quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mentiras tucanas: Você compraria um carro usado deste candidato?


Serra não fala de programa de governo, mas espalha mentiras para enganar o eleitor. Uma das centrais de boatos contra Dilma é dirigida por um nazista que foi informante da repressão da ditadura e participou de atentados a bomba contra democratas na década de 1980 .


A pergunta acima ficou famosa na eleição presidencial nos EUA, em 1960, quando o democrata John Kennedy enfrentou o republicano Richard Nixon, tão conhecido por seus truques que seu apelido era “Nick Trick” (Nick Trapaceiro).

Pela tática de vale tudo da oposição, que abriu uma guerra suja e rasteira, de mentiras, calúnias e baixo nível, aquela pergunta pode ser feita a respeito da candidatura neoliberal do tucano José Serra.

Que os tucanos não tem discurso nem podem falar abertamente de seu programa privatizante e conservador já se sabia, e este era um motivo forte para não votar em José Serra.

O fracasso do governo Fernando Henrique Cardoso, do qual ele foi um dos principais ministros, também não melhora sua ficha. Como prefeito de São Paulo e governador do Estado, cortou programas sociais, privatizou serviços de saúde, jogou a PM em cima de professores em greve, atrasou a educação (os alunos passam de ano sem fazer exames e sem nada ter aprendido) e comandou uma das polícias mais violentas e arbitrárias do país. Isso também não recomenda sua escolha para dirigir o Brasil.

A pá de cal foi a campanha de calúnias e golpes baixos que conseguiu levar a eleição para o segundo turno e continua nesta etapa da campanha.

Exemplos nada exemplares

Serra diz ser contra a privatização. Mas, no governo de FHC, foi fortemente a favor. Segundo o próprio ex-presidente tucano ele insistiu muito nessa política. Isto é, um deles – Serra ou FHC – não diz a verdade, para enganar os eleitores. Naquela época eles falavam em “estado mínimo” como um pretexto para desmantelar a capacidade do governo apoiar o desenvolvimento.

Hoje, Serra defende a mesma ideia, com outro nome. E defende um estado “musculoso”, e não “obeso”. É a mesma coisa: para ele o governo tem gente demais e precisa “emagrecer”. Ele não tem coragem de falar, mas isto significa demitir funcionários públicos.

Quando fala em intervenção do governo, refere-se a aspectos parciais, embora importantes, como o combate à AIDS. É claro que o papel do governo é defender a saúde da população. Mas também, e principalmente, a renda dos trabalhadores e o emprego. Por isso precisa intervir diretamente na produção, coisa que Serra não quer.

Inimigo dos sindicatos

Serra se apoia no que há de mais atrasado, obscurantista e reacionário na política brasileira e, por isso, perdeu apoios importantes entre professores universitários que perceberam, ao ver os aliados de Serra, quais são as forças sociais que apoiam sua campanha.

Uma das mais importantes economistas brasileiras, a professora Maria da Conceição Tavares – que, tendo sido professora de Serra, apoiou Dilma deste o inicio da campanha – explica isso: Serra, diz ela, “é um desenvolvimentista de boca” e, na verdade, ele é um inimigo das causas sociais e dos sindicatos.

Não é atoa que uma organização da extrema direita como a TFP (Tradição, Família e Propriedade), que quer a volta da Idade Média e da submissão dos trabalhadores rurais aos barões donos da terra, aderiu a Serra e distribui um panfleto onde quer ensinar a combater a candidatura de Dilma Rousseff.

Campanha do medo

Serra quer o voto do medo – do medo dos que perderam seus privilégios, dos que temem a melhoria na vida do povo, dos que são contra melhorar os salários e o emprego.

Para difundir o medo, usa de mentiras espalhadas pela internet com a ajuda da direita mais radical. Um exemplo é a central de boatos terroristas montada em Brasília coordenada por Nei Mohn, que foi presidente da Juventude Nazista em 1968, na ditadura foi informante da repressão e, na década de 1980, esteve envolvido em atentados a bomba contra pessoas e instituições que lutavam contra a ditadura militar.

Serra ficou amuado quando Dilma citou, num debate, o nome do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, acusado de recolher doações de campanha para o PSDB no valor de quatro milhões de reais e embolsar o dinheiro, além de outras maracutaias graves. O caso revela como Serra e o PSDB têm duas caras e usam de dois pesos e duas medidas para tratar acusações como estas. E como agem de forma contrária à seguida pelo governo de Lula e pela campanha da Dilma.

Todos os acusados de irregularidades no governo Lula e na campanha presidencial foram afastados de seus cargos para facilitar as investigações. É a norma deste governo, que não compactua com roubos ou desvios.

No PSDB é o contrário. Quando Eduardo Jorge, que era secretário-geral de FHC, foi acusado de envolvimento com o juiz Nicolau dos Santos Neto, que ficou célebre por desviar recursos da construção de um Fórum Trabalhista em São Paulo, o governo tucano impediu a investigação. Eduardo Jorge continuou no governo até o fim do primeiro mandato de FHC e, depois, se tornou um dos vice-presidentes do PSDB. No caso de Paulo Preto aconteceu a mesma coisa, e nem Serra nem a imprensa que o apoia querem tocar no assunto, quanto mais investigar o caso.
Por isso, quem compara os programas e o que foi feito pelos governos FHC e Lula não vacila: vota em Dilma Rousseff presidenta.

Fonte: Classe Operária

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