Presidente mobiliza
ministros para finalizar programa de erradicação ampla, geral e irrestrita da
miséria no Brasil; nas contas do governo, inclusão de mais 700 mil famílias nos
programas sociais existentes eliminará pobreza extrema; transferência de renda
elogiada em todo o mundo é atacada internamente pela oposição; mas presidente
não se abala com críticas e avança para consolidar imagem de 'mãe Dilma'
A grande vitrine
eleitoral da presidente Dilma Rousseff para a tentativa de reeleição em 2014
deve ser mesmo a erradicação da miséria. Pelo menos é o que indica a
mobilização bolada pela presidente para dar resultado até o início do próximo
anos. Ministérios e órgãos federais foram mobilizados para localizar famílias
em situação de miséria que não são beneficiadas pelos programas sociais ou
integram o cadastro único do governo. Nas contas do Planalto, faltariam apenas
700 mil famílias para fechar a conta.
Aproximadamente 22,2 milhões
de pessoas deixaram a extrema pobreza desde o início do governo Dilma. Para
completar o número, a chamada "busca ativa" inclui prefeituras e
governos estaduais, reunidos sob a expectativa de que o plano seja concluído
até o início do ano que vem. Essa busca, coordenada pelo Ministério do
Desenvolvimento, existe desde o lançamento do Brasil Sem Miséria, mas ganhou
novo formato no fim do ano passado. Os esforços acabaram prejudicados pelas
eleições municipais.
"Na verdade, estamos
tentando fechar as arestas para que a coisa aconteça: para que aconteça o
cadastramento, para que a família entre no Bolsa Família", contou ao
jornal Valor Econômico a diretora do Departamento do Cadastro Único da
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania da Pasta, Cláudia Baddini. A
estratégia da busca ativa já permitiu, desde o início do Brasil Sem Miséria, em
2011, cadastrar e incluir no Bolsa Família cerca de 800 mil famílias
extremamente pobres.
Neste ano, o trabalho de
busca se concentra em Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio
Grande do Sul, Amapá e região metropolitana do Rio de Janeiro. O governo espera
que a busca sob responsabilidade dos municípios ganhe novo fôlego a partir de
deste mês, quando as prefeituras que sofreram mudanças de gestões nas últimas
eleições já estejam aptas a aderir a esse esforço. "Eleição municipal é um
'strike', porque muda muita gente. Você tem que dar um tempo, e é esse tempo
que a gente está dando, para as prefeituras novas conseguirem entender e para a
gente conseguir chegar já com tudo funcionando", diz Cláudia Baddini.247
Nenhum comentário:
Postar um comentário