Os golpistas que pedem a prisão de Lula e Dilma, porque dizem que eles sabiam do roubo na estatal Petrobras, calam-se e não pedem a prisão de Serra e Alckmin porque dizem que eles não sabiam do roubo na estatal CPTM.Vá entender.
Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou à
Justiça 11 executivos de empresas do setor ferroviário e um funcionário
da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) por formação de
cartel em contratos firmados para o fornecimento de trens e materiais
ferroviários na execução de três projetos da CPTM, firmados em 2007 e
2008. De acordo com a denúncia as empresas dividiram entre si três
contratos administrativos, combinando as propostas a serem apresentadas
nas licitações.
"As empresas dividiram o mercado e o preço final superfaturado,
direcionando cada licitação e sabendo previamente qual empresa seria a
vencedora de cada um dos contratos e quais os preços de cada uma, o que
fazia com que as outras empresas que participavam do cartel ofertassem
suas propostas a preços superiores ou simplesmente não participassem da
concorrência na referida licitação, deixando de oferecer proposta", diz a
denúncia.
A acusação é resultado de investigação criminal feita a partir de
documentos encaminhados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) e da análise das licitações, que demonstram práticas
anticoncorrenciais nos procedimentos instaurados pela CPTM.
Foram denunciados David Lopes e Wilson Daré, executivos da Temoinsa
do Brasil Ltda.; César Ponce de Leon, Luiz Fernando Ferrari e Ruy
Grieco, executivos da Alstom Transport S/A; José Manuel Uribe Regueiro,
da CAF Brasil – Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles S/A; Carlos
Levy, executivo da Bombardier Transportation Brasil Ltda/ DaimlerChryler
Rail Systems (Brasil) Ltda.; Mauricio Memoria; Manuel Carlos do Rio
Filho e Telmo Giolito Porto, da Tejofran – Empresa Tejofran de
Saneamento e Serviços Ltda; Massimo Giavina-Bianchi, da T'Trans – Trans
Sistemas de Transportes S/A; e Reynaldo Rangel Dinamarco, quer era
presidente da Comissão de Licitações da CPTM.
Todas as empresas e a CPTM foram procuradas, mas até a publicação da
matéria apenas a Tejofran respondeu. Por meio de nota, a Tejofran
informou que não foi notificada da denúncia, mas reitera que participou
de consórcios conforme permitido pela legislação. "A empresa obedeceu
exatamente as disposições do edital e fez todos os serviços previstos em
contrato, com preços competitivos. Esclarece ainda que se trata da
mesma matéria que tramita no Cade, para a qual a empresa já apresentou
defesa, ainda não julgada. E, conforme sua postura de seguir os mais
rigorosos padrões éticos, se coloca à disposição das autoridades para
todos os esclarecimentos necessários".
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