Há anos, incansavelmente, defendo, dentro dos limites que me cercam,
que o PT, o Governo Trabalhista, a sociedade brasileira e suas
instituições e entidades realizem, com a importante cooperação do
Congresso Nacional, a regulação do sistema midiático brasileiro e a
proibição, na forma da lei, que megaempresários, sem quaisquer
compromissos com o Brasil e seu povo, transformem seus canhões
midiáticos em verdadeiros partidos de oposição, ideológicos e alinhados à
direita brasileira, a judicializar a política e a criminalizar os
partidos políticos, como forma de desqualificar suas lideranças e não
reconhecer os avanços e conquistas sociais que ocorreram no Brasil nos
últimos 12 anos.
Todas as nações ditas civilizadas, além de muitos países que estão em
busca de desenvolvimento, efetivaram a regulação das mídias, bem como
não permitem que magnatas bilionários de imprensa, meramente de mercado,
monopolizem esse setor tão importante da economia e se transformem em
oligarcas do atraso e do retrocesso, ao ponto de "peitar" governantes
eleitos, sabotar e boicotar seus governos e ainda convocar parte da
população de perfil reacionário, com chamadas e manchetes de conotações
golpistas e criminosas, para ir às ruas e vociferar pelo impeachment de
uma mandatária legalmente eleita e que chefia um governo, apesar de suas
contradições e leniências, que está a investigar e a prender os ladrões
do dinheiro público, que vestem as peles de corruptos e corruptores.
Contudo, o Governo Dilma Rousseff, assim como o do ex-presidente
Lula, são os que, efetivamente, abriram a caixa de Pandora, cortaram a
carne da corrupção e estão a limpar o corpo que se encontra com sérias
mazelas e por causa disso está ainda internado na CTI, mas com chances
reais de sobreviver. Os dois mandatários realizaram, por intermédio da
Polícia Federal, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, mais de
duas mil operações policiais, sendo que milhares de servidores foram
afastados para o bem do serviço público, bem como os bilhões roubados
dos cofres da União estão sendo, conforme os acordos firmados com
instituições financeiras e governos estrangeiros, devolvidos, de acordo
com a Presidência da República, o Ministério Público e notícias
veiculadas até mesmo pela imprensa corporativa e de oposição.
Entretanto, não se compreende qual é o problema do Governo petista
quando se trata de investigar as empresas dos magnatas bilionários de
todas as mídias cruzadas e monopolizadas, cobrar-lhes duramente os
impostos devidos ao Estado, denunciá-los ao povo brasileiro, pois se
trata de bilionária sonegação de impostos, de contrabando de máquinas e
equipamentos, de compras e concessões de canais de televisões e rádios
de forma ilegal, que até hoje não foi devidamente questionado por quem
de direito, o Estado nacional.
Isto mesmo, o Governo Federal, por intermédio do Ministério das
Comunicações e de órgãos pretensamente reguladores, que não verdade agem
e atuam em favor dos interesses dos magnatas bilionários, que deitam e
rolam, bem como ficam a tripudiar da cara do povo brasileiro, porque
quando se trata desse quase proibitivo assunto os governos e os
governantes se tornam tíbios, fracos, acovardados, pusilânimes,
permissivos e, irrefragavelmente, mequetrefes e rastaqueras. Não resta
dúvida quando tal assunto vem à tona, os ministros das Comunicações dos
governos Lula e Dilma tratam logo de mergulhar o mais fundo possível
para não ter que discutir sobre a regulação do setor de mídias do
Brasil.
Dessa forma vão a levar a vida os magnatas bilionários, como se
vivessem em um País à parte, ou em uma sociedade construída somente para
eles se darem bem, repercutir o que pensam ou deixam de pensar e,
sobretudo, conspirar contra aqueles que não batem os tambores de suas
bandas ou não seguem suas agendas políticas e econômicas, que esses
bilionários midiáticos consideram, de forma autoritária, o "ideal" para o
Brasil. Durma-se com um barulho desses.
É inacreditável, e por isso surreal, que em pleno século XXI, do
terceiro milênio, a sétima economia do mundo, extremamente
diversificada, com uma população de 210 milhões de habitantes, fique à
mercê de meia dúzia de famílias politicamente reacionárias e
doutrinadoras de gente mediana, que há mais de 60 anos recebem em seus
lares a programação seletiva, partidária e ideológica de rádios e
televisões controladas por um baronato midiático, que trata o Brasil
como se fosse a extensão dos quintas das casas deles. São os "novos"
coronéis, que fazem a vez dos antigos proprietários de escravos.
Os coronéis de todas as mídias, que tem a classe média como a
principal consumidora de seus produtos de baixa qualidade, além de
aliada política e parceira ideológica. São os coxinhas colonizados,
completamente despolitizados e sem quaisquer noções e conhecimentos
sobre a história e a cultura do País onde moram e vivem. Alienados,
seguramente passaram por um processo de lobotomia coletiva, onde o
principal tomo da lavagem cerebral é odiar o Brasil e seu povo,
desprezá-los ao máximo, bem como dar a entender que aqui nada presta,
vale a pena e tem valor. A imprensa alienígena é talvez a razão
principal do complexo de vira-lata e do atraso brasileiro quando se
trata de efetivar, de fato, a igualdade de oportunidades, o
desenvolvimento socioeconômico e o tratamento isonômico, no que tange a
todos os cidadãos serem iguais perante a Justiça — a Lei.
Não há como um governo de esquerda conseguir democratizar a riqueza e
a renda no Brasil, se antes não se realizar duas coisas: 1º) a reforma
política; e 2º) a regulação do setor midiático. Ponto. O primeiro item é
o maior responsável pela corrupção nos setores públicos e privados, mas
a imprensa familiar, a exemplo da revista Época (Globo), insiste na
defesa do financiamento privado de campanhas eleitorais, responsável
maior pelo alastramento da corrupção e pelas crises institucionais, que
paralisam os governos e fomentam o jornalismo de fofocas, que tem por
finalidade, se possível, derrubar do poder presidentes eleitos, que não
convergem com os ideários da imprensa de negócios privados.
O segundo item, tão importante quanto o primeiro, dispõe sobre a
regulação das mídias, setor que está à solta, como vivesse em um mundo
paralelo, livre e isento das leis do País, a fazer o que quer e o que
lhe aprouver, inclusive a elaborar ou editar um jornalismo meramente
declaratório, sem observar os contrapontos e o que é do contraditório,
porque se recusa a ouvir os dois lados, pois só quer se ater à versão
que o beneficia, a não relevar os acontecimentos, porque divorciado dos
fatos, e, por seu turno, propiciar a manipulação e a distorção da
verdade, conforme o interesse político e econômico que rege a pauta dos
patrões da imprensa e de seus empregados.
Sabujos, estes, que se esforçam para serem piores do que os magnatas
bilionários, responsáveis maiores pela baixa autoestima que os
brasileiros ricos e de classe média sentem por si e pelo País onde
ganham dinheiro e vivem bem. Somente, em 2014, os brasileiros deixaram
nos Estados Unidos 10,5 bilhões de dólares. Valores de escala
estratosférica. E depois dizem que o Brasil está em crise, quando a
crise, na verdade, tem apenas um nome: imprensa! É ela que faz com que
grande parte da sociedade fique presa a um contexto psicológico de
desolação, pessimismo, autoestima baixa e negatividade, combustíveis
diabólicos, porque faz com que uma pessoa despolitizada e mentalmente
colonizada se transforme em um coxinha de classe média feroz,
intolerante, a verbalizar todo seu ódio, preconceito e ignorância contra
aqueles que não compartilham com seu pensamento fascista, elitista e
pernicioso.
Enquanto isso, o PT e o Governo Trabalhista continuam a caminhar em
círculos, e, obviamente, não chegam a lugar algum, ainda mais quando se
trata de fazer a reforma dos meios de comunicação, ou seja, a Lei dos
Meios — a regulação das mídias. Trata-se de uma questão estrutural de
enorme importância, tanto quanto a reforma política. Volto a afirmar
novamente: não sei qual é o problema de o Governo Federal não fortalecer
e investir pesadamente na comunicação estatal, inclusive a comprar
também os direitos de transmitir jogos de futebol, eventos artísticos e
culturais, telejornalismo aos moldes da BBC de Londres, além de realizar
debates sobre assuntos políticos, econômicos, financeiros, esportivos,
culturais, bem como propiciar ao povo brasileiro o acesso a filmes, tudo
isto em canais abertos, de forma que a concorrência se desenvolva e o
povo brasileiro passe a ter realmente uma televisão de boa qualidade,
além de se democratizar a comunicação e a informação.
Creio que a classe média, falo da banda conservadora, não vai se
posicionar contra uma tevê estatal de qualidade. Afinal muitos de meus
conhecidos e amigos que votaram no PSDB nas últimas cinco eleições
admiram as televisões estatais inglesa, francesa, espanhola, italiana,
alemã e portuguesa. É fato. Essas televisões fazem parte dos pacotes de
tevê a cabo que eles são assinantes. E elogiam... Bastante. Ou eu estou
equivocado? Quero melhor dizer que talvez essas pessoas somente
consideram e aceitam televisões estatais de boa qualidade apenas para os
outros — os estrangeiros —, por causa de seus inenarráveis e
incomensuráveis complexos de vira-latas. É isto? É, sim. No Brasil é
assim que a banda toca.
Temos um Governo Trabalhista, que está há mais de 12 anos no poder e
não faz nada quanto a efetivar o marco regulatório para as mídias, bem
como um código de ética para a imprensa dos magnatas bilionários, que
enfrentam, ousadamente e autoritariamente, um governo que teima em
tergiversar quanto às suas responsabilidades por tibieza e covardia. Não
é possível o povo brasileiro ter de se submeter aos ditames de um
empresariado atrasado, que aposta, diuturnamente, no retrocesso
político, social e econômico. Antes diziam, "Ou o Brasil acaba com a
saúva ou a saúva acaba com o Brasil". Então poderíamos afirmar também:
"Ou o Brasil regula as mídias ou as mídias é que vão regular para sempre
os governantes e o povo brasileiro". É isso aí.
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