O ninho tucano está revolto e conforme se verifica todos os dias, os
mais emplumados se bicam em uma ferocidade nunca dantes vista.
Precipitam-se em anunciar desde já o nome de proa para o longínquo
pleito presidencial de 2018. Os tucanos de São Paulo, berço por
excelência da "social democracia" brasileira se lançam na vanguarda e
entre lapsos e contratempos buscam emplacar o nome de Geraldo Alckmin
para o governo central do país.
Isso mesmo... O Alckmin da cordilheira de escândalos envolvendo
metrôs superfaturados, de greves e paralisações intermináveis na
estruturalmente falida educação paulista, da definitiva e incontornável
falta de água, dos flagelos ambientais que tomam conta de São Paulo, do
PCC dentre outros absurdos cotidianos.
Pela banda mineira, o cada vez menos entusiasmado Aécio Neves, brinca
de presidir a sigla da qual é parte e como bom mineiro que é se
equilibra entre forças e influências diversas que o torna
indubitavelmente o mais fragmentário e incerto personagem do conturbado
cenário politico nacional.
Ele, Aécio, mira em uma presidência que, como se bem sabe, vai lhe
sendo afastada gradualmente; flerta com fascistas e golpistas cuja força
política mingua a olhos nus mesmo com a tônica midiática onde, de
longe, foram beneficiários diretos; protagoniza uma oposição abusada,
arrogante e incapaz de propor caminhos elementarmente reais e viáveis
para a constelação de dramas e que arrasa o Brasil e; cambaleia trôpego
entre escândalos e vacilos que pululam da Operação Lava Jato até aos
excessos da vida pessoal. Aécio é uma incógnita política.
A outra arribação tucana, o indefectível José Serra, senador por São
Paulo, segue sem novidade, em seu périplo por desmontar o país, sua
capacidade produtiva e o que ainda lhe restou de público. Dessa vez,
está obstinado na privatização da maior empresa brasileira, a Petrobras e
o faz, por etapas. Propõe inicialmente que o modelo de partilha da
continental jazida petrolífera do pré-sal seja revisto e que a
exploração seja repassada aos pools internacionais de petróleo e gás. É
dele o projeto de lei no. 131 que modifica a Lei de Partilha (12.351, de
22 de dezembro de 2010) anulando a importante salvaguarda da
participação de, pelo menos, 30% da Petrobras na exploração do petróleo.
É um típico caso de saudosismo colonial ou neocolonial e bastante
comum entre elites e oligarquias latino-americanas e seus elevados
níveis de subserviência aos interesses imperialistas e internacionais.
Serra o exerce com um rigor e deferimento de tal ordem e monta que o
coloca como o principal sabujo das corporações internacionais.
E por fora, vindo da província goiana, Marconi Perillo é o tucano
menor que aspira disputar o Planalto. O que se identifica, em linhas
gerais, é o predomínio do eixo São Paulo-Minas e um Goiás, como sempre,
carente de lideranças, mas que provoca possibilidades políticas para
atuar no nacional.
No que respeita Goiás, cabem considerações que podem nos orientar a
compreender o que, de fato, se passa no cipoal político goiano para
identificar as razões do que irei denominar de "fator Perillo". Vejamos:
De forma panorâmica, Goiás, sempre teve papel ou atuação menor no plano
da política nacional. A última candidatura presidencial de um goiano
foi exatamente de Ronaldo Caiado (1989), um fisiocrata cujo juízo ainda
não chegou ao século XXI.
Goiás é também, terra de Iris Rezende (PMDB), cacique local que fora
derrotado exatamente pelo seu ex-pupilo Marconi Perillo em um distante
1998 e que tangeu o "peemedebezão de guerra" do comando do Estado e que,
nada, nada... Perfaz em 2018, vinte longos anos de mando tucano em
Goiás.
E que avaliação fazer dessas quase duas décadas de regência tucana em
Goiás? Nada de muito diferente das outras experiências tucanas Brasil
afora. Trata-se de governo centralizado e orientado a partir de um
núcleo duro de quadros do PSDB e apoiadores, em geral, grandes
empresários; sem participação ou qualquer tipo de interlocução com a
sociedade ou com movimentos sociais; sem conceito, horizonte ou
prioridades, sobretudo, sociais e; é evidente e notória a falta de
efetivo projeto de desenvolvimento para Goiás. A justificativa
governativa é sempre a mesma: o financiamento e a atração de empresas
para o Estado.
De outro modo, as empresas atraídas para o Estado geram, quando
geram, ocupações ruins, de muito baixos salários, enormes impactos
sociais, econômicos e ambientais para municípios ou circunvizinhanças
onde se instalam e a partir do binômio custo/benefício se verifica que
os cofres públicos empatam um sem-número de recursos e potencialidades
outras para empregos medíocres e de remunerações incipientes.
Não é exagero, mas dos 246 municípios, teremos algo como 30 ou 35
cidades com possibilidades econômicas reais, com algum tipo de horizonte
produtivo e com algum dinamismo econômico a ser considerado. Afora
desses poucos e miúdos municípios citados as municipalidades goianas são
pontos econômicos retardatários e sem qualquer perspectiva de real
desenvolvimento econômico, tampouco, de democracia econômica.
O reinado tucano sequer discute a possibilidade de repensar o
desenvolvimento para a imensa maioria das localidades goianas. Uma forma
de intervir nessa espiral de pobreza e destruição ambiental, segundo
órgãos como a ONU, seria exatamente o investimento massivo, inteligente e
criativo em setores como Educação e Formação Profissional e que, não
casualmente, é sob o mando de Perillo, motivo de enormes cortes por
parte do Governo de Goiás.
No momento em que traço essas letras, o Sindicato dos Trabalhadores
em Educação de Goiás (SINTEGO) denuncia a manobra de Perillo para fazer
passar seu famigerado Projeto de Lei no. 930/15 e que, grosso modo, é o
maior calote na Educação e na remuneração e professores e que esse país
já viu.
Perillo tem a Assembleia Legislativa na mão, bem como as principais
prefeituras do Estado e, de fato, quase não existe oposição ao seu
governo autoritário, burocrático e maçante. Goiás é sufocado por uma
violência desenfreada, por endemias de dengue e por uma pobreza que se
agiganta primeiro, pela precariedade dos serviços públicos, pela
marginalidade de grupos sociais e, é claro, pela violência policial. E
isso, aceitemos ou não, é Goiás.
Com essa configuração política para 2018, com essa oposição e com as
indicações tucanas... Não tenho dúvidas! Aposto todas as fichas em Lula
da Silva!
Um comentário:
Que blog mais sujo, mentiroso e tendencioso. Pelo menos combina com o personagem da matéria.
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