quarta-feira, 18 de março de 2009

EFEITO DOS DOIS PARAGUAIS: EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO É REPROVADA

18/03/2009

Educação de São Paulo continua longe de "nota azul"

As notas da educação pública de São Paulo estão todas abaixo de 4, em uma escala que vai de 0 a 10. Os dados do Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo) foram divulgados nesta quarta-feira (18) pela Secretaria de Estado da Educação e avaliam a qualidade do ensino no Estado.

No entanto o indicador mostra também que todas as etapas de ensino apresentaram alguma melhoria no índice no último ano. De 1ª a 4ª série, o indicador passou a 3,25 em 2008 (era de 3,23 no ano anterior). No segundo ciclo do fundamental (5ª a 8ª série), o Idesp saltou de 2,54 para a 2,60.

E no ensino médio, etapa de ensino em que 84,4% das instituições alcançaram o esperado, o índice chegou a 1,95 - em 2007 ele era de 1,41. Os planos da secretaria são que o ensino médio atinja nota 5; o ensino fundamental de 5ª a 8ª, nota 6; e, de 1ª a 4ª série, nota 7.

"Em educação nao existe milagre. Tudo é de médio e longo prazo. Não é possivel imaginar que em um ano as escolas se transformem em escolas de primeiro mundo, com desempenho da Finlândia. Isso não existe", disse a secretária Maria Helena Guimaraes de Castro.

O Idesp está ligado ao programa de bonificação dos profissionais da educação do Estado de São Paulo. Todas as escolas têm metas a serem alcançadas para receber as gratificações.


O ensino fundamental de 1ª a 4ª série, segundo os dados fornecidos pela secretaria, foi a etapa que mostrou melhoria de desempenho mais frágil. Apenas 40,5% das escolas cumpriram ou superaram a meta de melhoria da nota. Outros 10,5% melhoraram a qualidade mas não atingiram os objetivos traçados pelo Estado. Ao todo, 49% se mantiveram estagnadas ou tiveram queda na qualidade do ensino.

De 5ª a 8ª série do ensino fundamental, 44,8% das escolas alcançaram ou bateram os objetivos da pasta. Outros 11% das instituições tiveram melhorias inferiores ao que era esperado. O restante (44,2%), ou se manteve estável ou piorou.

A Secretaria de Estado da Educação informou que 71,4% das escolas estaduais alcançaram metas do Idesp e que, no total, 80,8% tiveram melhorias na qualidade de ensino. Esse percentual, no entanto, diz respeito a todas as instituições que apresentaram algum ciclo de ensino que atingiu os objetivos. Não foi dito se a totalidade do ensino dessas escolas melhorou.

Ou seja, se um colégio que oferece ensino fundamental e médio só teve melhoria no indicador para o ensino médio, por exemplo, ele está contabilizado dentro dos 80,8%. Questionada sobre quantas escolas cumpriram todas as metas, a secretária afirmou não possuir a informação.

Segundo a secretária, dentre as 379 escolas com os piores Idesps em 2007, 93,9% conseguiram melhorar a nota. "A secretaria ralizou um monitoramento permanente nessas escolas", disse ela.

Para ela, o ponto de destaque na divulgação foi a melhoria do desempenho do ensino médio. A pasta atribui o fato a três fatores: à melhor adequação idade/série dos alunos: 74% dos estudantes de 15 a 17 anos de São Paulo estão no ensino médio; à tendência de diminuição de matrículas no curso noturno; e à alteração na grade curricular para implantar revisão de conteúdo durante 6h semanais no 3º ano do ensino médio.


O Idesp leva em conta o desempenho de estudantes de 4ª e 8ª série do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio em avaliações de português e de matemática e fluxo escolar (taxa de aprovação e progressão nos estudos).

Nos dados divulgados nesta quarta-feira (18) não é possível verificar em qual das áreas houve melhora de desempenho das escolas. A secretaria informou que os dados do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), utilizados no cálculo do Idesp serão publicados apenas em abril.


Dois Paraguais

A secretária afirmou que os erros contidos nas apostilas de geografia de 6ª série, que traziam um mapa com mais de um Paraguai, aconteceram por falha na impressão. "Isso ocorre muito em jornais, que toda a semana publicam mapas errados", disse.

A Fundação Vanzolini, responsável pela revisão e impressão do material, afirmou que recolherá os livros com problemas e que arcará com os custos. "Não sei dizer hoje quanto tempo vai demorar", afirmou Maria Helena. Fonte:Uol Educação.

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