segunda-feira, 20 de maio de 2013

Canalhices e tucanagens


Por Davis Sena Filho — Blog  Palavra Livre

 


FHC "renova" o PSDB com Aécio, político conservador e alienado.



Todo mundo sabe, compreende e percebe que os tucanos foram derrotados eleitoralmente três vezes, bem como no poder governaram para os ricos, venderam, irresponsavelmente, o patrimônio público que eles não construíram, bem como foram ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires nas mãos, porque quebraram o Brasil três vezes, além de serem, pois colonizados que são, subservientes aos interesses dos Estados Unidos.

Todo mundo sabe disso, além de entender perfeitamente que a direita brasileira retratada no PSDB, no DEM (o pior partido do mundo), no PPS, com o apoio surreal do apêndice PSOL, nunca teve, em tempo algum, não tem e jamais terá programa de governo e muito menos projeto para desenvolver o País e melhorar as condições de vida do povo brasileiro.

E por quê? Porque a direita é sectária e somente pensa no capital privado, sendo que controlar o estado nacional se traduz em uma questão estratégica, pois sua riqueza, influência, violência e poder se constituíram por intermédio do patrimonialismo, que significa a ausência de limites entre o público e o privado. A direita partidária. A oligarquia derrotada, que jamais aceitará ficar sem o controle da Presidência da República, apesar de se autodenominar privatista e por isto defensora da iniciativa privada, em detrimento do que é do povo, para o povo e pelo povo, pois os oligarcas defendem o regime político e a forma de governo dos ricos, para os ricos e pelos ricos. Ponto.

Eis que os oligarcas, os burgueses emplumados e seus asseclas de lutas políticas elegeram, no sábado, em Brasília, a “nova” direção nacional do PSDB. Seus aliados, do DEM e do PPS, também estiveram presentes, nas pessoas dos senhores senador José Agripino Maia e deputado Roberto Freire, o primeiro é um aliado de primeira hora da ditadura militar, e este último se trata de um oportunista contumaz, pois estava a se mudar para o MD, da quinta coluna, Marina Silva. Porém, como jogador que é, percebeu a dificuldade de a Marina conseguir assinaturas para criar “seu” partido, e resolveu ficar de olho no gato, sem, entretanto, deixar de olhar o peixe. Esperto o ex-comunista, não?

Todavia, os episódios que mais me chamaram a atenção na convenção do PSDB foram a violência verbal das lideranças tucanas e a dita “renovação” dos quadros de tal partido de direita. Lá estavam as mesmíssimas pessoas que controlam o partido desde que a agremiação foi fundada em 1988. Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, que o PSDB, ao que parece, vai parar de escondê-lo; o ex-presidente da legenda conservadora, Sérgio Guerra; o candidato eterno a qualquer cargo, José Serra; o governador paulista da Opus Dei, Geraldo Alckmin; além de, evidentemente, o “presidenciável” tucano e senador Aécio Neves, conhecidíssimo playboy da noite carioca, desculpem-me, ratifico: night carioca, porque nossa “elite” detesta o português, porque adoradora do que é inglês, pois colonizada e portadora de um incomensurável e por isto inenarrável complexo de vira-lata.

Como se percebe, não existe renovação nas hostes do PSDB. Trata-se do clube do Bolinha, sendo que o “Bolinha” da hora é o Aécio Neves, porque os tucanos paulistas exauriram suas figuras “proeminentes”, que estão desgastadas, e muito, pelos 20 anos a controlar o Governo de São Paulo, e fazer do Palácio Bandeirantes um instrumento de privilégios da burguesia paulista e brasileira, sendo que é visível e, portanto, nítido, a queda do PIB paulista, a má qualidade de vida da população pobre e a violência, que se tornou uma pandemia, que causa medo e pavor aos cidadãos paulistas e paulistanos, que, se não fosse a TV Globo e seus congêneres a escamotear e amenizar tamanha violência, a maioria dos paulistas não votaria mais em tucanos.

O outro episódio chamativo do encontro dos conservadores em Brasília se dá no campo das agressões verbais. Marconi Perillo, um dos caciques do PSDB e governador de Goiás, mostrou — talvez para quem não o conhecesse — o coronel dos rincões goianos que ele realmente sempre foi. O político goiano é um homem virulento, de fala violenta e que foi acusado e denunciado recentemente de se envolver com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Convocado para depor na CPMI do Cachoeira, falou sobre o caso para os deputados, senadores e a Nação de forma arrogante, altissonante e com uma arrogância e prepotência dignas de um ditador militar latino-americano da década de 1970.

Perillo: coronel de Goiás mostrou sua truculência ao ofender o Lula.


 Este é e sempre será o tucano Marconi Perillo. Ele não se fez de rogado e agrediu, da forma mais pueril e baixa possível, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. É como se o desrespeito dele fosse um troféu à vilania tão cara àqueles que tratam o ato e a ação de fazer política como um ringue para malfeitores se digladiarem, sem, contudo, perceber que a cidadania espera dos políticos propostas e soluções para suas necessidades e demandas. Propostas para o País — volto a afirmar — o PSDB do Aécio Neves não as tem. E por quê? Porque os tucanos e as nossas “elites” se recusam a pensar o Brasil desde 1500. Simples assim.

Acontece que o PSDB não se preocupa com propostas e em governar de forma democrática, em busca de uma isonomia entre as classes sociais, por intermédio do combate às desigualdades. O PSDB e seus asseclas venderam o Brasil, realidade esta que nunca deve ser esquecida, bem como nunca se importaram com as políticas públicas sociais; e, sim, somente com as políticas econômicas e financeiras, que proporcionassem lucros e dividendos aos jogadores do mercado e aos rentistas, público preferencial dos políticos do PSDB, pois são eles e seus aliados, a exemplo da imprensa de negócios privados, que representam os interesses do capital e sempre o farão.

A virulência de Marconi Perillo é a senha e o aviso de que os tucanos, a imprensa de mercado, que os apóia nitidamente e sistematicamente desde sempre, vão apelar para a violência e a baixaria nas eleições presidenciais de 2014. Essa gente vai propiciar e fomentar uma baixaria de tal magnitude que vai superar a política baixa que fizeram e realizaram em 2010, quando o tucano José Serra foi o candidato. Quando o “coronel” de Goiás, Marconi Perillo, chamou o ex-presidente trabalhista Lula de “canalha”, a trupe que estava a escutá-lo o aplaudiu, pois a violência é o DNA da direita no Brasil e em todos os cantos do planeta.

Perillo sabe jogar baixo, tanto quanto os tucanos de São Paulo, que provaram o que eu afirmo no decorrer das três eleições que eles perderam. O tucano goiano tem doutorado em baixaria, o que é comprovado pelo seu governo repleto de desgoverno e desmandos. Quem duvida, basta perguntar sobre baixarias ao seu parceiro, o senador cassado do DEM, Demóstenes Torres.

Marconi Perillo entende de baixaria e deu a senha ao desrespeitar violentamente o presidente Lula. O aviso e o grito de guerra foram enviados e repercutidos pela imprensa corporativa e alienígena. Os partidos do campo progressista vão ter de enfrentar mais uma vez tal baixaria no ano que vem. É assim que a banda toca no lado tucano. Baixaria e violência para os direitistas soam como música. Só que há onze anos o povo demonstra sua discordância nas urnas. É isso aí.


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