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Alvaro Dias tenta, mas não consegue impedir Hora H de circular
O candidato do PDT ao governo do Estado do Paraná, senador Alvaro Dias, mandou recolher a edição do jornal Hora H que trazia matéria sobre desvio de verbas para campanha eleitoral e vinculava seu nome às denúncias. O juiz Paulo César Bellio acatou a medida cautelar encaminhada pelo candidato, que pedia busca e apreensão da edição número 344 – de quinta-feira (15/8) - do jornal. A alegação do senador foi de que a reportagem com informações "inverídicas e difamatórias" contra ele.
O tiro saiu pela culatra: a apreensão foi efetivada somente na sexta-feira (16/08) e com isso, pouquíssimos exemplares foram recolhidos pelos oficiais de Justiça. Além disso, a medida judicial foi noticiada por outros jornais e repercutiu mal para Alvaro Dias, acusado pelos demais candidatos ao governo de tentar impor censura à imprensa.
A notificação oficial chegou somente nesta segunda-feira (19/08) à redação do Hora H, e mesmo assim via fax, e não entregue por oficial de Justiça. Além dos exemplares impressos, a medida também determinou a retirada do ar do site do jornal (www.horahnews.com.br). A edição de quinta-feira do site continha o mesmo texto, onde Alvaro é acusado de ter utilizado recursos desviados da prefeitura de Maringá para pagar despesas de sua campanha para o Senado em 1998.
De acordo com o editor do Hora H, André Lopes, depois de receber a notificação, hoje, a reportagem foi retirada do site do jornal. No lugar dela, entraram tarjas pretas, simbolizando censura. Mas todas as demais matérias, repercutindo o fato, foram mantidas.
Ainda segundo André, a direção do Hora H considerou “estranhos” os endereços que constam na notificação, indicados pelo juiz para apreensão dos exemplares: todos os diretórios do PMDB de Curitiba, além do endereço residencial do proprietário do jornal, Cícero Cattani; do hotel que ele possui em um município próximo de Curitiba; da própria redação do jornal e ainda o endereço da Editora O Estado do Paraná, onde roda o Hora H. André Lopes lembrou que proprietário da editora, Paulo Pimentel, é também candidato ao Senado pelo PMDB, mesmo partido de Roberto Requião, candidado ao governo e atualmente ferrenho adversário de Alvaro Dias na disputa: as pesquisas mostram os dois candidatos praticamente empatados.
Carolina Cattani, filha de Cícero Cattani e diretora de conteúdo do site, afirma que o Hora H não está vinculado a nenhum candidato. “Inclusive, o Alvaro foi recentemente notícia de capa do jornal”.
No pedido para retirada dos exemplares, os advogados do candidato alegam que as notícias estão "absolutamente distorcidas e equivocadas", revelando a intenção de "denegrir e ofender a honra e a dignidade" do senador. No despacho, o juiz disse ter constatado "a divulgação de notícias ofensivas à honra" do candidato, "caracterizando, em tese, crime eleitoral".
A reportagem do Hora H foi baseada em depoimento à Justiça Federal do ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luiz Antonio Paolichi, preso há quase dois anos sob a acusação de comandar um esquema que teria desviado mais de R$ 100 milhões dos cofres da prefeitura maringaense. Parte dos recursos teriam custeado campanhas eleitorais de vários políticos, entre eles Alvaro Dias, cujas despesas de R$ 200 mil com o aluguel de uma aeronave teriam sido pagas pelo esquema, segundo o depoimento do ex-secretário.
As denúncias foram amplamente divulgadas na época do depoimento, em fevereiro do ano passado, chegando a motivar a criação de uma Comissão Especial de Inquérito na Assembléia Legislativa para apurar o caso. A CEI não chegou a qualquer conclusão. Ainda na época, Alvaro rechaçou as denúncias, garantindo ter prestado contas das despesas de campanha à Justiça Eleitoral e negando ter sido beneficiado por recursos desviados da prefeitura maringaense.
Praticamente todos os jornais do Paraná noticiaram a determinação judicial na sexta-feira, 16/08. A edição do Hora H do mesmo dia repercutiu o fato, ouvindo os demais candidados ao governo do Estado – todos rechaçando a atitude de Alvaro Dias, considerada como censura à imprensa.
Carolina Cattani também acusa o candidato do PDT de tentar promover censura à imprensa e afirmou que o jornal está recorrendo judicialmente. "A partir do momento em que não foi pedido direito de resposta, só podemos concluir que é uma tentativa de censura", disse Carolina ao repórter Ivan Santos, do Jornal do Estado.
Hoje, o Jornal do Estado publicou nota revelando que Alvaro Dias não toca no assunto quando questionado a respeito por repórteres.
Na sexta-feira, o site do Hora H divulgou o seguinte texto:
“O senador Alvaro Dias entrou com uma representação na Justiça Eleitoral contra este HoraH. Pediu busca e apreensão do último número impresso e a retirada do site do ar. O candidato do PDT ao governo do Estado protesta contra a matéria "Voando com o dinheiro público", que reproduz o depoimento do ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luiz Antonio Paolichi, que denuncia Alvaro como beneficiário de 200 mil dólares daquela prefeitura na campanha de 1998. A assessoria jurídica de Alvaro alegou "notícia inverídica e ofensiva à honra" do senador. A liminar foi concedida pelo juiz auxiliar Paulo Cesar Bellio.
O diretor do horaH, jornalista Cícero Cattani, que viajou nesta sexta-feira a Santa Catarina, para participar de um simpósio sobre "eleições e imprensa livre", voltou a defender a necessidade de haver a mais ampla e transparente discussão sobre quem são os candidatos em todas as campanhas eleitorais. ‘É uma oportunidade dos candidatos se desnudarem e se mostrarem por inteiro, sem o artifício da maquiagem’, afirmou”.
A Comissão Executiva do PMDB enviou aos jornais nota de repúdio, classificando a atitude de Alvaro Dias como “um atentado ao Estado de Direito, tão bravamente defendido pelo presidente nacional do PDT, Leonel Brizola”. O texto afirma também que neste caso, o procedimento correto, dentro da liberdade de imprensa, seria pedir o direito de resposta.
http://www.triangulomineiro.com/noticia.aspx?catNot=60&id=1483&nomeCatNot=Cotidiano
*Algumas informações foram retiradas do Jornal do Estado .
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18/05/2009
Álvaro Dias desdenha Gabrielli e diz que vai lutar contra "pressão do governo" na CPI da Petrobras
Folha Online
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) desdenhou nesta segunda-feira o depoimento que o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, pretende fazer no plenário do Senado para esclarecer as dúvidas dos senadores. A estatal é suspeita de sonegação fiscal e fazer repasses irregulares de royalties a prefeituras. Ele também afirmou que a oposição vai precisar lutar contra a "pressão" do governo federal contra a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras.
"A mim não altera absolutamente nada a palavra do presidente da Petrobras. Ele não vai me convencer, os fatos já existem", afirmou o senador durante gravação do programa de entrevistas "Roda Viva", da TV Cultura.
"A palavra do presidente da Petrobras não absolve ninguém que tenha praticado eventualmente um ato ilícito. A palavra do presidente da Petrobras não é habeas corpus para corrupção de ninguém."
Dias disse também que a oposição terá de se preparar para as "pressões" do governo federal. "Vamos ter que resistir à força da pressão que tem o governo sobre o Congresso. Evidente que teremos uma CPI com força governista e nós vamos ter que fazer o possível", disse.
Ao ser questionado sobre o desempenho das ações da Petrobras com a instalação da CPI, Dias afirmou que uma possível desvalorização também pode ocorrer em escândalos de corrupção e impunidade. "O que desvaloriza é corrupção, impunidade. Isso desvaloriza, isso joga no chão, isso quebra a empresa. Agora, buscar seriedade, de forma nenhuma isso desvaloriza a empresa."
Veja bem: Álvaro Dias foi acusado de ter metido saqueado recursos públicos da prefeitura de Maringá(PR). Atualizando o valor saqueado(1998), o montante roubado chega a mais de 1 milhão de reais.
Agora, sinceramente, responda-me:
Que moral tem um sujeito acusado de corrupção para acusar uma outra pessoa por suposta prática de corrupção?
Sinceramente, eu acho que nenhuma. Pois bem, é este tipo de gente que cobra honestidade dos outros.
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