quarta-feira, 17 de setembro de 2008

FOGO AMIGO NO NINHO TUCANO. EU QUERO VER "SANGUE"


'Alckmistas' pedem expulsão de Feldman do PSDB

Agência Estado



Os deputados estaduais do PSDB Pedro Tobias e Bruno Covas pediram hoje à Direção Nacional do partido, por meio de um ofício, a expulsão do secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman, da legenda, tradicional apoiador do prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM).
O pedido é feito no mesmo dia em que o presidente nacional do PSDB senador Sérgio Guerra (PE), defendeu a redução das divergências internas, como forma de garantir a união de tucanos e democratas em eventual segundo turno.Feldman duvida que o pedido de expulsão vingue e disse estar tranqüilo "como nas belas noites de verão". "Eu estaria muito intranqüilo se estivesse fazendo o contrário, traindo minha consciência", afirmou. "Um inimigo interno é pior do que um adversário temporário no partido." Feldman atribuiu a atitude de Pedro Tobias a sua proximidade de Alckmin. "Ele está tomando as dores do ex-governador", disse.
A participação do secretário no lançamento do plano de governo de Kassab - da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC) -, ontem, foi a gota d'água para o pedido de expulsão. "Um membro do diretório nacional de um partido que tem candidato fazendo festa para outro é o fim do mundo." E a cabeça de Feldman pode ser apenas a primeira a rolar em meio ao racha do partido. Tobias organiza agora um abaixo-assinado entre as regionais do Diretório Municipal do PSDB pela expulsão dos vereadores que apóiem Kassab.
O pedido também é resultado da crise interna em que o partido está mergulhado, desde que o ex-governador Geraldo Alckmin decidiu lançar candidatura própria, apesar de a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) contar com o apoio do governador José Serra e de diversos integrantes tucanos na alta cúpula da Prefeitura, além de Feldman.O líder do PSDB na Câmara Municipal, Gilberto Natalini, considerou "extrema" a atitude dos deputados. "É conseqüência de uma crise emocional dos deputados, que, por sua vez, é conseqüência da situação esquizofrênica de termos duas candidaturas do mesmo bloco", disse."Estamos falando isso desde janeiro.
É uma candidatura fora de hora, fora de lugar", afirmou ele, referindo-se a Alckmin. Para Natalini, o pedido de Tobias e Covas mostra o desespero dos deputados, que defenderam e investiram na candidatura de Alckmin de forma "teimosa e absolutamente descabida". "Um dos dois (Kassab ou Alckmin) iria sobreviver, e o que está transparecendo é que será o candidato do governo", disse.'
Ícone'
O vereador disse que Feldman é um "ícone" do PSDB e afirmou estar solidário ao secretário. "Esse tipo de pedido não tem cabimento, e se alguém tiver de ser punido, o primeiro será o senador Tasso Jereissati (CE), que apoiou Ciro Gomes na campanha de 2002", citou, ao lembrar que o senador deixou de apoiar o então candidato tucano à Presidência da República, José Serra, e não foi punido."Punição não é o caso. Recomendo aos deputados centrar fogo contra 'Martaxa'. Vamos nos preparar para estarmos todos juntos no segundo turno", disse Natalini, ao citar a candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB), Marta Suplicy.
O líder do PSDB na Câmara disse ainda que Alckmin e seu grupo de apoio deveriam seguir os conselhos de Sérgio Guerra, que está preocupado com a possibilidade de não haver acordo entre os partidos no segundo turno caso Alckmin continue a atacar Kassab. "O senador Sérgio Guerra é um homem experiente, equilibrado e sensato. Seria muito bom seguir os conselhos dele", afirmou.Serra"É questão de ética", justificou o deputado Tobias. "Se não tomar providência, acabou o PSDB."
O pedido será analisado pelo Conselho de Ética da legenda. Para Tobias, Feldman é o chefe do "time do holerite", que pensa mais no salário do que no partido. Sobraram críticas até mesmo a tímida atuação de Serra na campanha de Alckmin. "Serra deveria apoiar Alckmin tanto quanto Alckmin apoiou Serra quando disputou a Prefeitura (em 2004)," disse Pedro Tobias.

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