14/05/2009
Para Fiesp, pior fase do desemprego já passou
SÃO PAULO (Reuters) - Apesar do número negativo registrado em abril, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vê sinais de que o emprego no setor caminha para a estabilidade entre geração e corte de postos, algo que já poderá ser visto em maio.
O emprego na indústria paulista caiu 1,09% em abril sobre março, com ajuste sazonal, mas sem ajuste registrou uma alta de 0,8%, o que equivale à abertura de 19 mil vagas no mês.
"Ainda estamos com uma diminuição residual do emprego da indústria", disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, em encontro com a imprensa nesta quinta-feira.
"Não nos surpreenderia se em maio chegássemos a uma estabilidade", afirmou o executivo, referindo-se aos demais setores da indústria, já que os segmentos ligados a açúcar e álcool continuam na fase geradora de vagas já vista nos meses anteriores.
Em abril, o setor de açúcar e álcool gerou 28.207 vagas, enquanto os demais segmentos cortaram 9.207 postos, gerando o saldo positivo de 19 mil vagas.
No acumulado deste ano, o setor de açúcar e álcool gerou 52.456 vagas, mas os demais segmentos eliminaram quase 100 mil postos de trabalho, deixando um saldo negativo de 47,5 mil vagas.
Por isso, Francini avalia que, quando a crise desembarcou no Brasil, "pousou no ninho da indústria".
Dos 22 setores pesquisados pela federação, 17 tiveram desempenho positivo de vagas no mês de abril, enquanto cinco apresentaram desempenho positivo.
O maior índice de crescimento de postos de trabalho ficou com Fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, com alta de 15%, seguido por Produtos alimentícios, com alta de 10,8%, ambos ligados, respectivamente, a álcool e açúcar.
Já os piores índices no mês ficaram com Produtos de madeira, que teve recuo de 4,3% no emprego, e Metalurgia, com queda de 2,6%.
Sensor positivo
Os números que levam a Fiesp a acreditar que os índices de emprego devem melhorar a partir do próximo mês fazem parte da pesquisa Sensor da primeira quinzena de maio, índice que aponta a percepção dos empresários a respeito das perspectivas econômicas.
O índice do sensor geral da quinzena ficou em 53,2 pontos, acima, portanto, do 51,4 registrado na segunda quinzena de abril. O índice é positivo sempre que está acima de 50 pontos. "O Sensor ganha um aspecto positivo mais claro" nessa última medição, avaliou Francini.
No aspecto vendas da pesquisa, o índice foi de 60,4 pontos, "número que não ocorre desde outubro", destacou Francini.
Os estoques também mostram recuperação dos níveis baixos registrados em dezembro e ficaram em 44 pontos. Pelo conjunto da pontuação, o diretor da Fiesp acredita que "a pior fase para o emprego na indústria paulista está sendo abandonada".
(Por Taís Fuoco, Uol)
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