domingo, 14 de setembro de 2008

CONTRA OS GOLPISTAS


Lula participará da cúpula de Santiago em apoio a Evo Morales

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que vai participar na segunda-feira, 15, da reunião emergencial da Unasul (União das Nações Sul-Americanas). Convocada pela presidente do Chile, Michelle Bachelet, presidente em exercício da Unasul, a cupula visa discutir a crise na Bolívia e prestar apoio ao presidente democraticamente eleito pelos bolivianos, Evo Morales.

A decisão do presidente foi comunicada neste sábado (13) por assessores do Palácio do Planalto. Apesar de ter cumprido uma extensa agenda de trabalho no Rio de Janeiro neste sábado, o presidente acompanhou atentamente a situação na Bolívia, onde a oposição oligárquica iniciou um ciclo de ações violentas na parte oriental do país. Antes da cúpula de Santiago, Lula pretende manter contato telefônico com os demais presidentes que integram o Unasul.
Ele manteve o primeiro compromisso de sua agenda de segunda-feira no Rio – a cerimônia de ampliação da fábrica da Volkswagen de Resende – mas em seguida viajará para o Chile.Elogios a Evo e críticas à oposiçãoDurante sua visita à cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio, Lula elogiou as afirmações de Evo Morales dizendo que não vai permitir que o patrimônio público seja danificado pelos manifestantes das províncias oposicionistas.
Lembrou porém que o Brasil não pode interferir em assuntos internos da Bolívia e tudo o que pode fazer é pedir para que as partes envolvidas entrem num entendimento.Lula também criticou as ''formas de luta'' violentas do movimento que tenta derrubar Evo, como as barreiras na fronteira Brasil-Bolívia. “Se a fronteira ficar fechada, quem perde é o país mais pobre. Não é o Brasil. Não queremos fechar a fronteira nem um minuto. Mas, se eles, ou seja, os bolivianos que estão participando do movimento, o fizerem, eles têm que saber que isso é prejudicial a eles”, deplorou.“Oposição tem direito de fazer oposição. Mas tudo tem limite. Porque se extrapolar os limites, todo mundo perde. E acho que, na Bolívia, não tem que todo mundo perder, tem que todo mundo ganhar. Porque a Bolívia precisa disso”, finalizou Lula.
Dois dias antes, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, transmitiu um duro recado aos rersponsáveis pelo que chamou de ''atos terroristas''. ''Não toleraremos uma ruptura do ordenamento institucional boliviano, sobretudo porque foi um ordenamento recentemente referendado pelo povo'', disse Marco Aurélio, referindo-se ao referendo de 10 de agosto último, que Evo venceu com 67,4% dos votos bolivianos.
Chávez: ''É óbvio que irei!''
A convocação da reunião de emergência da Unasul foi feita por Michelle Bachelet porque o Chile exerce hoje a presidência da entidade. Mas a proposta partiu do presidente venezuelano Hugo Chávez, que estará presente em Santiago: ''É óbvio que irei!'', respondeu o líder bolivariano, solidário com o movimento antioligárquico que se encontra sob ataque na Bolívia.A Unasul é composta por todos os 12 países independentes do continente: a Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Suriname e Guiana (a ex-Guiana Britânica).
As únicas exclusões da Unsaul na América do Sul são a Guiana Francesa (domínio colonial da França) e as Ilhas Malvinas (ocupadas pela Grã-Bretanha desde o século 19). Derivada da Comunidade Sul-americana de Nações (CSN), fundada em 2004, ela almeja chegar a uma integração econômica e política à maneira da União Européia.
Da redação, com agências

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