quinta-feira, 22 de outubro de 2009

IBGE: a queda do desemprego foi significativa

A taxa de desemprego no Brasil caiu mais que o esperado em setembro, mas a composição do dado sugere que o mercado de trabalho ainda não se recuperou totalmente dos efeitos da crise global. O desemprego caiu para 7,7%, mesmo patamar de setembro de 2008 e abaixo dos 8,1% de agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O economista do IBGE, Cimar Pereira Azeredo, comentou que a queda de um mês para o outro foi significativa, com a entrada de 76 mil pessoas no mercado de trabalho, mas ponderou que a recuperação ainda precisa se consolidar. “A queda era esperada e condizente com a época do ano. (Mas) para chamar isso de recuperação era preciso uma queda maior da taxa e uma ocupação mais forte", ressaltou.

A taxa foi a menor para um mês de setembro na série histórica iniciada em 2002 e a mais baixa desde dezembro do ano passado. O IBGE ressaltou a deterioração da formalização. Além disso, a taxa média de desemprego no ano está em 8,4%, acima dos 8,1% de 2008.

Segundo o IBGE, a ocupação avançou 0,4% de um mês para o outro e 0,6% ante setembro de 2008, e 7 mil pessoas estavam em setembro em condição de desalento, ou seja, desistiram de procurar emprego porque o mercado de trabalho está fraco ou porque a economia está ruim. Azeredo citou mais um ponto fraco: a formalização está se deteriorando nos últimos meses.

Funcionários públicos

Em setembro, houve queda de 0,3% no emprego com carteira, o que representa perda de 29 mil postos. Ante setembro de 2008, houve crescimento da formalização de 1,4%, porém a taxa ficou abaixo da variação da população em idade ativa. "Isso representa uma piora, visto que o crescimento da formalidade atingiu há alguns meses mais de 10%. A qualidade do emprego está afetada", avaliou. "Isso é resultado de um cenário econômico desfavorável e tem a ver com a crise."

O percentual de funcionários públicos, empregos domésticos e empregados de empresas privadas, também chamado de nível de formalização, atingiu 54,9%, menor taxa do ano. O IBGE acrescentou que o rendimento do trabalhador ocupado avançou 0,6% em relação a agosto e 1,9% frente ao mesmo mês do ano passado, totalizando R$ 1.346,70 e se aproximando do recorde observado em 2002. "Isso é efeito da inflação menor... o rendimento é um resultado positivo da pesquisa de setembro", disse Azeredo.

Vermelho.

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