quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Líder do PT defende aprofundamento das investigações sobre privatizações de FHC


O líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PT-PE), defendeu hoje (28) o aprofundamento, pelo Congresso Nacional, das investigações sobre as privatizações "antinacionais" ocorridas durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Com base nas novas denúncias apontadas pelo jornalista Amaury Martins Ribeiro Júnior, em depoimento à Polícia Federal, o Congresso tem de ir fundo nas investigações e apurar o processo de privataria patrocinado pelos tucanos, que dilapidaram o patrimônio nacional a preço de banana".

No depoimento à PF no dia 15, o jornalista relata a investigação que fez sobre o processo de privatização das empresas de telecomunicações durante a gestão de FHC e o esquema de espionagem que teria sido montado por pessoas próximas ao candidato presidencial tucano José Serra contra o então governador de Minas Gerais Aécio Neves, ambos do PSDB.


Disse que, empregado do jornal O Estado de Minas, começou a trabalhar no livro sobre as privatizações em dezembro de 2007, quando um grupo de inteligência, liderado pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), estaria tentando levantar dados pessoais de Aécio Neves, para beneficiar Serra.

Lavagem de dinheiro

Ferro observou que Amaury, no depoimento, levantou dados referentes ao processo de lavagem de dinheiro, realizados durante a privatização do Governo Serra / FHC . Amaury concluiu que houve operações de lavagem de dinheiro que envolvem desde a filha e o genro de Serra até o dele, Gregório Marin Preciado, e um dos principais articuladores de sua campanha presidencial, Ricardo Sérgio de Oliveira. O jornalista disse que localizou operações de lavagem de dinheiro processadas num escritório off shore de Ricardo Sérgio de Oliveira.

"Essas denúncias, como outras que envolvem os tucanos, tem encontrado o silêncio da maior parte da mídia, por cumplicidade ou omissão", disse Fernando Ferro. "Por isso, com a retomada da normalidade dos trabalhos do Legislativo, em novembro, o líder proporá à Bancada do PT uma ação específica para apurar de vez os escândalos que pontuaram as privatizações no governo FHC. "O jornalista Amaury Ribeiro Junior reacendeu a suspeita que pairava sobre o assunto desde que Aloysio Biondi fez uma radiografia da entrega do País pelo PSDB e o ex-PFL, atual DEM".

O líder observou que a década de 90 foi marcada pelo neoliberalismo, em que as empresas podiam tudo e o Estado, nada. "FHC seguiu à risca as ordem recebidas do centro do império, que queria destruir os Estados periféricos para fazer prevalecer exclusivamente interesses de empresas privadas. Felizmente, esta onda foi contida , no Brasil, com a eleição de Lula em 2002, fenômeno que se refletiu em toda a América Latina, com a eleição de governos democráticos e populares".

Interesse nacional

Ferro recordou que o resgate do papel do Estado, nos últimos anos, propiciou a implementação de políticas públicas que colocam o interesse nacional e popular acima dos grupos privados, como acontecia na era FHC. "Antes , o Estado fora apropriado por uma parcela da elite brasileira, que visava privilegiar apenas grupos econômicos nacionais e internacionais. Hoje, a situação mudou, o interesse da população brasileira está acima de tudo", disse. Lembrou que o enfrentamento da crise mundial eclodida em 2008 só foi possível, no Brasil, graças à política que tinha sido feita antes, de fortalecimento do Estado. "Se fosse à época de FHC e Serra, o Brasil teria ido para a UTI".

Para Ferro, recentes denúncias envolvendo os tucanos em São Paulo- como irregularidades na concorrência para obras do Metrô e denúncias envolvendo tucanos com desvio de dinheiro da obra do Rodoanel para formação de caixa 2 do PSDB- mostram "um rastro sinistro de desvios de recursos públicos e favorecimento de empresas privadas, uma marca de FHC, Serra e outros expoente do PSDB".

Liderança do PT / Câmara

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