Pai dos BRICs aposta que Brasil cresce 5% por ano
Economista Jim O´Neill, responsável por notar, há mais de dez anos, o potencial de Brasil, Rússia, Índia e China, diz que o Brasil é o seu preferido do grupo e que esses países serão o motor do crescimento global nesta década; ou seja: o otimismo em relação ao Brasil é maior lá fora do que aqui, onde analistas e a imprensa atacam um "crescimento pífio" da economia, enquanto indicadores apontam a retomada da atividade econômica
Tudo indica, a partir de uma entrevista do economista Jim O´Neill ao jornal americano Wall Street Journal, que o otimismo em relação ao crescimento do Brasil é maior lá fora do que aqui. Responsável por perceber o potencial dos países Brasil, Rússia, Índia e China e por dar a eles o apelido de "BRICs", O´Neill aposta que o Brasil crescerá 5% nesta década. "Estou supondo que o Brasil vai crescer 5% e a Rússia, 4%", avalia.
Na conversa publicada nesta segunda-feira pelo Valor Econômico, o presidente do conselho da Goldman Sachs Asset Management diz ainda que os países do BRIC serão, cada vez mais, "o verdadeiro motor do PIB global". Ele prevê que, em 2015, o PIB agregado do grupo "provavelmente" será maior que o dos Estados Unidos e que o PIB mundial entre 2011 e 2020 será maior do que em cada uma das três últimas décadas "graças aos BRIC".
Em relação à zona do euro, o famoso economista afirma desconfiar que "a Europa vai voltar a ser maçante", o que realmente é, no fundo, a região, diz ele. "O potencial de crescimento da Europa é de cerca de 1,5% a 2% nesta década. Sim, a crise na zona do euro é dramática, mas acabaremos por resolvê-la de uma forma ou de outra. A grande pergunta é: Quando? Essa é a pergunta de um trilhão de euros".
Do grupo, em sua avaliação, a Índia é a que possui o maior potencial de crescimento nesta década, "sem dúvida", e a Rússia está para trás. Apesar de dizer que não quer ser conhecido pelo "Sr. Sigla", o economista revela sua mais nova criação: o MIST ("neblina", em inglês), que engloba México, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia. Segundo ele, esses países devem ser vistos distintamente de outros países emergentes. São "gente grande" e se sairão muito bem nesta década, mas não tanto quanto os BRIC, segundo ele.
Questionado sobre qual país do grupo mais gosta de visitar, Jim O´Neill respondeu: "O Brasil, sem dúvida. Porque eles gostam de futebol e eu também. Em 2012, não fui à Índia, mas fui ao Brasil, à Rússia e à China. Eu costumava ir à China com mais frequência".
Enquanto isso, no Brasil, o cenário é de pessimismo
O crescimento de 0,9% em 2012 deu o que falar por parte de economistas, imprensa e principalmente partidos da oposição ao governo. O número foi definido como "crescimento pífio" e "pibinho", enquanto medidas tomadas pelo governo a fim de estimular o consumo, o crescimento da economia e a queda da inflação também sofrem ataques. Ao falar sobre os dados do IBGE, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu que 2012 "foi um ano de melhorias nas condições de vida dos brasileiros".
Ainda segundo Mantega, ações do governo federal como redução de tarifas (da energia elétrica, por exemplo) e desoneração de impostos (como está por vir a da cesta básica) são estruturadas e vão começar a surtir efeito em pouco tempo. Indicadores apontam que haverá uma retomada da atividade econômica e que o pior momento ficou para trás. Há um mês, a OCDE divulgou dados que indicam que a economia brasileira estaria dando sinais claros de que voltará a crescer nos próximos meses. 247.
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