domingo, 9 de janeiro de 2011

Vamos gastar com a educação!

Movido pelos ventos do novo Governo e pelas fundadas expectativas da continuidade dos projetos de inserção social que foram a marca do que se despediu, quero propor uma reflexão sobre a Educação. Creio que está na hora, mais do que sempre, de fazer com que a Educação venha a cumprir seu papel mais importante, qual seja o de propiciar a mobilidade social e, com ela, a inserção definitiva do Brasil no concerto das grandes nações do planeta, no limiar deste século.

Há reconhecidas realizações do governo Lula no campo do ensino, com marcantes avanços em determinadas áreas . A maior democratização do acesso ao ensino superior é uma marca , com a criação de 14 novas Universidades Federais e de 130 expansões universitárias , o surgimento do PROUNI – processo que já levou 700 mil pessoas aos bancos universitários -, a consolidação do ENEM (a despeito das trapalhadas administrativas). O estímulo à educação à distância , a criação do FUNDEB e sua política de financiamento da educação, a criação recorde de mais de uma centena de escolas técnicas, e o número crescente de estudantes no Ensino Médio são outras vitórias no campo da Educação.

A verdade, porém, é que ainda há muito a fazer, particulamente no que diz respeito à qualidade do que se produz nas áreas da educação infantil e do ensino fundamental e médio, neste mais do que naquele. Não há grandes aplausos nesses âmbitos, quando se examinam os índices que os retratam.

É claro que essas deficiências são um legado histórico, uma dívida com o social que o governo que saiu resolveu assumir mais claramente que os anteriorres. O ministro Haddad, sem passar por cima dos problemas, afirma, que, a julgar pelos dados do último IDH, o Brasil abriu mais vantagens sobre o passado do que os demais países elencados. Mas isso é pouco, e ele sabe

Há muitas faces a destacar, quando se pensa na continuidade do processo que busca a melhoria do nosso ensino. Isso constitui assunto para muitas colunas. Mas, indiscutivelmente, uma dessas faces é a evidente crise no âmbito do magistério, materializada em números que deixam clara a pouca atratividade dos jovens de hoje pela atividade de lecionar. Baixos salários, condições estruturais deficientes para o exercício da profissão, imperfeitos planos de carreira, insatisfatórios projetos de atualização e formação continuada, tudo isso e muito mais acaba por refletir-se em estatística que revela que o magistério está em baixa.

O pessoal do PSOL , durante o processo eleitoral, tendo no Plínio Arruda o principal locutor, bateu na tecla dos 10% do PIB para a Educação, como uma espécie de “cláusula pétrea” de um projeto de redenção social no país. Embora alguns posicionamentos do PSOL, hoje, me pareçam dissonantes com a a realidade concretamente possível, no caso dessa proposta, devo dizer que concordo, sem restrições. Se há funções sociais que o Estado tem que desempenhar – um Estado que se pretende voltado para as camadas mais sofridas do povo e para a superação dos desníveis - , a principal se direciona para os bancos escolares. E a sociedade consciente deve lutar pelo aumento do aporte do PIB para a Educação (hoje , entre 4% e 5%) em percentagem que seja, ao menos, similar à dos países mais desenvolvidos.

O ideal republicano abomina discriiminações. Se queremos pensar em democracia e em igualdades de direitos, não é admissível uma realidade em que alguns – minoria, e não por acaso - recebem educação de qualidade, enquanto outros estão bem longe disso, por motivos de ordem econômica, em um apartheid social.

Uma escola pública que, em lugar de reduzir as distâncias sociais, só faz aprofundá-las, naõ merece a qualificação de democrática.

Aqui me reservo um egocêntrico direito às minhas recordações de estudante, para lembrar o Colégio Pedro II, com seu ensino de excelência e seus valores de cidadania que sempre propiciaram espaço igual para os ricos e os pobres. O Pedro II é exemplo vivo (porque ainda não perdeu algumas de suas características fundamentais de origem) de que é possível a superação desse enclave social com ensino público de qualidade. E outros empreendimentos existiram e existem no país, a mostrar que há caminhos para o ensino público promissor. Colégios de Aplicação vinculados às universidades e escolas técnicas espalhadas por todos o país são imperativos de uma educação pública democrática e , nesse caso, voltada decisivamente para o mercado de trabalho, para a inserção imediata como resultado de um proceso educativo. Os recentes episódios do complexo do Alemão, no Rio, trouxeram de volta o debate sobre a concepção de colégios como os CIEPS, por exemplo, que poderiam trazer consigo a disseminação de valores e princípios de inclusão que vinculassem a teoria à prática.


Acho que se deve gastar , e muito , na educação. Os 10% do PIB, por que não? Ainda somos um país com cerca de 10% de analfabetos, em que apenas 36 % da população têm o Ensino Fundamental (incompleto), 23 % têm o Ensino Médio completo e 10% concluíram o nível Superior. E nem falamos aqui da necessidade premente da reformulação de um processo geral de gestão da aprendizagem, que passa pela incorporação definitiva das mídias digitais ao processo educativo, com todas as implicações daí decorrentes.


Aplicar o dinheiro dos impostos na Educação é distribuir renda, indiretamente. Os economistas conscientes, aliás, e com razão, corrigirão a frase que intitula este artigo. Não é gastar, é investir. E se o objetivo é o fortalecimento da cidadania e da dignidade, é investimento de retorno certo. Os ideais da democracia agradecerão


Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação

11 comentários:

Anônimo disse...

Em SP, a se continuarem: o desrespeito à data-base de reajuste dos salários dos servidores públicos estaduais; os baixíssimos salários pagos aos professores; os desvios das verbas da Educação para o superfaturamento das assinaturas de revistas e jornais (Veja, Época, Nova Escola, Atualidades Vestibular, Recreio, Folha, Estado etc) das famiglias Civitta, Marinho, Frias e Mesquita; a adoção de "apostilas" de péssimo conteúdo (impressas na gráfica de amigos do ex-secrtário, Paulo Renato); a aprovação automática dos alunos para as séries seguintes, sem seu efetivo preparo; etc, podem aumentar as verbas para 50% do PIB, que aqui a Educação continuará a mesma PORCARIA!!!

Anônimo disse...

Eita ministro fale menos e implemente um peso decente para os professores.Torne o professor um trabalhador a nível nacional e finalmente faça o piso prevalecer em todo território nacional.

VERA disse...

Ninguém fez mais pela Educação do que o Ministro Fernando Hadad, mas não dá pra corrigir os desmandos de 500 anos em 8! Além do mais, a responsabilidade pelos Ensinos Fundamental e Médio é dos Estados, e alguns desgovernadores, principalmente os tunganos, entraram no STF com uma ação de inconstitucionalidade contra o piso nacional do Magistério. Assim, fica difícil conseguir mudar as coisas!

Anônimo disse...

Ninguém fez mais contra a Educação do que o Ministro Fernando Hadad. Mas não deu para destruir, em oito anos, tudo o que foi construído durante 500. Ele se, contentou, então, em destruir o ENEM!

Anônimo disse...

Correção: colocar "Ele se contentou" no lugar de "Ele se, contentou".

VERA disse...

O comentário acima é próprio dos mauricinhos safados que estudam em escolas particulares até o EM e depois querem se apropriar de todas as vagas das universidedes públicas! E não se conformam de o ministro Hadad oferecer a oportunidade a todos, indistintamente!!! Vão estudar na USP, na UNICAMP e na UNESP, seus safardanas!!!

Anônimo disse...

O comentário acima é próprio dos vagabundos e safados que não estudam até o EM e depois querem se apropriar de todas as vagas das universidades públicas! E não se conformam de que o acesso às universidades públicas seja por mérito e, não, por por meio de políticagem preconceituosa, discriminatória e populista! Vão estudar nas madrassas do PT, seus safardanas!!!

VERA disse...

Vagabundos, safados e PRECONCEITUOSAO são os mauricinhos burgueses, que se acham proprietários das vagas nas universidades públicas, e que os filhos dos pobres não têm direito a elas! E são tão arrogantes e prepotentes que pensam que somente eles têm o "mérito" de consegui-las! Vão pagar as universidades demos-tunganas, seus safados, já que aprovaram a privatização da educação pelos partidos da privataria!!!

Anônimo disse...

"O comentário acima é próprio dos vagabundos e safados que não estudam até o EM e depois querem se apropriar de todas as vagas das universidades públicas! E não se conformam de que o acesso às universidades públicas seja por mérito e, não, por por meio de políticagem preconceituosa, discriminatória e populista! Vão estudar nas madrassas do PT, seus safardanas!!!"

"E NEM" vem que não tem!

Anônimo disse...

DONA VERA "PETRALHA DEMO TUNGANONA DA SILVA":

PETRALHAS são os petistas direta ou indiretamente ligados à "Sofisticada Organização Criminosa" (que é o modo como a ala podre do PT se organizou dentro do Estado, para apoderar-se dele, transformá-lo numa “ditabranda” e explorá-lo em seu próprio benefício) e àquele extenso segmento do partido que o ”Estadão” chamou de "Partido da Bandidagem". Compreendem desde os que se enquadram na turma do “Dá dois prá eu!” e do “Caraca! Que dinheiro é esse?”, até os que desviavam dinheiro público e privado para a compra de parlamentares, subvertendo a relação de independência entre os poderes e, portanto, a própria essência da democracia. Essas facções têm, assim, um duplo objetivo: o enriquecimento ilícito e a implantação de uma ditadura comuno-populista no país. Aí podem ser incluídos, também, todos os que, de uma forma ou de outra, apóiam ou tentam justificar os "erros" dos quadrilheiros (crimes, na novilíngua petralha, consagrada por Lula da Silva). Sinônimo: aloprados, que é como foram chamados pelo chefe supremo de todos os petistas, o qual se notabilizou, negativamente, pelo péssimo hábito de passar a mão na cabeça deles.

Que coisa mais sórdida, Dona Vera "PETRALHA DEMO TUNGANONA"!

VERA disse...

Seu mauricinho safado e preconceituoso! Escolas e universidades públicas são para os filhos dos pobres que não podem pagá-las! VCs que tanto são favoráveis à privataria demo-tungana é que devem "estudar" nas porcarias das universidades de que eles são proprietários!!! Vcs, neoliberais, são adeptos da privataria e da livre concorrência, desde que elas não os prejudiquem, né não?! Seus safardanas!!!