terça-feira, 20 de julho de 2010

Dilma critica criminalização dos movimentos sociais


20 de julho de 2010


Agência Estado


A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, defendeu ontem à noite os movimentos sociais no encerramento do evento em que o PSB lhe entregou as propostas para seu programa de governo. "O governo é uma instituição que tem que ser de e para todos. Portanto, quando você considera os movimentos sociais, vai ver que representam uma parte da sociedade. Não podem ser reprimidos, recebidos a bordoadas ou criminalizados", sustentou.

Entretanto, ela afirmou que quando cometem ilegalidades, e nos casos em que o Estado de Direito tenha de se impor, os movimentos devem responder por isso. Ao final, observou que considera "injustificável" a falta de diálogo com os movimentos sociais. E defendeu que esses movimentos sejam tratados como "questão social", e não como "caso de polícia".

No documento entregue a Dilma, o PSB defende o fortalecimento dos movimentos sociais. Nesse quesito, o partido se refere, especificamente, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), defendendo o aumento do diálogo, o fim da repressão e o reconhecimento no "atraso na promoção da reforma agrária".

Na terça-feira da semana passada, em um encontro com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Dilma foi pressionada pela entidade a recolocar em sua plataforma de governo propostas que afrouxam as punições para os invasores de propriedades privadas.

"Para avançar é preciso reafirmar e qualificar as metas previstas no 2.º Plano Nacional de Reforma Agrária, atualizar os índices de produtividade e revogar as medidas aprovadas pelo governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) que criminalizam a luta pela terra e suas organizações", sustenta um trecho do documento que foi entregue pela Contag à candidata.

O MST é alvo de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em andamento no Congresso Nacional. O colegiado investiga o suposto repasse de recursos públicos a entidades ligadas à organização. Num cochilo dos governistas, a oposição conseguiu aprovar a prorrogação dos trabalhos até o dia 13 de janeiro de 2011.




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