domingo, 14 de setembro de 2008

BOTANDO ORDEM NA CASA


14/09/2008 - 08h55

Bolívia decreta prisão de governador por não obedecer estado de sítio

Rodrigo BertolottoEnviado especial do UOLEm Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)

O governo da Bolívia anunciou a prisão do governador do Departamento de Pando, Leopoldo Fernández, por desacatar o estado de sítio decretado na quinta-feira após os conflitos de deixaram 30 pessoas mortas e quase uma centena de feridos entre oposicionistas e partidários do presidente Evo Morales.

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A prisão não foi ainda confirmada. Um dos relatos que circulam no país afirma que Fernández se refugiou no Brasil. A capital do Departamente de Pando, Cobija, fica próxima à fronteira com o Brasil no Acre.A detenção é uma das ações no meio da ocupação militar que está acontecendo desde as primeiras horas deste domingo.
Os soldados já estavam no aeroporto, tomado na sexta-feira em choque com opositores que resultou em duas mortes. Mas agora eles estão pelo centro e em várias áreas da cidade amazônica. Os relatos dão conta que as tropas chegaram em dois aviões Hércules e com quatro tanques. Houve tiroteio com pistoleiros que apóiam o governador local.O governador Fernández pediu que a população reagisse a tomada militar. "Resistirei" foi a frase que Fernández pronunciou sobre a medida de La Paz, estampada em vários jornais da região.

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O estado de sítio determina que não aconteçam reuniões com mais de duas pessoas e há toque de recolher da meia-noite até a manhã - o que não estava acontecendo em Pando. Os militares tentam agora pôr em prática a decisão, afinal, as autoridades locais não a seguiam.A ação deve complicar ainda mais o diálogo entre o presidente Morales e os governadores oposicionistas.
Uma reunião estava marcada para este domingo à tarde, mas os políticos autonomistas afirmaram que se acontecesse uma morte mais romperiam a conversa."Antes de ir ou não à reunião em La Paz, queremos viajar a Pando para lhe dar nosso apoio", disse o governador de Santa Cruz, Ruben Costas, principal opositor a Morales. Ele deu a declaração ao lado dos colegas do Departamento de Tarija, Mario Cossío, e de Beni, Ernesto Suárez. A ordem de prisão foi anuciada pelo ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, na noite de sábado. "Prenderemos Fernández", disse. "A prisão será, mais cedo ou mais tarde, por ele ter violado a Constituição", disse, acusando o político de liderar grupos "paramilitares e mafiosos" que mataram líderes camponeses.

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