quarta-feira, 22 de abril de 2015

Doutor Janot, veja como seus meninos abriram as portas do inferno

moromacarthy
É curioso como, de alguma forma, vivemos a tal “ditadura” que a direita alucinadamente aponta existir no Brasil.

Está à solta na mídia o mais desavergonhado macartismo já visto desde os tempos do “dedodurismo” que marcou os primeiros anos da ditadura militar.

E, legitimado por ele, a criação da onipotência policial .

A Polícia Federal, elevada à condição de altar de santos pela mídia, força o Ministério Público e negocia com o Congresso – especialmente com os parlamentares citados na própria Lava-Jato, uma mudança na Constituição que a torne “independente” do poder legítimo, aquele que é eleito.

Os delegados chegam ao ponto de “peitar” publicamente o Procurador-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal, ao divulgarem nota em que “manifestam preocupação com os prejuízos à investigação criminal e o atraso de diligências em cerca de nove inquéritos da operação Lava Jato, que tramitam no STF, os quais estão muito aquém daqueles em andamento na Justiça Federal do Paraná”.

Delegado de polícia não manda em inquérito judicial, cumpre diligências que lhes são determinadas pelo Ministério Público ou pelo Ministro-relator.

Mas o presidente da Associação dos Delegados é ameaçadoramente explícito ao Estadão: “A Polícia Federal quer trabalhar. Se o Supremo entender que tem que ser exclusivamente do jeito que o procurador-geral quer, a PF não assume a responsabilidade nem os riscos dos resultados. Se a PF não tiver como contribuir na forma como entender mais adequada e se o procurador-geral quiser assumir integralmente a responsabilidade, paciência.”

Mais afrontoso, impossível.

O Ministério Público, a esta altura, deveria estar vendo o que gerou a sua tolerância com a formação de uma cumplicidade total com a formação de um núcleo promíscuo de delegados, procuradores e um juiz que se arroga jurisdição sobre todos os fatos que desejar, em qualquer ponto do país e que não pode ser contestado, sob pena de execrar-se perante a opinião pública qualquer um que o contrarie.
As tragédias da democracia ocorrem assim: em nome da moralidade e da ordem, a vida de uma nação começa a ser dominada pela histeria policialesca, que há quase 50 anos fez Stanislaw Ponte Preta começar assim o seu “Festival da Besteira que Assola o País”, o imortal Febeapá.

“É difícil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o País. Pouco depois da “redentora”, cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem “otoridades”, sentindo a oportunidade de aparecer, já que a “redentora”, entre outras coisas, incentivou a prática do dedurismo (corruptela do dedodurismo, isto é, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o próximo enfim, como corrupto ou subversivo – alguns apontavam dois dedos duros para ambas as coisas) , iniciaram essa feia prática, advindo daí cada besteira que eu vou te contar”

O Estado Policial não é uma ferramenta da polícia, é da política.

A descrição do macartismo que Philip Roth faz, em seu romance “Casei com um Comunista” (Cia das Letras), é o mais duro retrato disso.

“O negócio de McCarthy, na verdade, nunca foi a perseguição de comunistas; se ninguém sabia, disse, ele sabia. A virtude dos julgamentos-espetáculo da cruzada patriótica de McCarthy era simplesmente a forma teatralizada. Ter câmaras voltadas para aquilo apenas lhe conferia a falsa autenticidade da vida real. McCarthy compreendeu melhor do que qualquer político americano anterior a ele que as pessoas cujo trabalho era legislar podiam fazer muito mais em benefício de si mesmas se representassem um espetáculo; McCarthy compreendeu o valor de entretenimento da desgraça e aprendeu como alimentar as delícias da paranoia. Ele nos levou de volta a nossas origens, de volta ao século XVII e a nossos antepassados. Foi assim que o país começou: a desgraça moral como entretenimento público. McCarthy era um empresários dos espetáculos e, quanto mais desvairados os pontos de vista, tanto mais ofensivas as acusações, maior a desorientação e melhor a diversão para todo mundo.“

A propósito: de homem mais temido dos EUA, Joseph McCarty morreu desacreditado.
É curioso como, de alguma forma, vivemos a tal “ditadura” que a direita alucinadamente aponta existir no Brasil. Está à solta na mídia o mais desavergonhado macartismo já visto desde os tempos do “dedodurismo” que marcou os primeiros anos da ditadura militar.corretor online
Doutor Janot, veja como seus meninos abriram as portas do inferno Autor: Fernando Brito É curioso como, de alguma forma, vivemos a tal “ditadura” que a direita alucinadamente aponta existir no Brasil. Está à solta na mídia o mais desavergonhado macartismo já visto desde os tempos do “dedodurismo” que marcou os primeiros anos da ditadura militar. E, legitimado por ele, a criação da onipotência policial . A Polícia Federal, elevada à condição de altar de santos pela mídia, força o Ministério Público e negocia com o Congresso – especialmente com os parlamentares citados na própria Lava-Jato, uma mudança na Constituição que a torne “independente” do poder legítimo, aquele que é eleito. Os delegados chegam ao ponto de “peitar” publicamente o Procurador-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal, ao divulgarem nota em que “manifestam preocupação com os prejuízos à investigação criminal e o atraso de diligências em cerca de nove inquéritos da operação Lava Jato, que tramitam no STF, os quais estão muito aquém daqueles em andamento na Justiça Federal do Paraná”. Delegado de polícia não manda em inquérito judicial, cumpre diligências que lhes são determinadas pelo Ministério Público ou pelo Ministro-relator. Mas o presidente da Associação dos Delegados é ameaçadoramente explícito ao Estadão: “A Polícia Federal quer trabalhar. Se o Supremo entender que tem que ser exclusivamente do jeito que o procurador-geral quer, a PF não assume a responsabilidade nem os riscos dos resultados. Se a PF não tiver como contribuir na forma como entender mais adequada e se o procurador-geral quiser assumir integralmente a responsabilidade, paciência.” Mais afrontoso, impossível. O Ministério Público, a esta altura, deveria estar vendo o que gerou a sua tolerância com a formação de uma cumplicidade total com a formação de um núcleo promíscuo de delegados, procuradores e um juiz que se arroga jurisdição sobre todos os fatos que desejar, em qualquer ponto do país e que não pode ser contestado, sob pena de execrar-se perante a opinião pública qualquer um que o contrarie. As tragédias da democracia ocorrem assim: em nome da moralidade e da ordem, a vida de uma nação começa a ser dominada pela histeria policialesca, que há quase 50 anos fez Stanislaw Ponte Preta começar assim o seu “Festival da Besteira que Assola o País”, o imortal Febeapá. “É difícil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o País. Pouco depois da “redentora”, cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem “otoridades”, sentindo a oportunidade de aparecer, já que a “redentora”, entre outras coisas, incentivou a prática do dedurismo (corruptela do dedodurismo, isto é, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o próximo enfim, como corrupto ou subversivo – alguns apontavam dois dedos duros para ambas as coisas) , iniciaram essa feia prática, advindo daí cada besteira que eu vou te contar” O Estado Policial não é uma ferramenta da polícia, é da política. A descrição do macartismo que Philip Roth faz, em seu romance “Casei com um Comunista” (Cia das Letras), é o mais duro retrato disso. “O negócio de McCarthy, na verdade, nunca foi a perseguição de comunistas; se ninguém sabia, disse, ele sabia. A virtude dos julgamentos-espetáculo da cruzada patriótica de McCarthy era simplesmente a forma teatralizada. Ter câmaras voltadas para aquilo apenas lhe conferia a falsa autenticidade da vida real. McCarthy compreendeu melhor do que qualquer político americano anterior a ele que as pessoas cujo trabalho era legislar podiam fazer muito mais em benefício de si mesmas se representassem um espetáculo; McCarthy compreendeu o valor de entretenimento da desgraça e aprendeu como alimentar as delícias da paranoia. Ele nos levou de volta a nossas origens, de volta ao século XVII e a nossos antepassados. Foi assim que o país começou: a desgraça moral como entretenimento público. McCarthy era um empresários dos espetáculos e, quanto mais desvairados os pontos de vista, tanto mais ofensivas as acusações, maior a desorientação e melhor a diversão para todo mundo.“ A propósito: de homem mais temido dos EUA, Joseph McCarty morreu desacreditado. Postado por Rodolfo Vasconcellos às 18:26 Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest Reações: Nenhum comentário: Postar um comentário Links para esta postagem Criar um link Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial Assinar: Postar comentários (Atom) "Os amantes da verdade não temem águas tempestuosas ou turvas. O que tememos são águas rasas" . F. Nietzsche. NÃO TENHO CERTEZA PARA ONDE MINHAS ESCOLHAS VÃO ME LEVAR NÃO TENHO CERTEZA PARA ONDE MINHAS ESCOLHAS VÃO ME LEVAR MAS É PRÁ LÁ MESMO QUE EU QUERO IR. "NÃO SOU NADA. NUNCA, NUNCA SEREI NADA, NÃO POSSO QUERER SER NADA. A PARTE ISSO... "NÃO SOU NADA. NUNCA, NUNCA SEREI NADA, NÃO POSSO QUERER SER NADA. A PARTE ISSO... ... TENHO EM MIM TODOS OS SONHOS DO MUNDO”. Texto de Fernando Pessoa Minha lista de blogs Altamiro Borges Globo: 10 razões para descomemorar Há 4 minutos Conversa Afiada Lula e Dilma erradicam a pobreza extrema Há 2 horas Escrevinhador Frei Betto: Projeto do PSDB para acabar com Mais Médicos é crime de lesa-pátria Há 8 horas Blog do Senador Randolfe - PSOL Informativo do Senador Randolfe Rodrigues do mês de Abril está no ar! Há 2 dias O Despertar da Libélula Há 2 anos Translate corretor online
Doutor Janot, veja como seus meninos abriram as portas do inferno Autor: Fernando Brito É curioso como, de alguma forma, vivemos a tal “ditadura” que a direita alucinadamente aponta existir no Brasil. Está à solta na mídia o mais desavergonhado macartismo já visto desde os tempos do “dedodurismo” que marcou os primeiros anos da ditadura militar. E, legitimado por ele, a criação da onipotência policial . A Polícia Federal, elevada à condição de altar de santos pela mídia, força o Ministério Público e negocia com o Congresso – especialmente com os parlamentares citados na própria Lava-Jato, uma mudança na Constituição que a torne “independente” do poder legítimo, aquele que é eleito. Os delegados chegam ao ponto de “peitar” publicamente o Procurador-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal, ao divulgarem nota em que “manifestam preocupação com os prejuízos à investigação criminal e o atraso de diligências em cerca de nove inquéritos da operação Lava Jato, que tramitam no STF, os quais estão muito aquém daqueles em andamento na Justiça Federal do Paraná”. Delegado de polícia não manda em inquérito judicial, cumpre diligências que lhes são determinadas pelo Ministério Público ou pelo Ministro-relator. Mas o presidente da Associação dos Delegados é ameaçadoramente explícito ao Estadão: “A Polícia Federal quer trabalhar. Se o Supremo entender que tem que ser exclusivamente do jeito que o procurador-geral quer, a PF não assume a responsabilidade nem os riscos dos resultados. Se a PF não tiver como contribuir na forma como entender mais adequada e se o procurador-geral quiser assumir integralmente a responsabilidade, paciência.” Mais afrontoso, impossível. O Ministério Público, a esta altura, deveria estar vendo o que gerou a sua tolerância com a formação de uma cumplicidade total com a formação de um núcleo promíscuo de delegados, procuradores e um juiz que se arroga jurisdição sobre todos os fatos que desejar, em qualquer ponto do país e que não pode ser contestado, sob pena de execrar-se perante a opinião pública qualquer um que o contrarie. As tragédias da democracia ocorrem assim: em nome da moralidade e da ordem, a vida de uma nação começa a ser dominada pela histeria policialesca, que há quase 50 anos fez Stanislaw Ponte Preta começar assim o seu “Festival da Besteira que Assola o País”, o imortal Febeapá. “É difícil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o País. Pouco depois da “redentora”, cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem “otoridades”, sentindo a oportunidade de aparecer, já que a “redentora”, entre outras coisas, incentivou a prática do dedurismo (corruptela do dedodurismo, isto é, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o próximo enfim, como corrupto ou subversivo – alguns apontavam dois dedos duros para ambas as coisas) , iniciaram essa feia prática, advindo daí cada besteira que eu vou te contar” O Estado Policial não é uma ferramenta da polícia, é da política. A descrição do macartismo que Philip Roth faz, em seu romance “Casei com um Comunista” (Cia das Letras), é o mais duro retrato disso. “O negócio de McCarthy, na verdade, nunca foi a perseguição de comunistas; se ninguém sabia, disse, ele sabia. A virtude dos julgamentos-espetáculo da cruzada patriótica de McCarthy era simplesmente a forma teatralizada. Ter câmaras voltadas para aquilo apenas lhe conferia a falsa autenticidade da vida real. McCarthy compreendeu melhor do que qualquer político americano anterior a ele que as pessoas cujo trabalho era legislar podiam fazer muito mais em benefício de si mesmas se representassem um espetáculo; McCarthy compreendeu o valor de entretenimento da desgraça e aprendeu como alimentar as delícias da paranoia. Ele nos levou de volta a nossas origens, de volta ao século XVII e a nossos antepassados. Foi assim que o país começou: a desgraça moral como entretenimento público. McCarthy era um empresários dos espetáculos e, quanto mais desvairados os pontos de vista, tanto mais ofensivas as acusações, maior a desorientação e melhor a diversão para todo mundo.“ A propósito: de homem mais temido dos EUA, Joseph McCarty morreu desacreditado. Postado por Rodolfo Vasconcellos às 18:26 Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest Reações: Nenhum comentário: Postar um comentário Links para esta postagem Criar um link Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial Assinar: Postar comentários (Atom) "Os amantes da verdade não temem águas tempestuosas ou turvas. O que tememos são águas rasas" . F. Nietzsche. NÃO TENHO CERTEZA PARA ONDE MINHAS ESCOLHAS VÃO ME LEVAR NÃO TENHO CERTEZA PARA ONDE MINHAS ESCOLHAS VÃO ME LEVAR MAS É PRÁ LÁ MESMO QUE EU QUERO IR. "NÃO SOU NADA. NUNCA, NUNCA SEREI NADA, NÃO POSSO QUERER SER NADA. A PARTE ISSO... "NÃO SOU NADA. NUNCA, NUNCA SEREI NADA, NÃO POSSO QUERER SER NADA. A PARTE ISSO... ... TENHO EM MIM TODOS OS SONHOS DO MUNDO”. Texto de Fernando Pessoa Minha lista de blogs Altamiro Borges Globo: 10 razões para descomemorar Há 4 minutos Conversa Afiada Lula e Dilma erradicam a pobreza extrema Há 2 horas Escrevinhador Frei Betto: Projeto do PSDB para acabar com Mais Médicos é crime de lesa-pátria Há 8 horas Blog do Senador Randolfe - PSOL Informativo do Senador Randolfe Rodrigues do mês de Abril está no ar! Há 2 dias O Despertar da Libélula Há 2 anos Translate corretor online

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