Luiz Carlos Azenha
Nas últimas horas o senador John McCain foi informado, por assessores, de que sua vitória em Indiana não está assegurada. O estado foi um sólido bastião republicano durante a era Bush.
Faltando cinco dias para as eleições nos Estados Unidos, McCain só conseguirá se eleger se vencer não só em Indiana, mas na Flórida, Ohio, Virgínia, Carolina do Norte, Missouri e na Pensilvânia. A campanha eleitoral está concentrada nestes sete estados. Nas pesquisas, McCain só está na frente em Missouri e Indiana -- e por pequena margem.
A campanha democrata gastou mais de 5 milhões de dólares ontem à noite para colocar no ar um programa de meia hora de duração nas principais emissoras dos Estados Unidos.
Além disso, Barack Obama lançou mão de artilharia pesada em comícios na Pensilvânia e Flórida, contando com a presença do ex-presidente Bill Clinton.
Clinton é essencial para atrair eleitores que tem resistido ao apelo de Obama: homens de classe média baixa. O ex-presidente tem um argumento poderoso: no governo dele os Estados Unidos viveram oito anos de expansão econômica.
Em seu discurso-padrão, Clinton tem lembrado os eleitores que nos últimos oito anos 90% de todos os ganhos da economia americana ficaram com os 10% mais ricos. O ex-presidente diz que a sociedade americana sempre foi construída "de baixo para cima" e acusa o governo Bush de ter invertido a pirâmide, transferindo renda de baixo para cima.
Bill Clinton é craque em campanha. Vai direto ao assunto. Diz que o sistema de saúde dos Estados Unidos é "uma desgraça" e dá os números: 1 de cada 8 pacientes de câncer não pode pagar pelos remédios necessários ao tratamento e o país caiu para a vigésima nona posição no ranking mundial da mortalidade infantil.
O mote da campanha de McCain passou a ser a acusação de que, eleito, Barack Obama vai aumentar os impostos. Porém, a mensagem já não encontra a ressonância que teve no passado. Obama está avançando na classe média por conta de sua promessa de só aumentar os impostos dos mais ricos e de dar ajuda federal especialmente na saúde e educação.
Insegura, a classe média já não aposta no "estado mínimo", cujas supostas vantagens embalaram os triunfos eleitorais de Ronald Reagan e George W. Bush.
CartaCapital.
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