segunda-feira, 16 de março de 2009

CAMINHO LIVRE PARA O PIRATINI


16/03/2009

Paulo Cezar da Rosa, de Porto Alegre


O ministro da Justiça, Tarso Fernando Genro, deverá ser candidato a governador no Rio Grande do Sul. Semana passada, Olívio Dutra, ex-governador do Estado, ex-ministro das Cidades e atual presidente do PT gaúcho, anunciou na direção Executiva de seu partido que não é mais candidato a nada. No PT, o posto de candidato vinha sendo disputado pelos dois. Com isso, o terreno para a candidatura do ministro Tarso Genro fica livre.

Tarso tem boas chances de tornar-se governador. Verdade que a pavimentação da canditura do ministro ainda vai exigir muitos movimentos internos e externos. Por exemplo, uma das forças políticas que apoiava Olívio Dutra, diante da retirada deste, ensaia lançar Ari Vanazzi, prefeito de São Leopoldo, uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre, como candidato. Vanazzi, assim como outros nomes do PT gaúcho (Henrique Fontana, Pepe Vargas, Jairo Jorge e Maria do Rosário, por exemplo), faz parte da nova geração de lideranças que tende a suceder Tarso Genro, Olívio Dutra e Raul Pont.

Do ponto de vista externo, o desafio de Tarso Genro será costurar uma política de alianças que torne seu nome viável. Uma das apostas é que o atual senador Sérgio Zambiazi (PTB) venha a figurar como vice numa chapa com Tarso governador. Outra hipótese é atrair o PDT, prometendo apoiar o atual vice prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti, a sucessão de José Fogaça em 2010.

Os duros enfrentamentos da política gaúcha nos últimos anos levaram o PT ao isolamento no Estado. Nos últimos pleitos, a sigla vem tendo altos e baixos e colhido derrotas sigificativas em Porto Alegre e outros municípios importantes. Tarso é herdeiro destas derrotas. Não elegeu-se governador em 2002, quando renunciou o mandato de prefeito para disputar o Piratini, e não elegeu sucessor em 2004. Mas também é protagonista de vitórias. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, estrela emergente no PT gaúcho, é um dos que o apóia.

Um prefeito da região metropolitana me alertou ontem: “Nós temos de eleger o Tarso agora. Ele é a última tentativa de chegar ao governo com essa primeira geração. Depois, nós vamos ter de ver o que fazer.”
CartaCapital.

Nenhum comentário: