quarta-feira, 30 de março de 2011

A nossa suja história


Foi minha filha Julie quem me deu o tema para esta coluna, logo depois do almôço, quando falávamos das mentiras da Tepco no Japão, das tantas mortes na Líbia e do futuro de Kadhafi. Ela ainda está traumatizada por ter ouvido de um primo, numa reunião familiar na última viagem ao Brasil, que a ditadura militar tinha sido uma boa coisa para o País.

Terminando o curso colegial, tem estudado a História recente e me surpreendeu, pois, enquanto tomávamos o café preto sem açúcar, fez um simples mas profundo comentário:


Veja só papai: na França, existem ruas, placas comemorativas com o nome de Jean Moulin, herói da resistência à ocupação nazista. Quando estive em Barcelona, vi que o povo espanhol não esquece dos que lutaram contra o ditador Franco. Mas, no Brasil, ninguém fala nos anos da ditadura, minhas primas nem sabem disso, é como se nunca tivesse acontecido. Mas foram vinte anos !


Coincidentemente, tinha lido ontem, uma entrevista da jovem e brilhante jornalista Ana Helena Tavares com um dos nossos heróis da resistência à ditadura militar, Carlos Eugênio Paz, na qual ele fala nessa falha histórica, pela qual nossos cinco ditadores são chamados de presidentes e seus nomes são imortalizados em obras públicas.


É verdade, o Brasil está empurrando para debaixo do tapete sua suja História, talvez por vergonha mas principalmente porque muitos de seus atores, que participaram do golpe e justificaram a ditadura, estão vivos e têm força suficiente, até no STF, para tentar apagar da memória da jovem geração nossas páginas vergonhosas.


E minha filha citou como exemplo a experiência suíça. Durante anos, os manuais escolares, os jornais, os políticos suíços esconderam o papel da Suíça durante a Segunda Guerra, disfarçado sob o manto de uma pretensa neutralidade. Porém, pressionado pelo peso da verdade, o governo foi obrigado a criar uma Comissão histórica independente, composta também de historiadores estrangeiros, presidida pelo suíço Jean François Bergier, para se revelar os anos ocultos.


E muita coisa dolorosa se soube, desde os judeus entregues aos nazistas nas fronteiras, ficando seus bens retidos nos bancos suíços, à lavagem do ouro roubado dos bancos centrais dos países ocupados pelos nazistas. Com esse ouro lavado e trocado em dinheiro, os nazistas podiam importar tungstênio e matérias primas da Espanha e Portugal para fabricar suas armas de guerra. E, enfim, foi o próprio presidente suíço quem fez solenemente sua mea culpa.


Argentinos e espanhóis desenterram suas vergonhas e estremecem diante das revelações de adoções por famílias de militares dos filhos das jovens opositoras mortas sob a tortura. O exercício da memória é a única maneira de se restabelecer a honra de um país. O Chile teve também seu momento de penitência, ao se revelarem oficialmente os crimes de Pinochet, velho decadente fingindo-se de gagá, com seu passado de traição e assassinatos.


É verdade minha filha, o Brasil nunca poderá ser um país de respeito enquanto não lavar a sujeira dos seus vinte anos de ditadura, enquanto não soubermos os nomes dos torturadores e assassinos, alguns dos quais sobreviveram ao retorno da democracia como políticos e parlamentares.


Enquanto os livros escolares não falarem de resistentes como Marighella, Lamarca e de tantos outros que tornaram possível a democracia de hoje. Será também preciso se retirar dos ditadores, desde Castelo Branco a Figueiredo, passando por Médici, Costa e Silva e Geisel, a citação e referência de terem sido nossos presidentes.


É preciso se contar a verdade para as novas gerações estudiosas, que terão vergonha se o Brasil for o único país do mundo a acobertar a vergonha dos seus anos sujos de ditadura, de falta de liberdade, de torturas e assassinatos. E nesse quadro, é muito normal surgirem declarações abjetas como essas do deputado Bolsonaro, apoiadas pelo pessoal dos anos sujos. Declarações que nunca serão punidas.

Rui Martins, Direto da Redação

6 comentários:

Anônimo disse...

VIVA 31 DE MARÇO DE 1964

O grande Heroi Nacional Gen. Humberto de Alencar Castelo Branco que se tornou o redentor do Brasil em 1964 livrando o povo brasileiro de uma ditadura comunista , a FIBRA destes MILITARES de ontem não existe mais hoje nas desmoralizadas e corrompidas FA do que era o Brasil...hoje um pasto de bois explorados pela horda comunista a serviço da Nova Ordem Mundial comunista.
A Revolução para livrar o Brasil do comunismo em 31 de março de 1964 foi um ataque preliminar vitorioso, fato histórico, inconteste e sobejamente comprovado pela débâcle da União Soviética, matriz do regime comunista que mais semeou a morte, comprou mentes e traidores, ensinou o terrorismo, explodiu e metralhou inocentes, prostrou exangues oponentes aos milhares de milhares, fuzilou e enforcou, gerou apátridas, em nome da utopia, nada a ver com os ideais da Revolução francesa de liberdade, igualdade e fraternidade. Palavras, lema e aspirações intrínsecas à natureza do ser humano.


A Revolução de 1964 sem mortos e feridos pela clarividência de líderes civis e militares e principalmente de comandantes cujo aço das suas espadas é o símbolo do poder a serviço do Estado e não para saciar o próprio orgulho, vaidade, bolso, e pior, a subserviência, fechando os olhos ao descaminho de governantes — chefes de barro, corruptos, aprendizes de ditador — se rebaixando para catar migalhas que ao chão se espalham se esquivando da luz que do alto lhes atinge a alma e fere o coração pela injustiça que ajudam a praticar.

Anônimo disse...

A revolução de 1964 não foi um ato de indisciplina, foi um ato de coragem, sob o manto da responsabilidade do Poder Militar a serviço da Nação brasileira. Não é indisciplina quando o segmento militar emite a sua opinião sobre questões nacionais não é uma estrutura invertebrada. Transgressão da disciplina é componente da hierarquia para manter o conjunto harmônico e, conscientemente, é treinamento para as ações de combate. Não se refere à cúpula do cidadão fardado, designado constitucionalmente de militar e diplomado nas universidades militares, que tem obrigação de esclarecer à Nação as suas preocupações.


As ordens de governo devem ser cumpridas, mas as absurdas podem ou não, dependendo do ser de cada um. Honra e gloria aos que lutaram, arriscaram a própria vida e a de familiares, aos que foram feridos, mortos e mutilados, defendendo a democracia, livrando os brasileiros da barbárie vermelha, da foice e do martelo.


Marco histórico que preservou o nosso povo de tanto morticínio ficou registrado na madrugada do dia 31 de março, quando as forças do General Olimpio Mourão Filho deixaram Juiz de Fora, sede da 4ª Região Militar, indo em direção ao Rio de Janeiro, como a reviver o inigualável Duque de Caxias, na ponte de Itororó: - “Sigam-me os que forem brasileiros.”


O Brasil o seguiu. Salvou-nos de um muro separatista como o de Berlin, manteve a integridade territorial herdada, sem essa de Brasil Oriental, Brasil Ocidental, do Norte, do Sul como em vários países, Coréia, Vietnam, China, Alemanha, e, graças a Deus, ao povo brasileiro e às Forças Armadas, sem territórios liberados, ações terroristas e de guerrilha, ainda sofrimento dos colombianos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, e, livrando muita gente “boa” dos “trinta dinheiros” e da política, hoje seus aliados, do “paredón” tipo cubano, missão dos comunistas que se engajaram na luta armada, aprendizes deslumbrados e retrogrados de Che Guevara.

VERA disse...

SE NÃO TEM VERGONHA NESSA SUA CARA-DE-PAU, PELO MENOS EM RESPEITO AOS QUE FORAM TORTURADOS E ASSASSINADOS, E POR SUAS FAMÍLIAS, QUE DESCONHECEM ONDE FORAM ENTERRADOS E AINDA OS CHORAM,

CALE SUA BOCA IMUNDA E NOJENTA, TUNGANOTÁRIO-INTELECTUALOIDE-DEBILOIDE-NAZISTA-IGNORANTE E FANZOCA-DOS-BOLSONAROS-DA-MORTE!!!!

Anônimo disse...

VIVA 31 DE MARÇO DE 1964

VERA disse...

E MORRA A DIREITALHA IMUNDA, ADMIRADORA de MILICOS DITADORES, TORTURADORES e ASSASSINOS!!!

Zé disse...

A direitada tá morrendo de saudade de lamber as botas dos generais até gastar a língua.

Eita povo masoquista.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk