Tanto faz se a CPI convoca ou não.
A discussão sobre quem a CPI está convocando ou deixando de convocar é, no fundo, no fundo, irrelevante. CPI é um organismo político, dominado por políticos e que segue a lógica da política. Prevalecem as conveniências e os interesses políticos, não a vontade de realmente investigar a fundo alguma coisa.
Os convocados falam o que querem, ou não falam. Deputados e senadores aproveitam para aparecer, para fazer discursos inúteis e muitas vezes agem como se fossem delegados nos tempos da ditadura. Uns protegem os amigos, outros perseguem os inimigos. Dificilmente há investigação isenta e eficaz.
CPI pode até dar alguns resultados, mas na verdade é um grande, caro e inútil teatro. Quem investiga mesmo é a Polícia Federal e o Ministério Público. Quando querem investigar.
Questão de tempo
A Câmara e o Senado relutam em divulgar quanto ganham seus funcionários, como manda a Lei de Acesso à Informação. Têm de ser divulgados o vencimento básico e todas as gratificações e ajudas de custo e não há nenhum sentido nos argumentos de respeito à privacidade que vêm sendo apresentados.
Há pouco tempo, o site Congresso em Foco mostrou que pelo menos quatro mil servidores dos três poderes ganham mais do que o teto constitucional, de R$ 26,7 mil. No Congresso, 1.588 dos 6.816 funcionários efetivos ganhavam mais do que o teto.
Mais cedo ou mais tarde a Câmara e o Senado terão de divulgar os salários de servidores, é questão de tempo. Se for servidor público, concursado ou comissionado, não pode haver segredo.
Como explicar?
Muitos servidores não querem que seus altos salários sejam conhecidos de todos, mas há uma outra situação que incomoda a alguns: não terão como explicar o altíssimo padrão de vida e os bens que têm com os salários que recebem.
A Lei do Acesso à Informação, naturalmente, não obriga a divulgar comissões ilícitas e propinas pagas por empresários.
É só pressionar mais
O Senado já acabou com os 14º e 15º salários dos 81 senadores, mas na Câmara a resistência ainda é grande, a começar pelo presidente Marco Maia, que é do PT.
Mas é também questão de tempo. Não há um só bom motivo que possa ser alegado a favor dessa excrescência.
O jornal Correio Braziliense tem feito uma forte campanha contra os salários extras e seis dos oito deputados eleitos no Distrito Federal já abriram mão deles.
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