O relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para direito à alimentação, Olivier De Schutter, afirmou nesta sexta-feira (16) que há uma tentativa de "descredibilizar" o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) no Brasil.
"Há uma estratégia para descredibilizar o Movimento dos Sem Terra. Um indicador disso é o estudo recente encomendado pela Confederação Nacional da Agricultura ao Ibope que pretenderia tirar conclusões com base em nove assentamentos, dos 8.000 que há pelo país. Como professor de universidade eu não aceitaria esse tipo de porcentagem", disse.
O relator referiu-se a estudo divulgado no início desta semana pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), indicando, entre outras coisas, que 37% dos assentamentos agrários no país não produzem nada e 72,3% dos assentados não geram renda. O levantamento foi realizado de 12 a 18 de setembro deste ano, em mil domicílios, de nove Estados.
A pesquisa foi criticada pelo presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rolf Hachbart, que considerou a amostra insuficiente para apontar a realidade dos assentamentos.
A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) classificou de "obscura" a metodologia da pesquisa. O Ibope rebateu as críticas dizendo que a amostra representa os maiores assentamentos consolidados do país, segundo a classificação do Incra.
De Schutter, que visita o Brasil esta semana a convite do governo, defendeu os trabalhadores rurais dizendo que é preciso tempo para que os assentamentos se desenvolvam. "Vi assentamentos que necessitam de meses ou até anos para conseguir desenvolver um plano de produção".
"Essas pessoas precisam de apoio. As ocupações são o último recurso que encontraram", acrescentou o representante da ONU, destacando que movimentos como o MST "chamam a atenção para as muitas dificuldades que as famílias do campo sofrem".
"Sei que há muita resistência (ao MST) no Brasil, mas o governo está comprometido em lidar com essa questão, que está há anos na agenda brasileira".
O relator criticou a concentração de terra no país e ressaltou que são necessárias políticas específicas para grupos "mais vulneráveis", entre os quais os pequenos agricultores e os sem-terra.
"O Brasil avançou muitíssimo desde 2002, no entanto alguns desafios profundos permanecem, e os bolsões persistentes de pobreza e de fome são inaceitáveis", alertou.
"Há uma estratégia para descredibilizar o Movimento dos Sem Terra. Um indicador disso é o estudo recente encomendado pela Confederação Nacional da Agricultura ao Ibope que pretenderia tirar conclusões com base em nove assentamentos, dos 8.000 que há pelo país. Como professor de universidade eu não aceitaria esse tipo de porcentagem", disse.
O relator referiu-se a estudo divulgado no início desta semana pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), indicando, entre outras coisas, que 37% dos assentamentos agrários no país não produzem nada e 72,3% dos assentados não geram renda. O levantamento foi realizado de 12 a 18 de setembro deste ano, em mil domicílios, de nove Estados.
A pesquisa foi criticada pelo presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rolf Hachbart, que considerou a amostra insuficiente para apontar a realidade dos assentamentos.
A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) classificou de "obscura" a metodologia da pesquisa. O Ibope rebateu as críticas dizendo que a amostra representa os maiores assentamentos consolidados do país, segundo a classificação do Incra.
De Schutter, que visita o Brasil esta semana a convite do governo, defendeu os trabalhadores rurais dizendo que é preciso tempo para que os assentamentos se desenvolvam. "Vi assentamentos que necessitam de meses ou até anos para conseguir desenvolver um plano de produção".
"Essas pessoas precisam de apoio. As ocupações são o último recurso que encontraram", acrescentou o representante da ONU, destacando que movimentos como o MST "chamam a atenção para as muitas dificuldades que as famílias do campo sofrem".
"Sei que há muita resistência (ao MST) no Brasil, mas o governo está comprometido em lidar com essa questão, que está há anos na agenda brasileira".
O relator criticou a concentração de terra no país e ressaltou que são necessárias políticas específicas para grupos "mais vulneráveis", entre os quais os pequenos agricultores e os sem-terra.
"O Brasil avançou muitíssimo desde 2002, no entanto alguns desafios profundos permanecem, e os bolsões persistentes de pobreza e de fome são inaceitáveis", alertou.
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