domingo, 31 de janeiro de 2010

Brasil avança 8 postos no ranking da competitividade



O Estado de S. Paulo - 31/01/2010


O Brasil melhorou oito posições na classificação de competitividade do Fórum Econômico Mundial e passou da 64ª posição em 2008-2009, num total de 134 países, para a 56ª em 2009-2010, num conjunto de 133. Pela primeira vez superou a Rússia, em 63º lugar. A regulamentação de impostos foi apontada pelos entrevistados como a principal dificuldade para os negócios, seguida pelo peso dos tributos. Regras trabalhistas aparecem no terceiro lugar e a ineficiência da burocracia governamental em quarto.

Os autores do estudo calculam o índice geral de cada país com base em três grandes conjuntos de itens: requisitos básicos, fatores de eficiência e fatores de inovação e de sofisticação. A pior nota do Brasil (91º lugar) vai para o primeiro item, o mais dependente da ação do governo e da qualidade das instituições. Aí se incluem, por exemplo, o desvio de dinheiro público, o desperdício nos gastos governamentais, a eficiência dos processos judiciais, e o peso da regulação oficial.

A estabilidade macroeconômica integra a primeiro grande parte. Nesse item, os maiores problemas são a baixa taxa nacional de poupança (86º lugar) e o spread bancário (128º).

As melhores classificações aparecem quando se trata dos fatores de eficiência, como o tamanho do mercado e a disponibilidade de tecnologia, e dos fatores de sofisticação dos negócios (32º lugar) e de inovação (43º). As notas são baixas em quase todos os itens de saúde e de educação. A qualidade do ensino primário fica na 119ª posição e a do treinamento em matemática e ciências em 123ª.

A classificação geral do Brasil tem melhorado desde os anos 90, graças a medidas para a estabilização da economia e para abertura do mercado, apontadas pelos autores da análise como fundamentais para a competitividade.

Os dez países mais competitivos são Suíça, EUA, Cingapura, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Japão, Canadá e Holanda. A China está 29º lugar e o Chile em 30º, como o mais competitivo dos latino-americanos. O México está no 60º lugar e a Argentina no 85ºposto.

PPS e DEM:tudo a ver

Vereador é preso acusado de vender votos em Mato Grosso


O vereador Ervino Kovaleski (PPS), da cidade de Marcelândia (MT), a 716 km de Cuiabá, foi preso neste domingo, pela Operação Judas, da Polícia Civil. Investigações realizadas em conjunto com o Ministério Público do Estado apontam que o vereador, conhecido como Nenzinho, teria solicitado e recebido vantagens financeiras em troca de apoio político, especialmente para a composição da chapa para eleição da presidência da Câmara de Vereadores.

Kovaleski foi eleito pelo PPS pela coligação Marcelândia em Boas Mãos, liderada pelo atual prefeito Adalberto Navair Diamante. Após a eleição, segundo investigações da Polícia e MP, o vereador teria mudado sua posição política e integrado o grupo de oposição, representado pelos partidos DEM e PSDB, apoiando a eleição a eleição do vereador Diego Bugarelli Grelak para a presidência da Câmara.

O PPS moveu um processo para a cassação de Kovaleski, mas foi anulado pela Justiça. Segundo autos do inquérito policial, constam cópias de cheques emitidos por Celso Luiz Padovani, que é presidente do DEM na cidade e administrador da empresa Pronorte, em favor de Ervino Kovaleski.

Nas investigações, foi constatado que Kovaleski teria solicitado de Padovani a quantia de R$ 6 mil, um terreno no centro de Marcelândia e uma propriedade rural para apoiar em 2010 a nova eleição para mesa diretora. Caso não recebesse as vantagens, iria mudar novamente para o grupo do atual prefeito, Adalberto Diamante. Kovaleski, e se inscrever na chapa apoiada pelo atual prefeito.

O delegado Luiz Henrique de Oliveira, de Marcelândia, afirmou existir indícios que o vereador também teria recebido dinheiro do grupo que apóia o prefeito Adalberto Diamante. Para o delegado a investigação pode ter desdobramentos que leve a outras prisões, especialmente de políticos do município.

O mandado de prisão temporária do vereador foi expedido pelo juiz Anderson Candiotto, da Comarca de Marcelândia.

Marcelândia foi apontada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) como o município campeão dos desmatamentos da Floresta Amazônica em 2007. No ano de 2008, a cidade integrava os 36 municípios que mais desmataram a Amazônia e, em 2009, estava entre os 43 municípios, segundo Ministério do Meio Ambiente (MMA).


Terra

Tucanos caloteiros:Justiça Eleitoral suspende fundo partidário do PSDB


O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu no fim da sexta-feira (29) suspender por um mês o repasse de novas cotas do fundo partidário ao diretório regional do PSDB e recolher cerca de R$ 78 mil do partido. A decisão se deu depois da desaprovação das contas do exercício de 2005 do partido do governador paulista José Serra.


O TRE acusa o partido de não comprovar adequadamente R$ 66.850 relativos à locação de bens móveis e a falta de identificação de origem em recursos que somam R$ 78.884 - valor que o tribunal quer cobrar de volta para o fundo partidário.

"A sanção de suspensão do repasse de novas cotas do fundo partidário, por desaprovação total ou parcial da prestação de contas de partido, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de um mês a doze meses", afirma a decisão do tribunal. O PSDB paulista pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Fonte: Uol

Manchete vergonhosa


Depois de demorar mais de cinco dias para divulgar a pesquisa Vox Populi que aponta Dilma encostada em José Serra, veja a matéria do portalão da família Mesquita:


Serra é favorito na corrida presidencial, segundo Vox Populi

São Paulo - Uma nova pesquisa da Vox Populi, encomendada pela TV Bandeirantes e divulgada ontem apontou que o atual governador de São Paulo, José Serra (PSDB), leva vantagem na corrida presidencial, com 34% das intenções de voto. Dilma Rousseff (PT), ministra-chefe da Casa Civil, está em segundo lugar, com 27%.

Na pesquisa anterior, divulgada em dezembro pela Vox Populi, apontava que Serra obteria 39% dos votos contra 18% de Rousseff. Em pouco tempo, a favorita do Presidente Lula conseguiu um crescimento de 9%
nas intenções de voto.

A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 23 Estados e no Distrito Federal, entre os dias 14 a 17 de janeiro. O levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais. Essa é a primeira pesquisa eleitoral a ser
divulgada em 2010.

O deputado federal Ciro Gomes aparece com 11% das intenções de voto, seguido pela senadora e ex-ministra de Lula Marina Silva, com 6% da preferência dos entrevistados.Os brancos e nulos ficaram em 10%, sendo que 9% se disseram indecisos ou não opinaram.


É muita parcialidade do Estadão, não sei como os subujos deste jornal se prestam a um papel ridículo desses.Por isso que esta porcaria está censurado há mais de 180 dias.Bem feito!

Petrobrás se expande em várias áreas e já movimenta 10% do PIB


Cuidado com os demotucanos, eles querem vender a PETROBRAS.Não permita o retrocesso.


Às vésperas do Natal, a Petrobrás comprou sua primeira usina de etanol. Um mês antes, adquiriu metade de uma fábrica de biodiesel. No início do ano, aumentou sua participação na Braskem, empresa que acaba de adquirir a Quattor e formar uma das maiores petroquímicas do mundo. Esses são os lances mais recentes da estratégia de crescimento da Petrobrás, traçada pelo governo Lula, que inclui também compras de redes de postos de combustíveis, usinas termoelétricas e construção de pelo menos uma fábrica de fertilizantes.

Com aquisições e investimentos maciços, a Petrobrás aumentou seu peso na economia do País, com ramificações em várias áreas. O valor do que a estatal produz e o impacto de seus investimentos e gastos na economia já representam 10% do Produto Interno Bruto (PIB), quase o dobro de 2002. Com a ajuda da alta dos preços, do aumento da produção e do refino do petróleo, o valor de mercado da Petrobrás cresceu dez vezes, de US$ 18 bilhões em janeiro de 2003 para US$ 200 bilhões em dezembro de 2009. Segundo a consultoria PFC Energy, a estatal é hoje a quarta empresa de petróleo do mundo.

E não vai parar por aqui. A Petrobrás deve ser beneficiada como a única operadora dos campos do pré-sal e vai receber uma capitalização da União equivalente a 5 bilhões de barris de petróleo - o valor da capitalização ainda não está claro, mas deve chegar a dezenas de bilhões de reais. As megarreservas do pré-sal e investimentos que superam US$ 170 bilhões até 2014 devem ampliar a participação da Petrobrás no PIB para 20%, estimam analistas.

ESTRATÉGIA

Por trás da estratégia do governo de "agigantar" a Petrobrás, existem motivações empresariais , econômicas e políticas. Segundo o diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, os objetivos são aumentar a escala, para reduzir custos e concorrer internacionalmente, e diversificar as operações, para se proteger de crises e variações abruptas de preços. "A lógica é ser uma empresa de energia."

Para o governo, a estatal também funcionaria como um braço de política econômica, reduzindo a importação de insumos do País. Elevar a competitividade da cadeia de petróleo é uma alternativa para concorrer com a China e aliviar o déficit em transações correntes. A expansão da Petrobrás também tem viés ideológico. O governo defende maior participação do Estado na economia e a utilização da estatal como instrumento de política industrial.

PROTESTOS

A estratégia de transformar a Petrobrás em campeã nacional também gera efeitos indesejáveis e protestos. Única fornecedora de matérias-primas como gás natural e nafta, a estatal vive em pé de guerra com os clientes, que reclamam dos preços. Segundo analistas, a verticalização inibe o setor privado e sobrevivem apenas as parceiras da estatal. "Ou você trabalha com a Petrobrás ou não tem oportunidade. É uma estatização", diz o consultor Wagner Freire. Outro problema é que os setores em que a companhia está envolvida ficam sujeitos a alterações de rumo ao sabor das mudanças de governo.

Segundo um empresário que foi cliente da Petrobrás, a estatal "não entra em nenhum negócio para ser coadjuvante". Apesar da quebra do monopólio em 1997, praticamente só a estatal produz e refina petróleo no Brasil. O investimento em refino saltou de US$ 200 milhões em 2003 para US$ 6,5 bilhões em 2009 e mais cinco refinarias devem ser construídas.

A estatal também cresceu na distribuição de combustíveis. Após a compra da Agip e das operações da Ipiranga no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a participação da Petrobrás Distribuidora subiu de 30,2% em 2002 para 38,6% em 2009, com quase 1.700 postos a mais. Segundo fontes do mercado, a estatal teria tentado comprar a Esso, que acabou com a Cosan. "Não dá para entender por que a Petrobrás compra posto de gasolina. As petroleiras estão se desfazendo deles", diz o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires.

Segundo o presidente da Petrobrás Distribuidora, José Lima Neto, a desistência dos grupos internacionais coincidiu com a decisão da BR de consolidar a operação no País. Ele diz que o objetivo da compra da Agip era incorporar a Liquigás e entrar no mercado de gás de cozinha. Hoje a Petrobrás tem a maior rede de venda e distribuição do produto no País, com participação de 22,8%.

Também na área de logística, a Transpetro vai dobrar sua frota até 2014, chegando a 100 embarcações. As encomendas são feitas no Brasil, para revigorar a indústria de estaleiros, e já representam a quinta maior carteira de pedidos de navios petroleiros do mundo. "Ter navio significa soberania, porque o que agrega valor é a logística", disse o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

A estatal quase dobrou sua malha de gasodutos. Hoje são 5.416 quilômetros, comparado com 2.762 quilômetros de 2002. A capacidade de processamento de gás natural da Petrobrás saiu de 4,1 milhões de metros cúbicos por dia em 2002 para 23,3 milhões hoje - alta de 468%.

BRIGA DO GÁS

Uma das maiores brigas da estatal é com os clientes do gás. As distribuidoras reclamam que os preços não refletem só o mercado externo, mas também a necessidade de caixa da Petrobrás para financiar investimentos em dutos. E que a falta de garantia no fornecimento atrapalha seus planos. A prioridade do governo no gás é atender as termoelétricas, outro setor que a Petrobrás hoje joga pesado.

O apagão de energia de 2001 provocou um boom de investimentos privados no setor, mas uma mudança da lei no ano seguinte permitiu que estatal fosse às compras. Em 2002, ela tinha três termoelétricas. Hoje possui 14 térmicas a gás natural e 12 a óleo. Algumas das usinas ganharam nomes de ícones da esquerda, como Luiz Carlos Prestes e Leonel Brizola. Somando as 14 pequenas centrais hidrelétricas e uma usina eólica, a Petrobrás tem a oitava maior capacidade de produção de energia elétrica do País.

O aumento do poder na petroquímica é o passo mais novo. A estatal também vai dobrar a capacidade de produzir fertilizantes com uma nova fábrica. Ela já foi dona da Fosfértil, que funcionava como uma política agrícola, pois garantia insumo barato aos produtores, mesmo quando os preços subiam lá fora. Antes da quebra do monopólio, a estatal era chamada de "Petrossauro" pelo economista Roberto Campos. Será que dessa vez vai funcionar?AE.

Oligarquias contra Chávez

A mídia conservadora brasileira e latino-americana está fazendo o possível e o impossível para que a previsão da revista Newsweek se confirme. A publicação estadunidense, deixando de lado a função jornalística, somou-se ao desejo de grande parte da oligarquia das Américas de que o governo Hugo Chávez seja derrubado e previu a eclosão de um golpe militar no país sul-americano.

A TV Globo não fez por menos e convocou um “consultor político”, um tal de Alexandre Barros, para criticar o “silêncio do governo brasileiro” em relação aos acontecimentos na Venezuela e ao final deixou claro que “o regime deveria ser derrubado”. E os editores ainda têm coragem de afirmar que fazem jornalismo imparcial.

A gritaria da mídia conservadora, acompanhada de uma nota do Departamento de Estado norte-americano de “preocupação com os acontecimentos na Venezuela”, deveu-se à suspensão temporária de seis emissoras de TV a cabo, uma delas a RCTV.

A manipulação da informação começou com a edição do noticiário que dizia que Chávez fechou os canais de televisão que se recusaram a transmitir os pronunciamentos do presidente venezuelano. Trata-se de uma meia verdade, as emissoras foram suspensas temporariamente até que demonstrassem que estavam seguindo a legislação midiática aprovada pelo Congresso. Nada ilegal, portanto, como o noticiário induz. Em poucos dias, cinco dos canais a cabo, a TV Chile, a American Network, a Ritmoson, a Sport Plus e a Momentum entregaram a documentação exigida pela Comissão Nacional de Telecomunicações comprovando que são canais internacionais, o que permite restabelecer as transmissões. Se a RCTV a cabo não fizer o mesmo continuará suspensa.

A oposição, que em setembro vai disputar os votos para a eleição parlamentar, colocou nas ruas para protestar estudantes de algumas escolas particulares. Fazem barulho, porque as suas manifestações contam com todo o apoio de um setor da mídia conservadora que considera Chávez o diabo.

Os jornais e as agências de notícias não informaram que no dia 21 de janeiro último o presidente da Federação de Câmaras e Associações de Comércio e Produção da Venezuela, a FEDECÁMARAS, Noel Álvarez declarou em uma entrevista na RCTV que a “solução militar” é a única para a saída de Chávez. E isso com o acompanhamento entusiasmado do jornalista Miguel Ángel Rodriguez que o entrevistava.

No atual momento, a revolução bolivariana aprofunda o projeto socialista, ou seja, caminha para a mudança do modo de produção, o que não é admitido em hipótese alguma pelo conservadorismo dos mais diversos rincões das Américas. Os jornais brasileiros escrevem diariamente editoriais sugerindo a derrubada de Chávez e um posicionamento do governo Lula no esquema golpista capitaneado pelo Departamento de Estado norte-americano.

Mas, ao mesmo tempo em que ocorriam esses fatos, no Haiti a Sociedade Interamericana de Imprensa, a SIP, ignorava a denúncia da Federação de Jornalistas Latino-Americanos (FELAP) sobre o “atropelo contra o trabalho jornalístico no Haiti por parte das forças de ocupação estadunidenses”. A nota de protesto, não divulgada no Brasil, é assinada pelo presidente da entidade, jornalista Juan Carlos Camaño. Ele coloca questões importantes em pauta. Uma delas, o estabelecimento de limitações no trabalho jornalístico que levam a ocultar o real procedimento dos efetivos enviados pelo Pentágono e Casa Branca, que chegam a uns 15 mil soldados. Como se os haitianos precisassem mais de militares norte-americanos do que de médicos.

No mais, as forças conservadoras latino-americanas ganharam um aliado de peso: o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, a maior fortuna do país, que trará com ele figuras de proa do regime ditatorial que imperou no Chile de setembro de 1973 a 1989. Piñera se elegeu porque a Concertación se esgotou. No plano econômico tudo continuará como manteve a aliança de centro esquerda durante 20 anos, com o acréscimo da privatização, desejo já anunciado por Piñera, de parte da estatal de cobre, mas no plano externo, o dono da Lan Chile e controlador do Colo-Colo, o clube de futebol mais popular do país, vai se somar ao bloco de direita latino-americana pró-EUA encabeçado por Álvaro Uribe.

Piñera já deu uma pequena mostra do que vem por aí em matéria de política externa chilena ao criticar gratuitamente Hugo Chávez em sua primeira entrevista depois de eleito. Ele veio reforçar a campanha do conservadorismo latino-americano contra a opção socialista que leva adiante o governo da República Bolivariana de Venezuela. É por aí que toca a banda das oligarquias furiosas com as mudanças que estão a ocorrer no continente latino-americano.

Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação.

Bernard Cassen: mídias viraram arma ideológica e política

O jornalista francês Bernard Cassen criticou nesta sexta-feira (29) os meios de comunicação que, segundo ele, deixam de lado a informação e se transformam em “arma ideológica e política, abandonando toda a fachada do pluralismo”.

Ele citou como exemplo a atual situação da Venezuela e dos veículos de comunicação do país. “Oitenta por cento das mídias venezuelanas são privadas e em guerra aberta ao governo. Não fazem informação, fazem guerra”, disse o ex-diretor do jornal Le Monde Diplomatique.

O jornalista, que participou dos debates no Fórum Social Mundial Temático na Bahia, definiu as mídias como atores econômicos da globalização liberal, além de vetores ideológicos das políticas neoliberais.

Ele lembrou que, apenas na França, 75% dos veículos estão nas mãos de três grupos. A mesma concentração existe também na Itália, na Alemanha e mesmo no Brasil. “É um fenômeno global”, disse, ao enfatizar que a crítica ao sistema midiático não deve ser interpretada como uma crítica aos jornalistas. “Eles pagam preços muito altos – muitos estão desempregados e quem não está, está assalariado em situações de precariedade, como vítimas do sistema”, completou.

Ele defendeu a democratização da comunicação, por meio do favorecimento a mídias comunitárias e alternativas, e disse que é preciso “dar poder aos jornalistas”.

Cassen destacou a importância do papel da educação para a formação de leitores, espectadores e ouvintes críticos. “Nas escolas, [é preciso] oferecer ensinamento crítico sobre as mídias, desmontar a desinformação e a manipulação. Isso tem que ser ensinado, dar armas para não se deixar levar pelas mídias. Os movimentos sociais, por meio de publicações, também têm seu papel na educação para adultos.”

Fonte: Agência Brasil

Manipulação do noticiário em ano eleitoral

Quando o repórter Rodrigo Vianna escreveu uma carta denunciando a manipulação grosseira do noticiário da TV Globo em ano eleitoral (2006), enfim ouviu-se uma voz "de dentro" da emissora, de alguem diretamente envolvido com os acontecimentos. Não foi a única.

Por Luiz Carlos Azenha, no Vi o Mundo

O Rodrigo "representou" um grupo de profissionais, alguns dos quais continuam na emissora, que não se conformaram com os métodos manipuladores de Ali Kamel, novos no sentido de serem mais sofisticados, mais difíceis de perceber, novos por envolverem não só o noticiário, mas também programas de entretenimento da emissora.

Conforme denunciou Marco Aurélio Mello, ex-editor de Economia do Jornal Nacional em São Paulo, no período eleitoral de 2006 a Globo "tirou o pé" das reportagens econômicas produzidas em São Paulo. Supostamente, elas beneficiariam o candidato Lula, já que a economia brasileira ia bem.

Por outro lado, a emissora tratou de concentrar os seus recursos econômicos e profissionais na cobertura de assuntos e escândalos que poderiam desgastar o candidato Lula, escondendo assuntos que poderiam afetar a oposição. De repente, como que caído do céu, o comentarista Alexandre Garcia passou a pontificar no programa de Ana Maria Braga, dentre outros episódios que caracterizaram a tentativa de manipulação do eleitorado.

Desde 2006, a série sobre a Revista Veja, de autoria do blogueiro Luís Nassif, demonstrou claramente como o Jornalismo da Abril foi colocado a serviço de certos interesses.

E Paulo Henrique Amorim, na tradição sarcástica do jornalismo carioca, popularizou a expressão PIG para abarcar um conjunto de ações movidas pela mídia brasileira contra interesses populares, denunciando também a relação carnal entre o PSDB e os donos dos mais importantes grupos de mídia do país, notadamente as Organizações Globo, a Abril, a Folha e o Estadão.

Os últimos dias tem sido pródigos em exemplos de que o que aconteceu em 2006 e nas "crises" subsequentes -- da epidemia de febre amarela ao caos aéreo -- está se repetindo em 2010.

Uma pesquisa do Vox Populi, demonstrando que em algumas semanas a candidata governista Dilma Rousseff subiu 9 pontos nas preferências do eleitorado, enquanto o candidato José Serra caiu 5 pontos, teve a sua divulgação adiada por uma semana pela empresa que comprou o levantamento -- a Rede Bandeirantes --, provavelmente para que a notícia, dada na noite de sexta-feira, "coincidisse" com um fim-de-semana, quando cai a leitura de jornais, a audiência de telejornais e o público dos blogs.

Na divulgação da pesquisa, a emissora não apresentou um gráfico comparativo com as pesquisas anteriores, demonstrando que a candidata governista está em ascensão, enquanto José Serra está em queda:

Distorções na forma e na apresentação dos dados de pesquisas eleitorais são preocupantes, uma vez que as três principais empresas pesquisadoras do país fornecem seus resultados a grupos de mídia comprometidos com o candidato Serra: Datafolha, Vox Populi (TV Bandeirantes) e Ibope. O presidente deste último, aliás, deu entrevista prevendo a vitória do candidato Serra em 2010.

Muito embora se possa atribuir à "identidade ideológica" o comportamento partidarizado de grupos de mídia que se apresentam como "neutros" na disputa eleitoral, o Jornalismo ainda nos deve uma investigação sobre se existe ou não uma ação organizada para "escolher" escândalos a serem repercutidos ou notícias a serem escondidos. Nesse sentido, o depoimento de Rodrigo Vianna e de outros profissionais da TV Globo continuam sendo únicos.

A diferença, em relação a 2006, é que agora algumas dezenas de milhares de brasileiros já estão treinados em identificar manipulações, distorções, omissões e falsidades midiáticas, um trabalho antes exclusivo de estudiosos do ramo. Trata-se, pois, de um avanço notável, cujo impacto se multiplica com a expansão do público da blogosfera.

Serra tenta lucrar com obra financiada pelo PAC

Veja só como são as coisas.O PSDB diz que vai acabar com o PAC e José Serra prepara a festa para entregar as obras do Roubanel, que contou com um volume alto de recursos da União.Enquanto isso, os tucanos não dão um pio a respeito da morte de sete pessoas no buraco do metrô, não dão um pio acerca da queda da viga da incompetência, ocorrida também nas obras do Roubanel..


Serra pressiona para inaugurar Rodoanel antes de deixar cargo


Folha de S.Paulo

Uma das principais vitrines do governo de São Paulo, o trecho sul do Rodoanel virou, neste início de ano, alvo de atenção dos dois partidos favoritos à sucessão presidencial de 2010. Enquanto o PT torce para que as obras atrasem, impedindo a inauguração em março, o governador José Serra pressiona pela conclusão dos trabalhos.

A apreensão tem um motivo: a data-limite de desincompatibilização. Caso Serra, pré-candidato tucano ao Planalto, seja confirmado como adversário da petista Dilma Rousseff (Casa Civil) na disputa presidencial, ambos têm até 2 de abril para deixar os cargos.

A previsão de inauguração do Rodoanel é dia 27 de março -menos de uma semana antes do "dia D". Se houver atrasos e a entrega ficar para abril, Serra participaria da festa, mas não entregaria a obra oficialmente como governador. O tucano já confidenciou esse temor a interlocutores. O prazo-limite para participar de inaugurações de obras é 2 de julho, três meses antes do pleito.

Como o Rodoanel tem uma parcela de investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma também devem estar presentes na festa de inauguração.

Histórico

A construção do trecho sul, com 57 km de extensão, foi iniciada em 28 de maio de 2007. A previsão é de um investimento de R$ 3,6 bilhões, incluindo a construção da rodovia, desapropriações e compensações ambientais. Seu traçado inicia-se no trevo da rodovia Régis Bittencourt, interligando as rodovias Anchieta e Imigrantes.

Em 2009, o Ministério dos Transportes incluiu entre suas principais obras o trecho sul do Rodoanel de São Paulo, no âmbito do PAC. A parcela da União é de R$ 300 milhões.

Outras obras que são vitrines do governo Serra têm previsão de entrega também apertada, em março. As pistas da Nova Marginal Tietê estão prometidas para o fim do mês.

No caso do metrô, o governo prevê entregar, até o fim do mesmo mês, as novas estações Faria Lima e Paulista, as primeiras da Linha 4-Amarela. Ontem, Serra inaugurou a estação Sacomã da Linha 2-Verde do metrô. Na mesma linha, estão previstas as inaugurações das estações Tamanduateí e Vila Prudente antes que o governador deixe o cargo.

Malandragem

"Não acreditamos que haverá atraso. Mas, se houver e o PT quiser se aproveitar, a população sabe que essa é uma característica malandra deles", afirma o líder do governo Serra na Assembleia de São Paulo, deputado estadual Vaz de Lima.

"Eles não deram o devido crédito para a estabilização que fizemos na economia, para os programas sociais que começamos. No caso do Rodoanel, a Marta [Suplicy, ex-prefeita de São Paulo] não colocou dinheiro, e o governo federal colocou agora, no final. A população sabe quem é o responsável por essa obra: o governador Serra", complementa o deputado.

Com a conclusão do trecho sul do Rodoanel, o governo paulista estima em 43% a redução no movimento de caminhões na marginal do rio Pinheiros e de 37% na avenida dos Bandeirantes. Os tucanos apostam na obra para dar resposta a um dos maiores problemas dos paulistanos: o trânsito.

Segundo engenheiros ouvidos pela Folha, houve, em 2009, um pedido do governo para que a inauguração fosse antecipada. Porém, as fortes chuvas que atingiram São Paulo prejudicaram o plano.

"Temos constantemente denunciado o fatídico prazo de março, inclusive em questões ambientais. A pressa se tornou uma marca do governo", afirma o deputado Simão Pedro (PT), presidente da Comissão de Serviços e Obras Públicas da Assembleia. Segundo ele, é "inegável" que há dinheiro do PAC na obra. "Há uma febre eleitoral que afeta os prazos."

Assaltaram a senha do Terror


Aviso aos calhordas, não tentem roubar minha senha novamente, senão eu vou dizer ao papai do Céu.Minha terrorista menor completou, hoje, nove aninhos, vou sair com ela para um parque infantil.Já volto. Obrigado a todos que se precocuparam com o fim do Terror, em particular os cumpadis DiAfonso, Giovani Morais e cumadre Jussara Seixas.Abraços.Inté, meus queridos e minhas queridas.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Após exames, Lula diz que está com a saúde "perfeita" e que viagens pelo país vão continuar


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se submeteu neste sábado (30) a uma série de exames no Instituto do Coração (InCor) de São Paulo. Em coletiva à imprensa logo após o check-up, Lula afirmou que está "com a saúde perfeita" e que continuará a viajar pelo país no ano eleitoral.

O presidente disse não ter ficado preocupado com a crise de hipertensão da última quarta-feira, o que levou Lula a suspender a agenda. “Por mim eu tomaria um remediozinho e embarcaria pra Davos”, afirmou o presidente ao lado da primeira-dama Marisa Letícia. Lula foi aconselhado pelos médicos a não viajar para Davos, na Suíça, onde receberia pessoalmente o prêmio "Estadista Global" no Fórum Econômico Mundial.

“É o ultimo ano [de governo], a gente não pode deixar a peteca cair”, disse Lula após citar os vários compromissos na agenda que, segundo ele, contribuíram para a crise de hipertensão que sofreu. "Se o presidente não ficar em cima, as coisas ficam mais difíceis", disse Lula ao justificar a agenda intensa.

Após conversar com jornalistas, Lula seguiu para Brasília.

Pressão alta

Desde quinta-feira, Lula se recuperava em seu apartamento em São Bernardo, após ter tido um pico de pressão arterial (18 por 12) na quarta-feira à noite, em Recife, onde foi hospitalizado.

Na quinta, ele já apresentava pressão de 11 por 8. A melhora foi atestada pelo médico da Presidência, coronel Cleber Ferreira, no final da tarde de quinta, após visita a Lula. A crise de saúde já havia sido atribuída por ministros e assessores à rotina intensa de trabalho. Foram 12 cidades percorridas nos últimos 14 dias e mais de 30 compromissos entre cerimônias, jantares e inaugurações pelo país.

Além da primeira-dama, Marisa Letícia, Lula esteve nos últimos dias acompanhado na residência pelos filhos Fabio, Sandro, Marcos e Luiz Cláudio. Recebeu telefonemas de ministros e dos presidentes Fernando Lugo (Paraguai) e Álvaro Uribe (Colômbia), que foram atendidos por assessores.

A pedido do presidente norte-americano, Barack Obama, o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jim Jones, conversou com o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, sobre a saúde de Lula, nesta semana. UOL.

Dilma conhece marqueteiro de Obama e quer twittar na campanha


A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), foi apresentada nesta sexta-feira a Scott Goodstein, um dos coordenadores da campanha na web do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em visita à Campus Party Brasil, Dilma afirmou que pretende usar o Twitter em sua campanha se for mesmo confirmada sua candidatura à Presidência neste ano.

Hoje, Goodstein ficou esperando pela ministra, que se atrasou, por cerca de duas horas. Quando ela finalmente chegou ao envento, eles conversaram em uma sala reservada por cerca de três minutos. A assessoria de Dilma não confirmou se o marqueteiro participará da campanha.

Em seu discurso, a ministra afirmou que a internet estará presente na campanha de todos os candidatos neste ano e que está aprendendo a usar o Twitter. "Eu acho que essa eleição vai abrir espaço para sinalizar a importância da internet no processo político brasileiro. Não acredito que essa eleição possa passar sem os blogueiros, sem os twitteiros (usuários do twitter) no debate e na opinião dentro da internet. Isso só contribui para o País, para a manifestação da diferença de opiniões", afirmou a ministra. "Tenho dado umas twitadas", disse.

No evento, Dilma voltou a negar que seja candidata a presidência da República. "Eu não posso me afirmar candidata, não sou candidata de mim mesma. Só quando o Partido dos Trabalhadores se reunir no congresso, a partir de fevereiro, e me indicar, eu serei (candidata). E isso não é uma questão formal. Isso é uma questão de respeito político ao partido ao qual eu sou filiada."


A ministra também se encontrou com o Lawrence Lessig, professor da faculdade de Direito de Stanford, nos EUA, e um dos maiores defensores dos licenciamentos livres para a distribuição de bens culturais digitais, quando discutiram a nova lei de direitos autorais brasileira.

"Segundo ele, nossa lei vai ser uma das mais avançadas no mundo. Nosso marco civil entende que a internet não pode ser objeto de uma regulamentação que estreite o acesso, que torne a internet sujeita a cesura ou a restrições", disse. Dilma acredita que a nova lei esteja pronta ainda no primeiro semestre de 2010.

Na chegada ao evento, Dilma foi "apresentada" a um robô. Desenvolvido pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o robô é feito com o objetivo de interagir com as pessoas. A ministra cumprimentou o robô e também tirou foto com muitas das pessoas que estavam no local.

Pretensão


Mais cedo, em Jacutinga (MG), Dilma afirmou que "gostaria de ser a sucessora" do presidente Lula, de acordo com a Globonews. A ministra, que costuma a evitar dizer que é pré-candidata, fez as afirmações na inauguração de um gasoduto da Petrobras.

Agência Brasil.

Silêncio sepulcral no PiG


Depois da pesquisa Vox Populi, que aponta Dilma bem coladinha no Serrágio, passei a noite toda buscando informações na rede para ler os comentários dos sabujos vendidos e alugados do PiG sobre a pesquisa.


Silêncio sepulcral. Ninguém escreveu nada.


O pulga-de-cu Augusto Nunes inventou, no dia de ontem, que por questões pessoais(vai ver que foi pegar a grana com Dantas), não iria postar nenhum comentário no seu blog.


O piolho-de-cu Reinaldo Azevedo também não comentou nada, preferiu postar um texto com destaque para FHC.


O chato-de-pentelho Diogo Mainardi também não escreveu nada, preferiu visitar o blog do cumpadi DiAfonso, O Terra Brasilis, para escrever merda.


Provavelmente todos estão relinchando de raiva.Provavelmente o estoque de gardenal, diazepan, clonezepan, citaloplan, frontal, rivotril, zetron se esgotou.


Podem relinchar à vontade, bando de safado, pois a pisada vai ser essa até Outubro de 2010.Daqui para Outubro a tendência de Dilma é crescer e a de Serrágio é cair, cair, cair.


Portanto, é melhor renovar o estoque dos ansiolíticos.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sabujo da Folha de São Paulo faz um esforço enorme para salvar José Serra


O sabujo Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo, faz, no comentário abaixo, um enorme esforço hercúleo para salvar José Serra.O piolhento, ao invés de destacar a queda constante de Serra nas pesquisas e o aumento vertiginoso de Dilma Rousseff, prefere dar destaque à candidatura Ciro.Na minha opinião, independentemente dos números da pesquisa, a saída de Ciro do páreo fortalecerá e muito a candidatura Dilma, a começar pelo tempo de TV.Além do mais, Ciro tem o pavio curto e, no decorrer da campanha, mesmo sendo ele da base do governo Lula, o sujeito poderá destilar seu veneno contra Dilma, contra o PT.


Dilma sobe menos se Ciro sai da disputa, diz Vox Populi

Pesquisa eleitoral Vox Populi indica que por enquanto não se comprova a tese governista de que menos postulantes favoreceriam a pré-candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff.


Quando Ciro está entre os possíveis candidatos, Dilma Rousseff sobe 9 pontos percentuais em relação ao que tinha em dezembro na pesquisa Vox Populi. Se o candidato do PSB é retirado da lista de candidatos, Dilma sobe 8 pontos no mesmo levantamento.


Eis os dados:


Cenário com Ciro em 11-14.dez.2009 e em 14-17.jan.2010

José Serra (PSDB) – 39% > 34% (caiu 5 pontos)

Dilma Rousseff (PT) – 18% > 27% (subiu 9 pontos)

Ciro Gomes (PSB) – 17% > 11% (caiu 6 pontos)

Marina Silva (PV) – 8% > 6% (caiu 2 pontos)

Indecisos, brancos e nulos – 18% > n.d. (variação?)



Cenário sem Ciro em 11-14.dez.2009 e em 14-17.jan.2010

José Serra (PSDB) – 46% > 38% (caiu 8 pontos)

Dilma Rousseff (PT) – 21% > 29% (subiu 8 pontos)

Marina Silva (PV) – 11% > 8% (caiu 2 pontos)

Indecisos, brancos e nulos – 23% > n.d. (variação?)



A pesquisa Vox Populi entrevistou 2.000 pessoas em todas as regiões do Brasil e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Não foram divulgados no início da noite de sexta-feira (29.jan.2010) os percentuais de indecisos, brancos e nulos pelo contratante do levantamento, a TV Bandeirantes.



Como os dados à disposição, a pesquisa Vox Populi de janeiro na comparação com a dezembro indica o seguinte:



· Ciro Gomes fora da disputa não favorece necessariamente e integralmente a Dilma Rousseff. Aparentemente, uma parte das intenções do pré-candidato do PSB acabam desaguando na categoria de indecisos, brancos e nulos;



· Dilma está crescendo e José Serra está caindo;



· Marina Silva e Ciro Gomes estão em queda.



Para quem quer acompanhar todos os levantamentos de intenção de voto, este blog mantém desde o ano 2000 o mais amplo arquivo disponível com todas as pesquisas presidenciais e estaduais já divulgadas. Nas páginas sobre as disputas de vários Estados, quando disponíveis, é possível verificar também os percentuais de cada candidato a presidente. Por exemplo, são os caso de São Paulo, Rio, Minas Gerais e Pernambuco.

Dilma já pode encomendar a roupa da posse:pesquisa mostra queda de Serra e subida de Dilma


Confirmado:Dilma vencerá Serra no primeiro turno.É uma questão de tempo.A blogosfera deve ficar a postos, pois o PiG vem com tudo para cima da ministra Dilma.

Do R7.


A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, alcançou os 27% das intenções de voto para presidente em pesquisa do Instituto Vox Populi divulgada na noite desta sexta-feira (29) pelo Jornal da Band. O governador de São Paulo, José Serra, continua na frente com 34%. Ciro Gomes tem 11% e Marina Silva, 6%.


.Em outro cenário, sem Ciro, Serra tem 38% e Dilma, 29%. Marina aparece com 8%. Num eventual segundo turno entre Serra e Dilma, o governador teria 46% dos votos contra 35% de Dilma.

Na pesquisa anterior do instituto, Dilma tinha 18%. Ela avançou 10 pontos percentuais. Serra, que tinha 39%, caiu 5 pontos.

Segundo registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 17 de janeiro e ouviu 2.000 pessoas em 23 Estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Stédile diz que Gilmar Mendes é o porta-voz da direita


Agência Brasil

Um dos coordenadores nacionais do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, acusou nesta quinta-feira, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, de ser o “porta-voz” da direita no país.

“O presidente do STF se transformou no líder da direita, seu Gilmar Mendes. Ele não é um jurista. Quem elegeu ele? Ele foi indicado pelo Fernando Henrique Cardoso e agora fala sobre tudo”, disse Stédile durante uma manifestação do MST no Fórum Social Mundial em Porto Alegre.

De acordo com Stédile, as atitudes do presidente do STF revelam como o Judiciário trabalha contra os movimentos sociais, que também enfrentam ataques do Legislativo, em especial da bancada ruralista, e dos veículos de comunicação.

“Eles [a direita] utilizam os instrumentos sobre os quais têm hegemonia total. Um vai repercutindo o outro. Por que utilizam o Judiciário? Porque vão orientando todo o aparato repressivo.”

Cutrale

O líder do MST também comentou a prisão de nove militantes em São Paulo envolvidos na ocupação de fazenda da Cutrale, no ano passado, e lembrou que o Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) comprovou que as terras ocupadas eram griladas.

“O delegado da polícia, a mando de não sei quem, mandou prender nove militantes. Não sei por que não mandou prender as 240 famílias que estavam na ocupação”.

As declarações de Stédile foram feitas durante manifestação do MST contra a criminalização dos movimentos sociais e a punição a líderes do movimento. Na atividade, também foram exibidas imagens de sem terras mortos em ações da polícia militar em diversos lugares do país.

Zé Alagão asfalta a Marginal do Tietê e Jardim Romano fica submerso

Fonte:Serra, 2010

Carta aberta ao ministro Paulo Vannuchi



Caríssimo companheiro e amigo Paulo Vannuchi,

Nesses dias tempestuosos gostaria de tê-lo abraçado pessoalmente, transmitir-lhe meu apreço, minha amizade e minha mais absoluta solidariedade. Não foi possível, no entanto. Estou lhe escrevendo agora, no momento em que a poeira baixou, sei que momentaneamente. Todo esse barulho em torno do Plano Nacional de Direitos Humanos tem objetivos definidos, não carrega qualquer inocência, faz parte da dura luta política que enfrentamos no Brasil.

Nós, da esquerda, às vezes acreditamos que o caminho está livre. Que somos atores solitários, que a história conspira a nosso favor. Não conspira. A história é feita por homens e mulheres, sob circunstâncias concretas. Sei que você sabe disso, mas o óbvio ajuda. Aqui estamos nós no Brasil enfrentando a discussão de um plano elaborado democraticamente, numa vasta conferência nacional. E a direita toda se assanha, e ministros se assanham, e parece que o mundo vem abaixo se for implantada a Comissão da Verdade.

E eu trato apenas disso, nessa carta. Não dos outros pontos ditos polêmicos.

Os que fizeram a ditadura e seus defensores acreditam ser possível jogar para debaixo do tapete os crimes do período. Às vezes, pode até parecer, para os que conhecem pouco de nossa história, que havia uma luta entre um regime legal e seus opositores. Uma luta de iguais. A mídia trabalhou de tal modo esse episódio que pode existir quem tenha duvidado da existência de uma ditadura sanguinária no Brasil. Você, eu, milhares de companheiros estamos todos loucos ao falar das torturas. Parece isso.

Não houve uma ditadura que prendeu, torturou, matou. Não houve uma ditadura que empalou pessoas, que assassinou homens e mulheres covardemente, que levou tantos ao suicídio, que cortou cabeças, que torturou crianças, que fez desaparecer mais de uma centena de seres humanos. É, o barulho midiático, alicerçado em fontes da direita, pretende que exageramos em nossas denúncias.

E nós, como diria Gramsci, não precisamos mais do que a verdade. Só precisamos dela. Por isso, Comissão da Verdade. Centenas de companheiros assassinados covardemente, brutalmente, de modo torpe, e somos obrigados a ouvir uma cantilena que naturaliza, que absolve a ditadura e quer porque quer perdoar os seus torturadores e assassinos.

Nenhuma anistia pode, de modo nenhum, perdoar torturadores e assassinos. Aqueles que foram presos pelo Estado têm que ser protegidos por ele. Sequer a legislação da ditadura admitia a tortura. Tanto que seus ministros – poderíamos nos lembrar de Alfredo Buzaid, da Justiça, insistindo na inexistência da tortura – negavam de pés juntos que houvesse tortura no Brasil. Isso configuraria crime até mesmo pela legislação daquele regime de terror. Se pretender levar torturadores e assassinos a julgamento significa rever a lei da Anistia, então estamos propondo a revisão dela. Mas não é disso que se trata propriamente.

Trata-se, para os objetivos da Comissão da Verdade, de apurar todas as violações dos direitos humanos ocorridas durante a ditadura, entre 1964 e 1985. E apuradas, os torturadores e assassinos seriam julgados, com todo direito a defesa, como é do rito democrático, pelo poder judiciário, podendo ou não ser condenados. É isso que você tem defendido, corretamente. Caberia dizer que nós, os que combatemos a ditadura, fomos sempre julgados, quando sobrevivemos, por juízes militares, e os julgamentos evidentemente nunca foram imparciais.

Dizem que assim estamos atacando as Forças Armadas. Sabidamente, não é esse o objetivo da Comissão da Verdade. O que não se pode, no entanto, é desconhecer que as Forças Armadas, por seus oficiais, mandaram torturar, matar, seqüestrar, desaparecer pessoas, e sempre, insista-se, de forma covarde. Afinal, regra geral, matavam pessoas indefesas, já presas, já submetidas. Isso não poderá ser apagado da história. Essa mancha de sangue elas carregam. Melhor que se esclareça tudo do período para que, então, as nossas Forças Armadas possam cumprir suas atribuições constitucionais sob o Estado democrático.

Tenho insistido que não adianta alisar a ferida. É como se os mortos nos cobrassem. Como se os desaparecidos nos lembrassem. Não dá para apagar tantos crimes de nossa memória. Enquanto isso tudo não for esclarecido, sempre o assunto voltará, queira a nossa direita ou não.

Por que os tantos países latino-americanos que enfrentaram ditaduras puderam fazer um processo tão claro, julgar e prender seus assassinos, seus Pinochet, e nós temos que passar por cima de tudo, como se nada tivesse acontecido? Essa exigência vem do fundo da consciência humanitária do País, vem daqueles que não aceitam a tortura, sob nenhum argumento, e que a consideram crime imprescritível, assim como o assassinato dentro das prisões e o desaparecimento de pessoas.

Sei, ministro, que chegou a ser utilizado o argumento de que, assim sendo, instalada a Comissão da Verdade, também deveriam ser julgados os que combateram a ditadura. Devagar com o andor que o santo é de barro. Ou, como sempre gosto, recorro a Paulinho da Viola: tá legal, eu aceito o argumento, mas não me altere o samba tanto assim.

Primeiro, caro ministro, amigo e companheiro, cabe dizer a esses ensandecidos, que nós, ao combater a ditadura, o fazíamos como legítimo direito, o direito de combater um regime espúrio, ilegal, que se instalou por um golpe, que derrubou pela violência um governo democrático. É do direito dos cidadãos de todo o mundo opor-se a golpes militares. Nós não vivíamos, como óbvio, sob um Estado democrático, mas sob uma ditadura.

Segundo, nós já fomos julgados. Você, eu, tantas centenas de outros, que passamos anos nas prisões da ditadura, sabemos disso. Que diabos ainda querem? Enfrentamos tortura, julgamentos espúrios, e depois seríamos julgados de novo? Isso corresponderia, tenho dito com freqüência, a colocar no banco dos réus do Tribunal de Nuremberg aqueles que conseguiram sair vivos dos campos de concentração nazistas.

O que me alegra em tudo isso é ver como a história anda.

Quando imaginaríamos, quando presos, ter um ministro como você? Com essa firmeza e serenidade? Com essa integridade de princípios? Com essa solidariedade aos que ficaram pelo caminho, trucidados pela ditadura?

Claro, poderíamos ir além, e dizer que não pensávamos também ter um presidente vindo das classes trabalhadoras, um operário com esse discernimento político, com esse compromisso com o povo brasileiro. Mas eu quero me deter em você, na sua coerência.

Você ouve o lamento das famílias dos desaparecidos, dos que foram assassinados, dos que foram massacrados. Você, alçado à condição ministerial, consegue manter-se sensível, atento aos companheiros de caminhada, para além da posição política. Eu confesso sentir orgulho de o governo Lula contar com um ministro dessa estatura, com esse grau de compromisso com a humanidade, porque é disso que se trata.

Sem qualquer arrogância, digo com tranqüilidade que nós não descansaremos. Não há hipótese de essa história ser jogada para debaixo do tapete, não há jeito de alisar a ferida. As monstruosidades da ditadura, os assassinos e torturadores não podem ser perdoados. Toda a verdade deve vir à tona. Enquanto não vem, ela permanece como um espectro sobre a Nação.

À medida que a verdade apareça, que os julgamentos ocorram, então a sociedade brasileira pode seguir sua trajetória democrática sem o espectro da ditadura. Enquanto isso não ocorre, o assunto estará sempre presente. Ele é parte de nossa história. Nós queremos que o sol da verdade o ilumine. E volto a dizer que me orgulho de vê-lo firme e sereno nessa luta. Conte sempre comigo.

Grande abraço.

Emiliano José

Fonte:CartaCapital.

Isso é uma vergonha!

O chefe do Cerimonial da Presidência da República tem que mandar, imediatamente, essa funcionária preconceituosa para o olho da rua.Isso é uma vergonha.


'A senhora é deputada?'

Redação CartaCapital

Negra e militante de movimentos sociais, a deputada federal Janete Pietá (PT-SP) foi vítima de discriminação racial por parte de uma funcionária do cerimonial da Presidência da República, na terça-feira 26, em Brasília, durante o lançamento dos programas Bolsa Copa e Bolsa Olímpica, pelo presidente Lula. A deputada foi barrada ao tentar entrar no evento, no auditório do Ministério da Justiça. Ela pegou a fila para retirar o pin que lhe daria acesso ao espaço destinado aos parlamentares e, ao se apresentar, a funcionária a olhou de cima a baixo e exclamou: “A senhora, deputada??? !!!... Eu nunca lhe vi nos eventos presidenciais”.

Pietá ainda comentou, calmamente, que a representante do cerimonial não era obrigada a conhecer os 513 deputados do Congresso, mas deveria, ao menos, saber identificar o seu broche de parlamentar utilizado na lapela. Mas não adiantou. Fundadora do PT, a deputada disse ter sentido dor e humilhação. “Como uma mulher afrodescendente, que ousa fazer um penteado afro, de tranças rasteiras, que não chega arrogante, pode ser deputada? Está mentindo, então!”, protesta Pietá.

A deputada procurou o responsável pelo cerimonial. “De longe, vi a funcionária me olhando com desprezo”, afirmou. Segundo o cerimonial, a funcionária, não identificada, era contratada por uma empresa terceirizada e seria demitida. Pietá intercedeu: “Não precisa ser demitida. Quero que ela aprenda a respeitar as pessoas e não discriminar ninguém”.

Leia, abaixo, o artigo que a deputada escreveu para o site de CartaCapital:

Invisibilidade secular

Chove em Brasília e na minha face correm lágrimas. Não há consolo para julgamento sumário. Saí com vida, porém a dor, a humilhação, a indignação cidadã me corroem a alma. Em pleno século XXI sinto o açoite da chibata. As diferenças que ferem a cidadania. O milenar olhar de superioridade e de indicação da porta da cozinha ou da senzala. Como uma mulher afrodescendente, que ousa fazer um penteado afro, de tranças rasteiras, que não chega arrogante, olhando de cima, ostentando brancura, ouro, e cercada de um séquito de assessores, é deputada federal!?.. Não pode ser deputada. Está mentindo! Não lhe permito o acesso e com olhar soberbo a humilho frente à platéia que espera a vez de passar pela revista para acessar o evento com a presença do presidente da República. Tenho poder de julgar, esnobar e colocá-la no seu devido lugar. Tenho o poder de poder oprimir deste lugar em que estou, vestida e investida de autoridade.

Cumpri todas as formalidades de quem acessa ao evento. Entrei na fila, esperei minha vez para buscar meu pin de acesso às cadeiras de deputados(as). A única regalia para nós deputadas é não passar pela revista da bolsa e sabe-se como é uma bolsa de mulher... Aliás, hoje quando vou ao Banco também deixo minha bolsa nos armários que ficam do lado de fora. É sempre catastrófico, chaves, celulares, moedas, sombrinha... e a porta eletrônica a trancar e apitar. Eis a mulher que me olhou de cima e me ouviu dizer as palavras inacreditáveis, em tom baixo quase coloquial: “Sou deputada federal”. Ao que ela me interpelou severa: “A senhora, deputada!!!???... Eu nunca lhe vi nos eventos presidenciais!” Calmamente respondi: “A senhora não é obrigada a conhecer os 513 deputados e deputadas, mas como pessoa do cerimonial deveria olhar para minha lapela e reconhecer meu broche de deputada, cartão de visitas aqui e em qualquer ministério”. Ao que me respondeu com grande autoridade: “Sou do cerimonial da presidência”. Ao que respondi: “Vou procurar o responsável pelo cerimonial”. Fui, e ela de longe me olhava com desprezo. Depois descobri que era terceirizada, o que é secundário pelo que o feito revela.

Sei que hoje uma parlamentar que zela por ser séria tem que enfrentar desprezo e zombarias por causa dos que não se comportam com ética, e porque em regra tudo acaba em pizza (ou panetone). É doloroso, porém, esse sentimento generalizado contra os políticos, uma vez que boa parte dos que se elegem são pessoas sérias. Mas a secular discriminação racial e social contra aqueles que foram oprimidos e seus descendentes, ainda mais por quem tem a tarefa de recepcionar na República, é muito mais dolorosa. É intolerável. É de chorar, como chorei copiosamente depois.

A cerimônia, com a presença do presidente Lula, governador e prefeito do Rio, ministros da Justiça, Esporte, Turismo e da Casa Civil, era para apresentar mais um passo num novo paradigma de segurança pública, um avanço para a categoria policial militar, que através da Bolsa Copa e da Bolsa Olímpica trará capacitação e aumento do soldo dos profissionais de segurança e bombeiros envolvidos nas operações de segurança nas sedes dos dois eventos esportivos. Certamente fará parte da capacitação dos agentes de segurança destacar a chaga da discriminação racial no Brasil e os caminhos para evitá-la.

Nós, negros e negras do Brasil, temos o direito à visibilidade e ao respeito em qualquer lugar. Chega de julgamentos sumários, negados quando se exerce o direito de defesa, mas reiterados pelo silencioso e frio olhar seguinte. Chega de ter que fazer sincretismos para sermos aceitos pela casa grande. Chega de invisibilidade forçada.

Acreditem, somos menos de 5% de deputados e deputadas federais negros. É hora de o Senado aprovar o Estatuto da Igualdade Racial, que teve que ser muito atenuado para passar na Câmara. É hora de uma nova educação para aplicar o princípio constitucional de que todos somos iguais. É hora de não se conformar, de protestar em cada caso, num mutirão prático-educativo assumido por dezenas de milhões de negros e negras. Lembrar que assim como lugar de operário também é na presidência da República, nos ministérios, no Parlamento, o lugar do negro e da negra é em qualquer lugar de poder: na política, na administração, no judiciário... A maioria da nação, negros e negras, quer a visibilidade a que tem direito. E, por suposto, quer respeito.

Janete Rocha Pietá



Mulher e militante negra, política fundadora do PT e atualmente deputada federal pelo PT-SP

Dilma:'Gostaria que me escolhessem sucessora de Lula'

Não se avexe não, ministra, que a senhora será eleita presidente do Brasil.Ninguém vai votar no atraso, no retrocesso.O povo quer que o Brasil avance, a mudança não pode parar.

JACUTINGA, MG - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata a do PT à Presidência, deixou claro nesta sexta-feira, 29, que está cada vez mais próxima de assumir, publicamente, a intenção de disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro. Questionada se já se considera a sucessora, Dilma respondeu: "Eu acho que o presidente tem de ter um sucessor à altura do governo dele. Eu gostaria muito que me escolhessem como essa sucessora. Não sou hoje."

A afirmação foi feita logo após ter inaugurado o Gasoduto Paulínia-Jacutinga, em Jacutinga, no extremo sul de Minas Gerais, em cerimônia da Petrobras. Ela praticamente ignorou o assunto energia, preferindo dedicar quase a totalidade do seu discurso à promoção de temas que serão parte da campanha presidencial.

Dilma conseguiu encaixar até mesmo o assunto das creches e das enchentes na fala, reservando também espaço à nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apelidado de PAC 2. "Nós vamos dar um salto com o PAC 2", disse, adiantando o tom que deverá dar aos comícios a partir da segunda metade do ano.

A chefe da Casa Civil não perdeu a chance de afagar prefeitos mineiros presentes, prometendo a liberação de recursos do PAC 2 para obras de drenagem, minimizando, assim, o risco de alagamentos. "Que existe chuva, existe. Mas a gente não tem de se conformar." Dilma caprichou no tom social. Ao comentar que o Brasil tem chances de se transformar na quinta maior economia do mundo, a chefe da Casa Civil emendou: "O que nos interessa é transformar o povo em quinta potência."

Lula

Sem a companhia de Lula, que está em repouso após uma crise de hipertensão, Dilma tranquilizou os presentes. "O presidente não é uma pessoa doente", afirmou. A ministra da Casa Civil brincou, dizendo que, diferentemente do presidente, não pode se dar ao luxo de não fazer caminhadas diárias para prevenir eventuais picos de pressão.

"O presidente pode ficar sem caminhar, fazendo essa agenda que faz, e a pressão dele é 11 por 7."

Dilma disse ter aconselhado Lula a diminuir um pouco o ritmo e evitar emendar uma semana na outra, com a agenda muito intensa. AE.

Vale a pena ver de novo

O pulga-de-cu Augusto Nunes não sabe o que é liberdade de expressão


Interessante, esses sabujos do PiG adoram falar em liberdade de expressão, no entanto, não a pratica.


Deixei, ontem, um comentário no blog do pulga-de-cu Augusto Nunes.O comentário passou três horas para ser publicado e, quando foi, saiu editado.


O mais grave é que o crápula, cuja revista vive a soldo de Dantas, ainda me acusou de receber mensalinho.


Tentei dar uma resposta ao escroque, mas ele não publicou meu comentário.


Pois, seu pulga-de-cu, eu não recebo nada do PT, ou de qualquer outro partido tampouco do bandido Daniel Dantas, seu patrão.Como dizia o filósofo-jogador:"ganho mais do que preciso e menos do que mereço".Edito dois blogs e sou co-editor de mais três porque odeio os demotucanos e o PiG.


No mais, seu xeleléu de tucano, vá sifu.

Privatização do sistema de barragens agravou cheias em São Paulo, denuncia especialista

Privatização: só é isso que esses corruptos dos demotucanos sabem fazer.


O agravamento das enchentes em São Paulo não ocorre apenas pelo volume de chuvas, mas também por erros no gerenciamento das barragens que represam as águas do rio Tietê. A denúncia é do economista e ambientalista José Arraes – membro do Comitê da Bacia do Alto Tietê, do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e do Conselho Gestor da APA (Área de Proteção Ambiental) da várzea do Tietê.

Segundo ele, as barragens deveriam ter sido parcialmente esvaziadas antes do período chuvoso, de forma que pudessem absorver o excesso de água. Isso não aconteceu, suspeita Arraes, devido à privatização do sistema que controla a vazão das barragens.

“Existe um consórcio de empresas. (...) Toda a água represada em todas as barragens do Sistema do Alto Tietê são gerenciadas por esse consórcio. Quanto mais cheias as represas, mais interessantes para o consórcio. Interesse comercial, nada mais do que isso”, afirma.
Leia abaixo a íntegra da entrevista, concedida à repórter Conceição Lemes, do blog Vi o Mundo:

Viomundo – O senhor já fez essa denúncia aos órgãos públicos?

José Arraes – Claro. Denunciamos à Sabesp e ao Daee [Departamento de Águas e Energia Elétrica], órgãos do governo do Estado de São Paulo, que as barragens do Alto Tietê estavam excessivamente cheias para o verão. Fizemos isso no final de 2009.

Viomundo – E aí?

José Arraes – Nenhuma providência foi tomada. Aliás, em 2009, duas coisas muito estranhas ocorreram no gerenciamento das barragens do Alto Tietê. No início do ano, a Sabesp e o Daee praticamente secaram o Tietê e encheram os reservatórios. Em Mogi das Cruzes, o rio ficou vários meses com apenas 20 centímetros de lâmina de água. No final do ano, as barragens estavam muito lotadas para a época. Há 13 anos acompanhamos esse processo e sabemos que o Daee e a Sabesp reservam cotas nas barragens, prevendo as cheias do verão. Em 2009, não fizeram isso. Resultado: chegamos a dezembro com a quase a totalidade das principais barragens cheias. Um absurdo!

Viomundo – Por que a Sabesp e o Daee mantiveram as barragens lotadas?

José Arraes – Eu desconfio de um destes esquemas. Primeiro: para não faltar água para a Região Metropolitana de São Paulo. Assim, pode ter havido determinação governamental para estarem na cota máxima. Segundo: a Sabesp e o Daee já estarem aumentando o volume das represas, visando aumentar a produção da Estação de Tratamento de Água Taiaçupeba de 10 metros cúbicos por segundo para 15 metros cúbicos por segundo (10m³/s para 15m³/s) . Terceira: a privatização do Sistema Produtor de Água do Alto Tietê – chamado SPAT. Hoje é um consórcio de empresas privadas que regula, administra, mantém e fornece as águas que estão represadas nessas barragens.

Viomundo – Por favor, explique melhor isso.

José Arraes – Existe um consórcio de empresas – entre elas, uma empreiteira conhecida na nossa região, a Queiroz Galvão –, que hoje gerencia as águas reservadas nas represas em uma parceria público-privada. Toda a água represada em todas as barragens do Sistema do Alto Tietê são gerenciadas por esse consórcio. Quanto mais cheias as represas, mais interessantes para o consórcio. Interesse comercial, nada mais do que isso.

Viomundo – Quer dizer que as águas das barragens do Alto Tietê estão privatizadas?

José Arraes – Sim. As empresas do consórcio fazem a conservação das barragens e a intermediação com a necessidade da Sabesp que a trata e remete para a população. Logo, para o consórcio de empresas, quanto mais cheias estiverem as barragens, mais água fornece para a Sabesp. Mais ganhos financeiros, portanto.

Viomundo – Qual das três hipóteses é a mais provável?

José Arraes – Talvez a combinação das três. Cabe ao Ministério Público investigar. O fato é que as barragens do Alto Tietê estão excessivamente cheias e as comportas estão sendo abertas, contribuindo com as inundações em toda a calha do rio até a região do Pantanal.

Viomundo – Quantas barragens há no Sistema Alto Tietê?

José Arraes – Temos cinco: Paraitinga, Biritiba-Mirim, Ponte Nova, Jundiaí e Taiaçubepa, onde existe também uma estação de tratamento de água da Sabesp. As barragens são como caixas d’água para a cidade de São Paulo.

Viomundo – Qual a capacidade de cada uma?

José Arraes – A de Paraitinga [município de Salesópolis], tem capacidade para 37 milhões de metros cúbicos, e está com 92% da sua capacidade. A de Biritiba-Mirim [no município do mesmo nome], 35 milhões de metros cúbicos, está com 94%. A de Jundiaí [fica em Mogi das Cruzes], 84 milhões de metros cúbicos e 97% de cheia. A de Ponte Nova, 300 milhões de metros cúbicos; está com 73%. A de Taiaçubepa [entre Mogi das Cruzes e Suzano] tem capacidade para 82 milhões de metros cúbicos, está com 73% de cheia.

Viomundo – Quais estão soltando água?

José Arraes – Todas. No sábado, 23 de janeiro, a de Paraitinga estava vazando 5m³/ A de Jundiaí, 2m³/s. Biritiba-Mirim, 1m³/s. Taiaçupeba, 5m³/s. A de Ponte Nova, 0,5m³/s.

Viomundo – Mas as barragens normalmente liberam água o tempo todo?

José Arraes – Liberam, mas em pouquíssimas quantidades. É para o rio não perder as suas características. Em condições normais, liberam entre 0,5m³/s a 2 ou 3m³/s, no máximo.

Viomundo – Então quanto está sendo vazado?

José Arraes – Se você somar as vazões de Paraitinga, Taiaçupeba, Jundiaí e Biritiba-Mirim, são 12m³/s. É bem maior que os 10m³/s que a Sabesp está tratando em Taiaçupeba. É uma enormidade de água. Para você ter uma dimensão do volume, você abastece toda a cidade de Mogi, que tem 400 mil habitantes, com 3m³/s. E o mais complicado é que as barragens de Paraitinga, Biriba-Mirim, Jundiaí e Taiaçupeba vazam para rios afluentes diretos do rio Tietê. É por isso que o Pantanal está cheio. As águas vazadas já chegaram até aí. Se você libera pouca água no rio, não causa transtorno nenhum. Agora, o transtorno é liberar 5, 6, 12m³/s no rio. É água demais! Acrescida das quantidades das chuvas deste verão, piora a situação.

Viomundo – É preciso liberar as águas das barragens?

José Arraes – Agora, tem de abrir as comportas, não tem outro jeito, pois as barragens estão cheias e vão transbordar. O grande erro foi deixar as barragens acumularem tanta água antes das chuvas do verão. No momento, estão tendo de soltar muita água.

Viomundo – Ou seja, estão abrindo as comportas na época errada. Quando isso deveria ter começado?

José Arraes – O normal seria o vazamento controlado ter começado por volta de agosto, setembro, para que, agora, no verão, as barragens estivessem mais vazias para receber as águas das chuvas e não transbordar.

Viomundo – Não fizeram isso?

José Arraes – Não, não fizeram. Ou se fizeram, não foi corretamente. O fato é que as nossas barragens não poderiam chegar à época de chuvas com 90% da sua capacidade preenchida. De forma que o Pantanal provavelmente ainda vai ter muita enchente, porque as chuvas vão continuar. A Sabesp e o Daee não vão parar de vazar agora, pois há risco de essas barragens extravasarem e inundar toda a região de Mogi das Cruzes, Paraisópolis, Ferraz de Vasconcellos, Suzano, Biriti-Mirim e até São Paulo.

Viomundo – É verdade que essas barragens podem se romper se as comportas não são abertas?

José Arraes – Romper, eu não acredito. Mas poderiam extravasar, ou seja, passar por cima da barragem. Se isso acontecer, você pode perder o controle da vazão. Diferentemente de quando você abre as comportas e limita a vazão do quanto é necessário. Por isso, a nossa preocupação é também com o extravasamento dessas barragens. Elas podem encher tanto que a água começará a passar por cima dos vertedouros. Isso é perigoso. Se vier a acontecer, as águas chegariam fatalmente a São Paulo.

Viomundo – A Sabesp alega que as barragens foram mantidas cheias, por causa do risco de estiagem em 2009. Há também quem diga que não se poderia ter bola de cristal para prever as chuvas dos últimos dias.

José Arraes – Balela. A Sabesp e principalmente o Daee têm o registro das chuvas dos últimos 20, 30 anos. Todos sabem que são cíclicas. De cinco em cinco, de dez em dez anos, há um período de chuvas mais fortes. Então a Sabesp e o Daee deveriam ter se prevenido há muito mais tempo. Eu acho que não tem perdão para o que está acontecendo. É falta de gerenciamento mesmo.

Viomundo – Com que volume as barragens deveriam ter entrado na estação chuvosa?

José Arraes – Do jeito que está chovendo este ano, elas deveriam estar bem baixas. Questão de prevenção. Há cálculos matemáticos para se estabelecer esses níveis, mas eu não saberia fazê-los e te dizer quanto.

Viomundo – Será que pensaram que São Pedro fosse dar uma mãozinha para São Paulo?

José Arraes – Como poderiam aguardar a ajuda de São Pedro, se a Sabesp e o Daee sabem que chove bastante de períodos em períodos. Foi uma grande irresponsabilidade.

Viomundo – A Sabesp e o Daee só se preocuparam com o abastecimento de água e se descuidaram das enchentes?

José Arraes – Aparentemente é o que aconteceu. Lembre-se de que a água tratada gera lucro.

Viomundo – A região do Pantanal encheu, de novo, de repente, a partir do sábado no final da tarde. Para isso ter ocorrido no sábado, quando as comportas começaram a ser abertas?

José Arraes – O dia exato eu não saberia dizer, mas foi mais ou menos há 20 dias. Foi mais ou menos quando o governador José Serra noticiou que havia autorizado a abertura das comportas.

Viomundo – Demora tanto tempo para chegar aqui embaixo, na capital, na região do Pantanal?

José Arraes – Demora. Não é imediatamente. O Tietê é um rio de planície, não tem velocidade e correnteza. Tem uma vazão muito pequena. Quando são abertas as comportas, as águas demoram mais ou menos 10 a 15 dias para chegar a São Paulo, dependendo ainda do assoreamento do rio. O fato é que as comportas já estão abertas há vários dias.

Viomundo – Conversei com várias lideranças comunitárias sobre isso. Nenhuma foi comunicada da abertura das comportas. Segundo Ronaldo Delfino, do Pantanal, talvez a Defesa Civil também não tenha sido alertada, pois muitos moradores acionaram-na e não foram socorridos. Ligavam, ligavam, ligavam, só dava ocupado, “como se o telefone estivesse fora do gancho”.

José Arraes – Infelizmente, em geral, as populações não são comunicadas com antecedência. São alertadas pela televisão, mas só DEPOIS. É um erro muito grave, que pode custar vidas.

Viomundo – Pelo noticiário, as chuvas dos últimos dias são apontadas pelas autoridades como as responsáveis pela nova e maior inundação do Pantanal. O que o senhor acha?

José Arraes – As chuvas podem até ter contribuído, mas a causa mais importante dessa nova inundação é que as barragens do sistema do Alto Tietê estão vazando água. E como Tietê está assoreado, o rio extravasa, inundando a várzea.

Viomundo -- Reportagem publicada pelo Viomundo denunciou que o Tietê da barragem da Penha até o Cebolão pode ter ficado sem ser desassoreado em 2006, 2007 e 2008 (até outubro) e contribuído para as enchentes históricas de 8 de setembro e 8 de dezembro? Como está o rio acima da barragem da Penha?

José Arraes – De Biritiba-Mirim até barragem da Penha está um horror, todo assoreado. Há muitos anos não são retirados os resíduos acumulados no fundo do Tietê. São mais ou menos uns 70 quilômetros de extensão. É um Deus nos acuda tentar convencer os órgãos do governo do Estado de que é preciso desassorear o rio.

Viomundo – O que fazer agora?

José Arraes – O que o Daee e a Sabesp estão fazendo é fruto de uma irresponsabilidade total. Nós temos denunciado isso, mas a nossa voz ainda é muito incipiente. Até as autoridades do governo do Estado levarem em consideração o que dissemos mais inundações ocorrerão, mais pessoas perderão pertences, algumas até a própria vida. O único caminho que nós temos é denunciar ao Ministério Público do Estado. Se for o caso, até ao Ministério Público Federal. É, insisto, o nosso único caminho.


Fonte:Vi o Mundo

Lula: Brasil provou que melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza


O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) representou nesta sexta-feira (29)o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Amorim recebeu no lugar de Lula a distinção de Estadista Global e leu o discurso do presidente brasileiro.

Na mensagem, o presidente brasileiro tratou da necessidade de mudanças na economia global, para evitar novas crises, e de esforços mais fortes pela preservação do meio ambiente. O discurso também descreveu os avanços obtidos pelo Brasil nos últimos anos, que permitiram uma recuperação rápida em meio à turbulência global, na avaliação do presidente.

"O Brasil provou aos céticos que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza." Ele avalia que o olhar para o Brasil hoje é muito diferente do que há sete anos, quando esteve pela primeira vez em Davos, logo que chegou ao poder. Havia dúvida sobre o operário sem diploma universitário, vindo da esquerda sindical. No discurso de 2003, Lula frisou que era necessário construir uma nova ordem econômica internacional. "Sete anos depois posso olhar nos olhos de cada um de vocês e do meu povo e dizer que o Brasil fez a sua parte", diz a mensagem lida por Amorim. "Ainda precisamos avançar muito, mas ninguém pode negar que o Brasil melhorou."

Ele lembrou que 20 milhões de pessoas saíram do estágio de pobreza absoluta, enquanto o País reduziu o endividamento externo e se tornou credor do FMI. Para Lula, o Brasil caminha para se tornar a quinta economia mundial. O discurso também trouxe críticas ao capitalismo financeiro e a defesa do papel do Estado na economia. O presidente avalia que o principal fator que ajudou o Brasil no combate à crise foi o modelo econômico de incentivo ao crédito e ao consumo e de redução de impostos, reforçado durante a turbulência. Lula, conforme as palavras lidas por Amorim, pediu uma mudança profunda na ordem econômica, de forma a privilegiar a produção e não a especulação.

Segundo ele, os governos devem recuperar o seu papel original, que é o papel de governar. "É hora de reinventar o mundo e suas instituições." O presidente brasileiro também mandou uma mensagem de frustração com o cenário mundial. "Os desafios do mundo são maiores que os enfrentados pelo Brasil. O mundo precisa de mudanças mais profundas e complexas."

Segundo ele, Copenhague foi um exemplo, já que a humanidade perdeu uma oportunidade de avançar na preservação ao meio ambiente. "Espero que cheguemos com espíritos desarmados (na próxima reunião) no México".

O prêmio "Estadista Global", concedido pela primeira vez pelo Fórum Econômico Mundial, foi entregue pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan ao ministro Amorim, que representou Lula. A cerimônia foi encerrada há instantes.

Leia abaixo a íntegra do discurso:

"Minhas senhoras e meus senhores,

Em primeiro lugar, agradeço o prêmio "Estadista Global" que vocês estão me concedendo.

Nos últimos meses, tenho recebido alguns dos prêmios e títulos mais importantes da minha vida.

Com toda sinceridade, sei que não é exatamente a mim que estão premiando - mas ao Brasil e ao esforço do povo brasileiro. Isso me deixa ainda mais feliz e honrado.

Recebo este prêmio, portanto, em nome do Brasil e do povo do meu país. Este prêmio nos alegra, mas, especialmente, nos alerta para a grande responsabilidade que temos.

Ele aumenta minha responsabilidade como governante, e a responsabilidade do meu país como ator cada vez mais ativo e presente no cenário mundial.

Tenho visto, em várias publicações internacionais, que o Brasil está na moda. Permitam-me dizer que se trata de um termo simpático, porém inapropriado.

O modismo é coisa fugaz, passageira. E o Brasil quer e será ator permanente no cenário do novo mundo.

O Brasil, porém, não quer ser um destaque novo em um mundo velho. A voz brasileira quer proclamar, em alto e bom som, que é possível construir um mundo novo.

O Brasil quer ajudar a construir este novo mundo, que todos nós sabemos, não apenas é possível, mas dramaticamente necessário, como ficou claro, na recente crise financeira internacional – mesmo para os que não gostam de mudanças.

Meus senhores e minhas senhoras,

O olhar do mundo hoje, para o Brasil, é muito diferente daquele, de sete anos atrás, quando estive pela primeira vez em Davos.

Naquela época, sentíamos que o mundo nos olhava mais com dúvida do que esperança. O mundo temia pelo futuro do Brasil, porque não sabia o rumo exato que nosso país tomaria sob a liderança de um operário, sem diploma universitário, nascido politicamente no seio da esquerda sindical.

Meu olhar para o mundo, na época, era o contrário do que o mundo tinha para o Brasil. Eu acreditava, que assim como o Brasil estava mudando, o mundo também pudesse mudar.

No meu discurso de 2003, eu disse, aqui em Davos, que o Brasil iria trabalhar para reduzir as disparidades econômicas e sociais, aprofundar a democracia política, garantir as liberdades públicas e promover, ativamente, os direitos humanos.

Iria, ao mesmo tempo, lutar para acabar sua dependência das instituições internacionais de crédito e buscar uma inserção mais ativa e soberana na comunidade das nações.

Frisei, entre outras coisas, a necessidade de construção de uma nova ordem econômica internacional, mais justa e democrática.

E comentei que a construção desta nova ordem não seria apenas um ato de generosidade, mas, principalmente, uma atitude de inteligência política.

Ponderei ainda que a paz não era só um objetivo moral, mas um imperativo de racionalidade. E que não bastava apenas proclamar os valores do humanismo. Era necessário fazer com que eles prevalecessem, verdadeiramente, nas relações entre os países e os povos.

Sete anos depois, eu posso olhar nos olhos de cada um de vocês – e, mais que isso, nos olhos do meu povo – e dizer que o Brasil, mesmo com todas as dificuldades, fez a sua parte. Fez o que prometeu.

Neste período, 31 milhões de brasileiros entraram na classe média e 20 milhões saíram do estágio de pobreza absoluta. Pagamos toda nossa dívida externa e hoje, em lugar de sermos devedores, somos credores do FMI.

Nossas reservas internacionais pularam de 38 bilhões para cerca de 240 bilhões de dólares. Temos fronteiras com 10 países e não nos envolvemos em um só conflito com nossos vizinhos. Diminuímos, consideravelmente, as agressões ao meio ambiente. Temos e estamos consolidando uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, e estamos caminhando para nos tornar a quinta economia mundial.

Posso dizer, com humildade e realismo, que ainda precisamos avançar muito. Mas ninguém pode negar que o Brasil melhorou.

O fato é que Brasil não apenas venceu o desafio de crescer economicamente e incluir socialmente, como provou, aos céticos, que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza.

Historicamente, quase todos governantes brasileiros governaram apenas para um terço da população. Para eles, o resto era peso, estorvo, carga.

Falavam em arrumar a casa. Mas como é possível arrumar um país deixando dois terços de sua população fora dos benefícios do progresso e da civilização?

Alguma casa fica de pé, se o pai e a mãe relegam ao abandono os filhos mais fracos, e concentram toda atenção nos filhos mais fortes e mais bem aquinhoados pela sorte?

É claro que não. Uma casa assim será uma casa frágil, dividida pelo ressentimento e pela insegurança, onde os irmãos se vêem como inimigos e não como membros da mesma família.

Nós concluímos o contrário: que só havia sentido em governar, se fosse governar para todos. E mostramos que aquilo que, tradicionalmente, era considerado estorvo, era, na verdade, força, reserva, energia para crescer.

Incorporar os mais fracos e os mais necessitados à economia e às políticas públicas não era apenas algo moralmente correto. Era, também, politicamente indispensável e economicamente acertado. Porque só arrumam a casa, o pai e a mãe que olham para todos, não deixam que os mais fortes esbulhem os mais fracos, nem aceitam que os mais fracos conformem-se com a submissão e com a injustiça. Uma casa só é forte quando é de todos – e nela todos encontram abrigo, oportunidades e esperanças.

Por isso, apostamos na ampliação do mercado interno e no aproveitamento de todas as nossas potencialidades. Hoje, há mais Brasil para mais brasileiros. Com isso, fortalecemos a economia, ampliamos a qualidade de vida do nosso povo, reforçamos a democracia, aumentamos nossa auto-estima e amplificamos nossa voz no mundo.

Minhas senhoras e meus senhores,

O que aconteceu com o mundo nos últimos sete anos? Podemos dizer que o mundo, igual ao Brasil, também melhorou?

Não faço esta pergunta com soberba. Nem para provocar comparações vantajosas em favor do Brasil.

Faço esta pergunta com humildade, como cidadão do mundo, que tem sua parcela de responsabilidade no que sucedeu – e no que possa vir a suceder com a humanidade e com o nosso planeta.

Pergunto: podemos dizer que, nos últimos sete anos, o mundo caminhou no rumo da diminuição das desigualdades, das guerras, dos conflitos, das tragédias e da pobreza?

Podemos dizer que caminhou, mais vigorosamente, em direção a um modelo de respeito ao ser humano e ao meio ambiente?

Podemos dizer que interrompeu a marcha da insensatez, que tantas vezes parece nos encaminhar para o abismo social, para o abismo ambiental, para o abismo político e para o abismo moral?

Posso imaginar a resposta sincera que sai do coração de cada um de vocês, porque sinto a mesma perplexidade e a mesma frustração com o mundo em que vivemos.

E nós todos, sem exceção, temos uma parcela de responsabilidade nisso tudo.

Nos últimos anos, continuamos sacudidos por guerras absurdas. Continuamos destruindo o meio-ambiente. Continuamos assistindo, com compaixão hipócrita, a miséria e a morte assumirem proporções dantescas na África. Continuamos vendo, passivamente, aumentar os campos de refugiados pelo mundo afora.

E vimos, com susto e medo, mas sem que a lição tenha sido corretamente aprendida, para onde a especulação financeira pode nos levar.

Sim, porque continuam muitos dos terríveis efeitos da crise financeira internacional, e não vemos nenhum sinal, mais concreto, de que esta crise tenha servido para que repensássemos a ordem econômica mundial, seus métodos, sua pobre ética e seus processos anacrônicos.

Pergunto: quantas crises serão necessárias para mudarmos de atitude? Quantas hecatombes financeiras teremos condições de suportar até que decidamos fazer o óbvio e o mais correto?

Quantos graus de aquecimento global, quanto degelo, quanto desmatamento e desequilíbrios ecológicos serão necessários para que tomemos a firme decisão de salvar o planeta?

Meus senhores e minhas senhoras,

Vendo os efeitos pavorosos da tragédia do Haiti, também pergunto: quantos Haitis serão necessários para que deixemos de buscar remédios tardios e soluções improvisadas, ao calor do remorso?

Todos nós sabemos que a tragédia do Haiti foi causada por dois tipos de terremotos: o que sacudiu Porto Príncipe, no início deste mês, com a força de 30 bombas atômicas, e o outro, lento e silencioso, que vem corroendo suas entranhas há alguns séculos.

Para este outro terremoto, o mundo fechou os olhos e os ouvidos. Como continua de olhos e ouvidos fechados para o terremoto silencioso que destrói comunidades inteiras na África, na Ásia, na Europa Oriental e nos países mais pobres das Américas.

Será necessário que o terremoto social traga seu epicentro para as grandes metrópoles européias e norte-americanas para que possamos tomar soluções mais definitivas?

Um antigo presidente brasileiro dizia, do alto de sua aristocrática arrogância, que a questão social era uma questão de polícia.

Será que não é isso que, de forma sutil e sofisticada, muitos países ricos dizem até hoje, quando perseguem, reprimem e discriminam os imigrantes, quando insistem num jogo em que tantos perdem e só poucos ganham?

Por que não fazermos um jogo em que todos possam ganhar, mesmo que em quantidades diversas, mas que ninguém perca no essencial?

O que existe de impossível nisso? Por que não caminharmos nessa direção, de forma consciente e deliberada e não empurrados por crises, por guerras e por tragédias? Será que a humanidade só pode aprender pelo caminho do sofrimento e do rugir de forças descontroladas?

Outro mundo e outro caminho são possíveis. Basta que queiramos. E precisamos fazer isso enquanto é tempo.





Meus senhores e minhas senhoras,



Gostaria de repetir que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. Esta também é uma das melhores receitas para a paz. E aprendemos, no ano passado, que é também um poderoso escudo contra crise.

Esta lição que o Brasil aprendeu, vale para qualquer parte do mundo, rica ou pobre.

Isso significa ampliar oportunidades, aumentar a produtividade, ampliar mercado e fortalecer a economia. Isso significa mudar as mentalidades e as relações. Isso significa criar fábricas de emprego e de cidadania.

Só fomos bem sucedidos nessas tarefas porque recuperamos o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e não nos deixamos aprisionar em armadilhas teóricas – ou políticas – equivocadas sobre o verdadeiro papel do estado.

Nos últimos sete anos, o Brasil criou quase 12 milhões de empregos formais. Em 2009, quando a maioria dos países viu diminuir os postos de trabalhos, tivemos um saldo positivo de cerca de um milhão de novos empregos.

O Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair. Por que? Porque tínhamos reorganizado a economia com fundamentos sólidos, com base no crescimento, na estabilidade, na produtividade, num sistema financeiro saudável, no acesso ao crédito e na inclusão social.

E quando os efeitos da crise começaram a nos alcançar, reforçamos, sem titubear, os fundamentos do nosso modelo e demos ênfase à ampliação do crédito, à redução de impostos e ao estímulo do consumo.

Na crise ficou provado, mais uma vez, que são os pequenos que estão construindo a economia de gigante do Brasil.

Este talvez seja o principal motivo do sucesso do Brasil: acreditar e apoiar o povo, os mais fracos e os pequenos. Na verdade, não estamos inventando a roda. Foi com esta força motriz que Roosevelt recuperou a economia americana depois da grande crise de 1929. E foi com ela que o Brasil venceu preventivamente a última crise internacional.

Mas, nos últimos sete anos, nunca agimos de forma improvisada. A gente sabia para onde queria caminhar. Organizamos a economia sem bravatas e sem sustos, mas com um foco muito claro: crescer com estabilidade e com inclusão.

Implantamos o maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família, que hoje beneficia mais de 12 milhões de famílias. E lançamos, ao mesmo tempo, o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, maior conjunto de obras simultâneas nas áreas de infra-estrutura e logística da história do país, no qual já foram investidos 213 bilhões de dólares e que alcançará, no final do ano de 2010, um montante de 343 bilhões.

Volto ao ponto central: estivemos sempre atentos às politicas macro-econômicas, mas jamais nos limitamos às grandes linhas. Tivemos a obsessão de destravar a máquina da economia, sempre olhando para os mais necessitados, aumentando o poder de compra e o acesso ao crédito da maioria dos brasileiros.

Criamos, por exemplo, grandes programas de infra-estrutura social voltados exclusivamente para as camadas mais pobres. É o caso do programa Luz para Todos, que levou energia elétrica, no campo, para 12 milhões de pessoas e se mostrou um grande propulsor de bem estar e um forte ativador da economia.

Por exemplo: para levar energia elétrica a 2 milhões e 200 mil residências rurais, utilizamos 906 mil quilômetros de cabo, o suficiente para dar 21 voltas em torno do planeta Terra. Em contrapartida, estas famílias que passaram a ter energia elétrica em suas casas, compraram 1,5 milhão de televisores, 1,4 milhão de geladeiras e quantidades enormes de outros equipamentos.

As diversas linhas de microcrédito que criamos, seja para a produção, seja para o consumo, tiveram igualmente grande efeito multiplicador. E ensinaram aos capitalistas brasileiros que não existe capitalismo sem crédito.

Para que vocês tenham uma idéia, apenas com a modalidade de "crédito consignado", que tem como garantia o contracheque dos trabalhadores e aposentados, chegamos a fazer girar na economia mais 100 bilhões de reais por mês. As pessoas tomam empréstimos de 50 dólares, 80 dólares para comprar roupas, material escolar, etc, e isto ajuda ativar profundamente a economia.

Minhas senhoras e meus senhores,

Os desafios enfrentados, agora, pelo mundo são muito maiores do que os enfrentados pelo Brasil.

Com mudanças de prioridades e rearranjos de modelos, o governo brasileiro está conseguindo impor um novo ritmo de desenvolvimento ao nosso país.

O mundo, porém, necessita de mudanças mais profundas e mais complexas. E elas ficarão ainda mais difíceis quanto mais tempo deixarmos passar e quanto mais oportunidades jogarmos fora.

O encontro do clima, em Copenhague, é um exemplo disso. Ali a humanidade perdeu uma grande oportunidade de avançar, com rapidez, em defesa do meio-ambiente.

Por isso cobramos que cheguemos com o espírito desarmado, no próximo encontro, no México, e que encontremos saídas concretas para o grave problema do aquecimento global.

A crise financeira também mostrou que é preciso uma mudança profunda na ordem econômica, que privilegie a produção e não a especulação.

Um modelo, como todos sabem, onde o sistema financeiro esteja a serviço do setor produtivo e onde haja regulações claras para evitar riscos absurdos e excessivos.

Mas tudo isso são sintomas de uma crise mais profunda, e da necessidade de o mundo encontrar um novo caminho, livre dos velhos modelos e das velhas ideologias.

É hora de re-inventarmos o mundo e suas instituições. Por que ficarmos atrelados a modelos gestados em tempos e realidades tão diversas das que vivemos? O mundo tem que recuperar sua capacidade de criar e de sonhar.

Não podemos retardar soluções que apontam para uma melhor governança mundial, onde governos e nações trabalhem em favor de toda a humanidade.

Precisamos de um novo papel para os governos. E digo que, paradoxalmente, este novo papel é o mais antigo deles: é a recuperação do papel de governar.

Nós fomos eleitos para governar e temos que governar. Mas temos que governar com criatividade e justiça. E fazer isso já, antes que seja tarde.

Não sou apocalíptico, nem estou anunciando o fim do mundo. Estou lançando um brado de otimismo. E dizendo que, mais que nunca, temos nossos destinos em nossas mãos.

E toda vez que mãos humanas misturam sonho, criatividade, amor, coragem e justiça elas conseguem realizar a tarefa divina de construir um novo mundo e uma nova humanidade.

Muito obrigado."

PT, com agências