Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Grávidas, domésticas, CLT e
Crivella
Por Davis Sena Filho — Blog
Palavra Livre
No dia 1º de maio de 1943, o
presidente trabalhista e estadista Getúlio Dornelles Vargas sancionou a
Consolidação das Leis do Trabalho e a anunciou aos trabalhadores, que receberam
sua carta de alforria, e, consequentemente, passaram a ter direitos trabalhistas,
que lhes asseguravam tranquilidade e o acesso a uma vida de melhor qualidade.
Enfim, o Brasil começa a fazer parte dos países civilizados, porque até então
os patrões faziam o que queriam com o trabalhador, que penava com longas e
duras jornadas de trabalho, além de ficar à mercê dos ditames de um patronato
que, culturalmente, seus princípios e interesses remontavam à escravidão.
Recentemente, no dia 26 de
março deste ano, o Senado aprovou a PEC 66/2012, que é a proposta de emenda
constitucional, que vem se assomar à CLT e, por seu turno, libertar os
empregados domésticos do jugo dos patrões, especificamente dos maus patrões,
que não respeitam os direitos trabalhistas e consideram os empregados que
trabalham nos lares como seres de segunda categoria, inclusive sem direito de
comer a mesma comida servida aos membros da casa, além de, muitas vezes, não
poder se locomover pelos elevadores sociais, porque têm de usar os de serviço.
Cerca de 7,2 milhões de
trabalhadores exercem atividades nesse setor, que movimenta bilhões de reais e
que, sem sombra de dúvida, precisava ser regulamentado e regularizado, afinal o
Brasil é a sexta economia do mundo e possui uma das legislações trabalhistas
mais avançadas do mundo há 70 anos, que se completaram neste 1º de maio, para a
tristeza e a insatisfação dos maus empresários que vicejam por essas terras, da
direita partidária e principalmente para os barões midiáticos e seus
colunistas, comentaristas e “especialistas” de prateleiras, que na verdade são
apenas especializados em derrotismo, negativismo, preconceitos, pedantismo, bem
como torcedores contrários aos interesses do País.
Todavia, o Brasil supera
obstáculos e segue a caminhada em busca da emancipação do seu povo. As
conquistas sociais e econômicas são visíveis, nítidas e não há como negá-las,
principalmente a partir de 2003 quando os trabalhistas voltaram a ocupar o
poder central, após quase 30 anos afastados da Presidência da República — desde
1964 —, com a queda do presidente João Goulart, que foi vítima de um golpe
militar. A superação de entraves, de injustiças, da violência e de tudo o que
possa tentar limitar o desenvolvimento e a liberdade do povo brasileiro é uma
constante de nossa Nação, que caminha a passos largos para ser livre e
independente, apesar dos reacionários, traidores da Pátria, que não têm
compromisso com o Brasil.
Depois da promulgação das
Leis Trabalhistas, em 1943, da PEC dos Empregados Domésticos sancionada
recentemente, eis que a presidenta Dilma Rousseff resolve também sancionar o
Projeto de Lei nº 7.158/10, do senador Marcelo Crivella (PRB/RJ), que garante
estabilidade no emprego à trabalhadora que tiver a gravidez confirmada durante
o período de aviso prévio. A Lei altera
a Consolidação das Leis do Trabalho, que se torna ainda mais completa, ampla,
justa e democrática.
O senador Crivella está
licenciado do Senado, porque atualmente está a exercer o cargo de ministro da
Pesca e Aquicultura (MPA), onde tem realizado projetos de desenvolvimento da
pesca marinha, lacustre e fluvial, bem como se preocupado com a infraestrutura
desse importantíssimo setor econômico e principalmente com as questões sociais
e trabalhistas da categoria de pescadores, notadamente os que praticam a pesca
artesanal, em todo o litoral brasileiro. Crivella é um ministro dedicado,
aliado tradicional de Lula e Dilma e agora se junta aos trabalhistas de todas
as épocas, ao ser o autor de uma lei essencialmente laboral, social e
profundamente humanista.
Senador Crivella: Proteção à
gravidez e garantia ao direito ao trabalho.
O projeto do senador
republicano, após ser sancionado, é incluído, nada mais e nada menos, na CLT, o
que lhe dá ainda mais respeitabilidade e o reconhecimento de ser um político
voltado para o social e que teve aprovada uma proposta tão importante quanto a
que reconheceu os direitos trabalhistas e sociais dos empregados domésticos, o
que transforma o Brasil em um País cada vez mais civilizado, pois protege os
trabalhadores, que edificaram o nosso desenvolvimento e são os maiores
responsáveis pelo crescimento econômico que o Brasil vem experimentando nos
últimos onze anos. Entretanto, a “grande” imprensa comercial e privada, por
considerar o senador Crivella um de seus incontáveis adversários políticos, não
o cita como o autor do projeto, pois preferiu, propositalmente, falar do
milagre, mas sem citar o santo.
Assegurar a estabilidade no
emprego a gestantes que cumprem aviso prévio, assim como garantir também em
casos de aviso prévio indenizado, quando a funcionária recebe o salário
referente ao período, mas não é obrigada a comparecer ao serviço, são fatores
que eu considero como justiça social, porque, como já afirmei muitas vezes, sem
justiça não há paz. A presidenta Dilma Rousseff, o Senado e o ministro Marcelo
Crivella realizaram uma ação de grande significado social e econômico
Social, porque evita o
desemprego e não causa aborrecimentos e estresse a uma cidadã que vive um
momento emocional e físico que necessita de cuidados especiais, que é o caso da
mulher grávida. E econômico, porque a trabalhadora e sua família não vão deixar
de ser consumidores, o que, certamente, não vai prejudicar o mercado de
consumo, que, ao vender, vai, por sua vez, manter o emprego dos trabalhadores
que trabalham no comércio e na indústria. É o chamado círculo virtuoso da
economia, que os conservadores, os compromissados apenas com o capital e não
com o trabalho fingem, hipocritamente, que não ouvem, não enxergam e não
compreendem.
O trabalhador empregado tem
sua autoestima preservada, além de o trabalho ser, efetivamente, um antídoto
eficaz contra o alcoolismo, a depressão, a violência e as enfermidades. Essas
realidades são comprovadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), e
devem ser levadas a sério pelo empresariado ou empreendedores brasileiros, que
estão entre os mais trabalhadores, determinados e criativos do mundo. O Brasil
avança para alcançar o seu destino, que é o de ser um País desenvolvido, justo,
democrático, independente, emancipado e com a maioria da população a usufruir
de um estado de bem-estar social garantido também pelas leis trabalhistas. É
isso aí.
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