Esse é o tipo de político que entra na política para levar vantagem, um sujeito sem nenhuma consistência ideológica, chupão de colhões dos poderosos.Vergonha para o povo do Mato Grosso.Leia artigo de Marco Damiani.
“Colocar o Congresso nos
eixos” é a pior frase política desde a redemocratização. Assim como Marcio
Moreira Alves entrou para a história como defensor da autonomia parlamentar, Pedro
Taques abriu a porta dos fundos ao bajular um juiz parcial.
É inclassificável a frase
"o STF vai colocar o Congresso nos eixos", pronunciada com a boca
cheia de ranço pelo senador Pedro Taques (PDT-MT). Com ela, o líder do beija
mão bajulatório ao ministro Gilmar Mendes, do STF, promovido ontem, em
Brasília, garante, pela porta dos fundos e do avesso, seu lugar na história do
parlamento. Um lugar diametralmente oposto ao que sempre terá o deputado Marcio
Moreira Alves (1936-2009), que no tempo mais duro da regime militar autoritário
e assassino ergueu sua voz pela defesa do parlamento livre, soberano e
autônomo, despertando a ira traduzida na decretação do AI-5. Apesar do revés
imediato, Marcito, como era chamado, mostrou a importância do não ter medo, escrevendo
talvez a página mais heroica da história do Congresso.
Taques é o antípoda de
Marcito. Derrotado no voto direto e transparente de seus pares pelo senador
Renan Calheiros, na disputa pela presidência do Senado, o dono de um carreira
em tudo obscura na política do Mato Grosso, sempre amparada por ricos e
poderosos, se fez de vítima. Tentou aparecer nas manchetes como paladino da
ação política moderna. Bastaram poucas semanas, porém, até que ocorresse a
deplorável cena do beija mão, como definiu corretamente o senador Cristovam
Buarque (PDT-DF), para que Taques mostrasse quem verdadeiramente é: o mesmo
sabujo dos poderosos de plantão, tal qual é reconhecido em seu Estado.
Nacionalmente, e na lama da vergonha, a máscara caiu.
Na véspera, os presidentes
da Câmara e do Senado, de maneira institucional, polida e, ao mesmo tempo,
firme, foram a Gilmar, aí sim, num gesto formal para colocar o juiz nos eixos.
Conseguiram emparedar o magistrado que, sozinho, derrubara a vontade de uma
grande maioria que ia se formando, no parlamento, em torno do projeto de lei
que determina novas regras à formação de partidos políticos. Uma tramitação
corriqueira, mas que pela importância do assunto mereceu apelos pela
interferência de Gilmar. Ele, por sua vez, mostrou que, para essas coisas, está
sempre de plantão!
Ao passarem por cima da
autoridade dos presidentes democraticamente eleitos, os políticos que ladearam
Taques na romaria ao piedoso, digamos, Gilmar, ajudaram a escrever uma página
torta da história do Congresso.
A foto divulgada diz tudo.
Homens como o senador Pedro Simon indo de mãos juntas ao confessionário. Logo o
'valente' Pedro Simon! Mas não foi tudo. Com o, digamos, radical Randolfe
Rodrigues, do PSOL – do PSOL, imagine! --, bem do lado esquerdo do juiz que se
sobrepõe aos representantes do povo. No fundo, o tucano Aloysio Nunes Ferreira,
nada a estranhar. E Taques que, não satisfeito com a cena, ainda jogou como
promotor contra o Congresso, garantindo a recolocação, pelo STF, da casa do
povo "nos eixos". Se lhe restar um pouco de hombridade, o senador tem
de renunciar, como pedido de desculpas pela afronta à autonomia parlamentar. Um
estafeta do Judiciário como Pedro Taques não tem nenhuma contribuição para dar
ao Poder Legislativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário