À margem e/ou no paralelo ao enfrentamento político sustentado na
conjuntura pela Oposição e por setores do Judiciário, Ministério Público
Federal, TCU, etc, como que numa grande orquestração de foco definido,
ainda há que se entender, ao mesmo tempo rejeitar, a ação parcial e
determinadamente oposicionista da Mídia Nacional na manutenção de
noticiário seletivo e focado na desconstrução do Governo Dilma, do
ex-presidente Lula, do PT e seu significado gerando a mais consistente
campanha de setores organizados da sociedade contra uma estrutura
partidária no Pode Central do Brasil. Neste cenário sofrem todos, o
Governo, a sociedade, os diversos Poderes e a própria Midia convivendo
com a mais forte crise de sua história.
Em plena quinta-feira de queda na temperatura do Sudeste e do Sul do
País com pancadas de chuvas no Nordeste, o tratamento da Mídia ao pedido
de "habeas corpus" orquestrado por um cidadão em Campina, mas concebido
como ação do ex-presidente Lula, algo não acontecido, na proporção
inversa do que a mesma Imprensa tratou a punição a executivos envolvidos
em propinas no escândalo do Trensalão em São Paulo – ligado ao PSDB,
eis que o noticiário ficou escondido na cobertura geral, sem abordagem
de escândalo.
Como isso se dá? É simples de responder: os assuntos do PT
invariavelmente se transformam em manchetes garrafais (Fonte
maiúsculas), já os do PSDB se escondem no noticiário geral também
ocultando-se a imagem dos tucanos atingidos.
São dois tratamentos antagônicos, ambos politizados e conduzidos por
veículos como a Folha, Rede Globo, Veja, etc – grupos esses que
resolveram afastarem-se completamente do principio básico do Jornalismo
sadio passando comumente pela consulta a todos os atores envolvidos
sempre recomendando-se ouvir-se e garantir o contra-ponto, algo há tempo
rasgado pelas novas diretrizes desses órgãos de comunicação.
CRISE E DESCONSTRUÇÃO VEM DESDE GUSHIKEN
As entidades democráticas, tipo OAB, ABI, Fenaj, etc, nem precisam
necessariamente saber e/ou estudar causas e efeitos desta grave crise
porque passa a Imprensa brasileira estendendo-se aos veículos poderosos
na relação com Governo Federal, Lula e o PT, mas o ódio e enfrentamento
aos Governos petistas se registram na verdade desde 2003 quando o
ex-presidente petista se elegeu e, em sua gestão, o ex-deputado federal
Luiz Gushiken, entrou no alvo da Mídia por defender a democratização dos
recursos de publicidade no País.
As cifras são fáceis de entender: até 2002, no Governo FHC, eram
apenas 192 empresas em todo País a mexer com a verba publicitária do
Governo Federal. Lula saiu do governo com mais de 5 mil empresas e,
agora com Dilma, passam de 8 mil empresas.
É em parte este cenário publicitário implantado relativamente pelo
Governo do PT que selou uma ira e ódio sem fim de grandes empresários da
comunicação, a maioria monopolizando. Tratamos de relatividade porque
durante os anos seguintes, a SECOM nunca deixou de adotar o critério
técnico de audiência para contratar serviços até dos veículos que fazem
campanha sistemática contra o Governo.
O QUE FAZER DIANTE DA CRISE AGUÇADA?
Ao Governo é dado o papel de se posicionar como vem fazendo até a
presente data de não retaliar nenhum profissional nem estrutura
midiática, mesmo assim a nova fase de Edinho Silva precisa deslanchar de
vez, no mínimo, a "guerra de convencimento comercial" para garantir no
mínimo o contra-ponto dos governistas.
Há, ainda, que manter o diálogo mesmo por menor que seja sabendo que
não vai tirar de pauta a decisão acordada entre os veículos de
comunicação de peitar e querer tirar o Governo Dilma do mandato e do
sério.
Mas precisa ter coragem e bom senso para chamar a sociedade ao debate
sobre normatização da Mídia, que passou a ser chamada de política de
censura do Governo, algo inexistente na prática, precisando ser
convocada pela ótica econômica –e somente só, pois precisamos adotar no
Brasil o que já acontece nos países civilizados.
De fato, extrapolou a premissa e realidade na qual 5 famílias detêm o
comando (oligopólio) dos veículos em cultura e sistema proporcional nos
estados. Não dá mais para se ter esta constatação em práxis econômica.
Daí, além do diálogo infrutífero até agora, o Governo precisa
conversar com quem pode gerar relacionamento altivo, de elevado nível,
mas para colocar os trilhos no eixo precisa conviver com a
democratização dos meios e da verba publicitária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário