247 - O ex-diretor Paulo Roberto Costa mudou a
versão que apresentou em seu acordo de delação e agora diz que as obras
da Petrobras investigadas na Operação Lava Jato não eram superfaturadas.
A nova versão está em petição enviada nesta quinta (9) à Justiça. Em
depoimento como delator em 2 de setembro do ano passado, Costa dizia que
"empresas fixavam em suas propostas uma margem de sobrepreço de cerca
de 3% em média, a fim de gerarem um excedente de recursos a serem
repassados aos políticos". Agora ele diz que os preços seguiam os
parâmetros da estatal e o percentual das obras que era desviado para
partidos, entre 1% e 3% do valor do contrato, "eram retirados da margem
de lucro das empresas".
A delação foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal em 29 de
setembro do ano passado. Ele poderá perder benefícios caso a Justiça
constate que houve rompimento do acordo. A acusação de que as obras
tinham sobrepreço faz parte de uma denúncia apresentada em março pelos
procuradores da Lava Jato, mas ainda não há estimativa do valor. A
denúncia já foi aceita pelo juiz federal Sergio Moro, e Costa figura
como um dos réus. O TCU (Tribunal de Contas da União) também apontou
superfaturamento em uma série de obras investigadas pela Lava Jato.
A defesa de Costa cita um exemplo hipotético de que não teria havido
superfaturamento nas obras: "Se uma empresa oferecia uma proposta 15%
acima do orçamento básico e repassava os 3%, ela ficava com lucro de
12%; no caso de não repasse ficaria com um lucro de 15%". Costa refuta
também que cuidasse da lavagem do dinheiro desviado das obras. Costa
nega também que ele e o doleiro Alberto Youssef recebessem uma lista que
citava as obras e as empresas que seriam vencedoras de cada uma delas.
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