]", afirma o texto.
O comunicado enfatiza ainda os direitos da mulher envolvidos no caso. "Na América Latina, como na Europa e em todas as partes do mundo, está se consumando uma destrutiva fratura entre os instrumentos religiosos, que estão cada vez mais encharcados de fundamentalismos, e o mundo feminino", prossegue a nota.
Ontem, o arcebispo pernambucano reiterou que a mãe da menina e todos os médicos envolvidos em seu aborto estavam excomungados, o que na prática impede que um fiel possa receber os sacramentos da igreja, como a comunhão e o casamento.
Hoje, o religioso considerou que todas as pessoas punidas podem ser perdoadas caso mostrem arrependimento.
Ele também afirmou que o padrasto da menina, que confessou ter abusado dela e de sua irmã mais velha, de 14 anos, não sofrerá a mesma punição porque o estupro não figura entre os crimes considerados gravíssimos pela Igreja Católica.
Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o cardeal Giovanni Battista Re, presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, criticou a realização do aborto e defendeu a medida adotada por d. José Cardoso.
"É preciso proteger a vida", disse o religioso, para quem "os ataques à igreja brasileira são injustificados". Em sua opinião, "a excomunhão é justa porque a operação [do aborto] é a supressão de uma vida inocente."
Ele afirmou ainda que este "é um caso triste, mas o verdadeiro problema é que os dois gêmeos concebidos eram pessoas inocentes, que tinham o direito de viver".
Ao falar sobre o caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou ontem a decisão do arcebispo pernambucano como "conservadora" e afirmou que a medicina estava "mais correta" que a igreja.
Em resposta, d. José Cardoso disse que o presidente demonstrou não conhecer as leis da igreja e recomendou que ele procurasse orientação teológica.
A menina teve alta ontem e já deixou o hospital. O padrasto está preso em Pesqueira, cidade vizinha de Alagoinha, onde a família vivia.
Folha Online.
Um comentário:
O Clero deveria pautar suas orientações religiosas em algo chamado respeito, RESPEITO a uma criança violentada, que é fato real e comprovado.
Punir quem tenta amenizar uma violência tatuada na carne e alma de uma criança de nove anos, É ENDOSSAR A AUSENCIA DE AMOR A VIDA.
O Clero muitas vezes protagonista de abusos sexuais, pedofilia, não tem moral para falar em excomunhão e muito menos de ocupar a mídia com falsas ideologias.
O super herói que abusou dessa criança, espelho de vários machos incompetentes não deveria SER EXCOMUNGADO já que representa A NOBREZA DE UMA RELIGIÃO QUE A MUITO DEIXOU DE SER O QUE DEUS SE PROPOS.
A medicina na pessoa desse médico eu me inclino e AGRADEÇO ter feito com as bênçãos de DEUS, o que ele faria em nome de uma vida violentada e maltratada.
AOS MACHOS COM OU SEM BATINA, deixo minha mensagem como mulher que se sente ofendida em suas crenças religiosas.
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