quarta-feira, 23 de março de 2011

A culpa é de Lula

101 milhões na classe C

Vera Batista
Correio Braziliense - 23/03/2011
Pelo menos 19 milhões de pessoas reforçaram a classe C em 2010, que hoje é a maior do país, com 101 milhões de cidadãos ou 53% da população. Ficou mais ampla que as classes A e B (42,19 milhões de pessoas e 21,9% do total) e as D e E (40 milhões) somadas. Os dados fazem parte da pesquisa O Observador 2011, encomendada pela financeira Cetelem GN ao Instituto Ipsos Affairs, e reforçam o processo de mobilidade social vivido pelo país. O temor é de que esse quadro se reverta com a atual disparada da inflação.


Segundo Marcos Etchegoyen, presidente da Cetelem GN, o fortalecimento da classe média vem ocorrendo há cerca de seis anos, em consequência do crescimento da renda e do acesso ao crédito. Ele ressaltou que passou a sobrar mais dinheiro no caixa das famílias (rendimento total menos os gastos) em todas as camadas sociais e regiões do país. Em 2009, sobravam, para as classes A e B, R$ 680. Em 2010, restavam R$ 991. Na classe C, o saldo passou de R$ 205 para R$ 246. E na D, a mais beneficiada, pulou de R$ 61 para R$ 104, valor 48,44% superior ao de quando a pesquisa foi feita pela primeira vez, em 2005. “A pirâmide social virou um losango. Um número maior de pessoas está se alimentando bem e tendo experiências que antes pareciam um sonho”, ressaltou. Gastos médios com supermercado aumentaram para R$ 375, em 2010. Com aluguel, o desembolso subiu para R$ 299. Com educação, foi para R$ 274.


“Pela primeira vez, o gasto médio com telefone fixo foi superior ao do celular”, destacou Etchegoyen. A internet também deu um salto. Foi utilizada por 58 milhões de pessoas maiores de 16 anos, em geral, para informações sobre compras, sendo que 20% afirmaram já ter feito aquisições virtuais. Mas do total dos entrevistados, apenas 26% comparam taxas de juros, especialmente os da classe D, que continuam se preocupando apenas se o valor da prestação cabe no bolso.


A pesquisa indica que 60% dos brasileiros estão otimistas, que 53% querem consumir mais, 52% desejam mais crédito e 39% acreditam em alta do Produto Interno Bruto (PIB). Mas, segundo o levantamento, 79% dos entrevistados desejam economizar e 48% vão gastar mais em 2011.


Conforto


Entusiasmados com o conforto no orçamento, os brasileiros, em 2011, declararam que vão investir mais no bem-estar, com destaque para móveis, decoração, entretenimento, viagens e lazer. De acordo com a Cetelem BGN (um dos maiores conglomerados financeiros do mundo), que divulgou o estudo O Observador 2011, foram consideradas como renda média (família de quatro pessoas) R$ 2.983 para as classes A e B; R$ 1,338, para a C; e R$ 809, para as D e E.

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