terça-feira, 16 de setembro de 2008

GRANDE DILMA


Dilma chora durante homenagem a vítimas da ditadura

Ministro Patrus também esteve presente e afirmou ainda que a prática da tortura é utilizada até hoje no Brasil
REUTERS

BELO HORIZONTE - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff voltou a chorar ao falar sobre o período em que combateu Regime Militar brasileiro (1964-1985), durante uma homenagem na noite de segunda-feira a 11 alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mortos na época por lutarem contra a ditadura. Acompanhada do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), que assim como Dilma pegou em armas para enfrentar os militares, a ministra se emocionou ao classificar todos os jovens que morreram nos combates como "heróis". "Há uma perda para o país quando essa experiência de uma juventude que se jogou na luta democrática é perdida por morte", disse Dilma, com lágrimas nos olhos, em seu discurso.
A solenidade também homenageou alunos de destaque da UFMG, inclusive a própria ministra, tida como possível candidata à Presidência pelo PT em 2010. Ela cursou ciências econômicas na instituição no início da década de 1970. "Fui impedida de concluir meus estudos na UFMG por subversão da ordem pública, depois de eu ter tirado três anos de cadeia. Então, 35 anos depois eu me diplomo na UFMG com muita honra", afirmou Dilma, novamente emocionada. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, também foi homenageado e afirmou que o Poder Judiciário é quem deve analisar uma possível revisão da Lei da Anistia, para que militares sejam responsabilizados criminalmente por mortes, desaparecimentos e torturas durante o período.
O ministro afirmou ainda que a prática da tortura, reportada durante a ditadura, é utilizada até hoje no Brasil. "Nós precisamos continuar desenvolvendo essa consciência para eliminarmos no Brasil todas as formas de tortura, inclusive com relação aos chamados presos comuns", afirmou Patrus, que também é professor de direito.

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