segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ALGUÉM ACREDITA NA POLÍCIA DO SENADO?

08/09/2008 - 17h20

Polícia do Senado conclui que grampos telefônicos foram feitos fora da Casa
Folha Online

A polícia legislativa do Senado não encontrou indícios de grampos telefônicos nos gabinetes dos parlamentares que tiveram conversas telefônicas monitoradas supostamente por agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Os policiais legislativos também não acharam vestígios de escutas na central telefônica do Senado, como detalha relatório preliminar encaminhado nesta segunda-feira pelo diretor da polícia do Senado, Pedro Araújo Carvalho, ao presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN).

Carvalho disse que, após a investigação da Polícia Legislativa nos últimos cinco dias solicitada por Garibaldi, há indícios claros de que os grampos que monitoraram conversas dos senadores foram instalados fora das dependências do Senado.

Segundo reportagem da revista "Veja", agentes da Abin monitoraram os gabinetes de Garibaldi, Arthur Virgílio (PSDB-AM), Álvaro Dias (PSDB-PR), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Tião Viana (PT-AC).

"Há indícios que apontam que os grampos foram realizados fora do Senado. Vamos agora aguardar o laudo da Polícia Federal para tirar todas as dúvidas que possam persistir", disse Carvalho.

O diretor da polícia legislativa descartou a possibilidade de uma pessoa ter instalado uma escuta clandestina no Senado capaz de monitorar conversas simultâneas de diversos parlamentares. Para grampear o telefone de um parlamentar, o grampo teria que ser instalado na linha utilizada exclusivamente pelo senador, dentro de seu gabinete.

A instalação de uma escuta em um telefone próximo ao gabinete, ou mesmo na ante-sala do parlamentar, não teria força para grampear todas as conversas do senador diante do extenso número de troncos telefônicos existentes na Casa.

A estimativa da Polícia Legislativa é que existam cerca de 5.000 troncos telefônicos no Senado. Tecnicamente, os troncos juntam diversas linhas telefônicas em um mesmo número --o que dificulta a realização de grampos. Na prática, o gabinete de um senador por ter dez linhas telefônicas em apenas um número. Cada ligação recebida, feita para o mesmo número, será desviada para uma linha diferente por meio dos troncos.

Carvalho disse que, além do laudo da PF, a Polícia Legislativa deve solicitar a uma terceira entidade para que investigue a existência de grampos na Casa com o objetivo de descartar qualquer escuta no sistema telefônico do Senado. O diretor da Polícia Legislativa assegurou, porém, que a telefonia fixa do Senado está livre de grampos.

"Na parte de telefonia fixa, pode ser falar corretamente, sem nenhum problema. Mas celular não é seguro para ninguém", afirmou.

O diretor confirmou que a central telefônica do Senado, que recebe ligações que chegam à Casa, grava inicialmente as chamadas recebidas. A gravação é interrompida, no entanto, quando a ligação é transferida para o gabinete ou órgão do parlamentar solicitado.
Maletas

Carvalho descartou a possibilidade das maletas adquiridas pelo Senado realizarem escutas telefônicas. A compra dos equipamentos, segundo o diretor, teve como objetivo realizar varreduras ambientais. A prática é necessária para assegurar a "limpeza" de ambientes onde serão tomadas decisões importantes, como sessões sigilosas do plenário da Casa, para que a Polícia Legislativa tenha a certeza de que não há gravadores ou outros mecanismos capazes de captar as informações sigilosas.

"Esse equipamento não faz grampo, nem com outro equipamento acoplado. É somente para verificar se há escuta ambiental em um determinado ambiente", disse.

Segundo o diretor, a Polícia Legislativa vai manter a mesma conduta se trabalho mesmo após as denúncias de grampos contra os parlamentares. "Vai continuar a mesma coisa. Só fazemos varreduras quando somos demandados", afirmou Carvalho.
Comentários.
Eu não acredito.
De tudo que li do diretor da puliça do Senado, chamou-me a atenção a parte que ele diz que as maletas adquiridas pelo senado não realizam grampo.
Ah! tá, os equipamentos adquiridos pela ABIN realizam.É muita cara-de-pau.

Um comentário:

Julio Falcão disse...

Hummm, sei não.... A parte que me chamou a atenção foi ele dizer que apoós transferir aligação a conversa deixa de ser gravada. Ajornalista Cristiana Lôbo disse diferente, ou seja, somente após transferir a ligação para o gabinete é que a mensagem da gravação aparece. Para mim está claro que a gravação ocorreu no próprio aparelho do senador sem a necessidade de grampo. A armação é clara entreeleo ministro dos STF e a Veja.