No Brasil de Gilmar Mendes, no Judiciário, e José Sarney, no Legislativo, tudo pode acontecer. Mas, teoricamente, José Roberto Arruda deverá ser defenestrado do cargo de governador de Brasilia. De vez em quando é preciso sacrificar algum deles para fazer uma média com a opinião pública para que a turma continue mamando por mais algum tempo. Aliás, a bem da moralidade pública, Arruda deveria ser afastado já. No caso dele, a investigação é mera formalidade porque as trapaças estão todas documentadas em vídeo.
O mais incrível é que ele ainda dá as cartas, como estava numa das manchetes da semana: “Arruda decide que não vai se candidatar em 2010”. O cara é pego em flagrante, como aconteceu também no painel do Senado, e ainda tem a cara de pau de “decidir”, se vai concorrer ou não.
Mas é preciso abrir o olho e aproveitar para fazer a faxina completa. Não adianta tirar Arruda e entregar a rapadura a Paulo Octávio. Como diria o velho Brizola, os dois são farinha do mesmo saco.
Paulo Octávio, mais conhecido como P.O., é uma das figurinhas carimbadas de Brasília. Bilionário, o nome dele aparece abundantemente no alto dos edifícios e hotéis que são construídos na capital. Foi um dos principais apoiadores da candidatura Collor em 1989. Fazia parte daquela tropa de choque formada por Renan Calheiros, Luis Estevão, PC Farias, Claudio Humberto, etc.
Quando se candidatou a vice na chapa de Arruda, P.O. declarou bens no valor de R$325 milhões de reais. Não precisa ser um grande conhecedor das coisas brasileiras para se saber que o que os candidatos declaram ao TSE ou até mesmo ao Imposto de Renda é infinitamente menor do que o que se tem efetivamente.
A assessoria de P.O. diz que ele é dono de 20 (vinte) empresas e apesar de "incrível" esse é mesmo o patrimônio dele e que está tudo "certinho" e registrado no Tribunal de Contas e no TSE. O patrimônio declarado de P.O. é maior que o dos governadores do Rio, Minas e São Paulo juntos. Não é impressionante?
O que faz com que um empresário "tão talentoso" deixe de lado suas produtivas empresas para dedicar-se à política. Será por amor à causa pública?
Mas fortuna de político é assim mesmo, cresce de uma hora outra. Veja-se o exemplo do próprio Arruda. Em 2006 declarou 600 mil reais de patrimônio. Este ano declarou 7 milhões. Ou seja, trabalhando apenas como "representante do povo" enriqueceu mais de 1000% em apenas três anos.
Mas voltando ao nosso P.O., recorro à Wikipedia para descobrir que Paulo Octavio nasceu em Lavras (MG) e foi para Brasília aos 12 anos. "Desde então construiu uma carreira firme e bem sucedida na iniciativa privada e na vida pública. É casado com Anna Christina Kubitschek Barbará A. Pereira, neta do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek". Ou seja, começou bem novinho e seguiu o ditado "deus ajuda a quem cedo madruga".
Ficou rico de tanto trabalhar, mas não pode negar que contou com a ajuda de sobrenomes influentes em seus casamentos. Antes de Kubitscheck foi casado com a filha do Ministro da Marinha Maximiano da Fonseca, durante o governo João Figueiredo. Foi nessa época que "se associou ao empresário Sergio Naya (lembram dele?) para construir o hotel Saint Paul, onde a Marinha adquiriu 40 apartamentos". No coments. Tá tudo lá no Wikipedia, provavelmente postado por sua equipe.
Como se vê, o homem sempre se relacionou com gente que é ou foi influente nos corredores de Brasília, desde procurados pela justiça, como Sergio Naya, até políticos e ministros de estado.
Se Wikipedia não estiver mentindo, as organizações Paulo Octávio possuem seis hotéis em Brasília, três shopping centers, uma empresa de marketing, quatro emissoras de rádio, uma de televisão, uma de consórcios, uma de seguros, uma de construção e uma de corretagem imobiliária.
Diante de um patrimônio como esse, a pergunta é inevitável. O que faz P.O. na política? Na melhor e mais santa das hipóteses uma das duas atividades será prejudicada. Ou, o mais provável, uma mão lava a outras e as duas juntas.
O mais incrível é que ele ainda dá as cartas, como estava numa das manchetes da semana: “Arruda decide que não vai se candidatar em 2010”. O cara é pego em flagrante, como aconteceu também no painel do Senado, e ainda tem a cara de pau de “decidir”, se vai concorrer ou não.
Mas é preciso abrir o olho e aproveitar para fazer a faxina completa. Não adianta tirar Arruda e entregar a rapadura a Paulo Octávio. Como diria o velho Brizola, os dois são farinha do mesmo saco.
Paulo Octávio, mais conhecido como P.O., é uma das figurinhas carimbadas de Brasília. Bilionário, o nome dele aparece abundantemente no alto dos edifícios e hotéis que são construídos na capital. Foi um dos principais apoiadores da candidatura Collor em 1989. Fazia parte daquela tropa de choque formada por Renan Calheiros, Luis Estevão, PC Farias, Claudio Humberto, etc.
Quando se candidatou a vice na chapa de Arruda, P.O. declarou bens no valor de R$325 milhões de reais. Não precisa ser um grande conhecedor das coisas brasileiras para se saber que o que os candidatos declaram ao TSE ou até mesmo ao Imposto de Renda é infinitamente menor do que o que se tem efetivamente.
A assessoria de P.O. diz que ele é dono de 20 (vinte) empresas e apesar de "incrível" esse é mesmo o patrimônio dele e que está tudo "certinho" e registrado no Tribunal de Contas e no TSE. O patrimônio declarado de P.O. é maior que o dos governadores do Rio, Minas e São Paulo juntos. Não é impressionante?
O que faz com que um empresário "tão talentoso" deixe de lado suas produtivas empresas para dedicar-se à política. Será por amor à causa pública?
Mas fortuna de político é assim mesmo, cresce de uma hora outra. Veja-se o exemplo do próprio Arruda. Em 2006 declarou 600 mil reais de patrimônio. Este ano declarou 7 milhões. Ou seja, trabalhando apenas como "representante do povo" enriqueceu mais de 1000% em apenas três anos.
Mas voltando ao nosso P.O., recorro à Wikipedia para descobrir que Paulo Octavio nasceu em Lavras (MG) e foi para Brasília aos 12 anos. "Desde então construiu uma carreira firme e bem sucedida na iniciativa privada e na vida pública. É casado com Anna Christina Kubitschek Barbará A. Pereira, neta do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek". Ou seja, começou bem novinho e seguiu o ditado "deus ajuda a quem cedo madruga".
Ficou rico de tanto trabalhar, mas não pode negar que contou com a ajuda de sobrenomes influentes em seus casamentos. Antes de Kubitscheck foi casado com a filha do Ministro da Marinha Maximiano da Fonseca, durante o governo João Figueiredo. Foi nessa época que "se associou ao empresário Sergio Naya (lembram dele?) para construir o hotel Saint Paul, onde a Marinha adquiriu 40 apartamentos". No coments. Tá tudo lá no Wikipedia, provavelmente postado por sua equipe.
Como se vê, o homem sempre se relacionou com gente que é ou foi influente nos corredores de Brasília, desde procurados pela justiça, como Sergio Naya, até políticos e ministros de estado.
Se Wikipedia não estiver mentindo, as organizações Paulo Octávio possuem seis hotéis em Brasília, três shopping centers, uma empresa de marketing, quatro emissoras de rádio, uma de televisão, uma de consórcios, uma de seguros, uma de construção e uma de corretagem imobiliária.
Diante de um patrimônio como esse, a pergunta é inevitável. O que faz P.O. na política? Na melhor e mais santa das hipóteses uma das duas atividades será prejudicada. Ou, o mais provável, uma mão lava a outras e as duas juntas.
Eliakim Araujo, Direto da Redação.
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