O resultado das eleições presidenciais no Chile tem sido apregoado como uma prévia das eleições brasileiras. Setores conservadores têm feito de tudo para passar a impressão de que os resultados aqui podem ser iguais, que a popularidade não se transfere e coisas assim. É como comparar água e vinho. A grande mídia tem tentado medir realidades diferentes, que no caso nem semelhantes são, no sentido de igualá-las, para tentar adaptar a realidade aos seus interesses.
Por Renato Rabelo*, em seu blog
Não há como comparar a Concertación chilena com a coalizão que apóia o presidente Lula.
A Aliança chilena foi construída para enfrentar o desafio de redemocratizar o país após a barbárie de Pinochet, e há 20 anos eles têm estado à frente do governo. Os dois principais partidos da Concertación adotaram um sistema de rodízio, onde alternam o lançamento de suas candidaturas. A candidatura do ex-presidente Frei seguiu esta lógica.
Não existe nenhuma semelhança com os sete anos de governo do presidente Lula. No Brasil, o presidente escolheu e luta por uma candidata de seu partido.
No Chile existe um acordo tácito, de que os presidentes não se envolvem nas campanhas. Aqui não é assim, o apoio de Lula é público e notório. Segundo ele mesmo, ele será o cabo eleitoral número um de Dilma Rousseff.
No Chile o voto é facultativo, e nesta eleição pouco mais de 51% dos eleitores votaram. Isso fez com que o candidato que venceu tenha sido escolhido por pouco mais de 25% da população.
No Brasil, onde o voto é obrigatório, a participação em todos os pleitos tem sido grande.
Nós podemos analisar o resultado chileno à luz do desgaste natural de 20 anos de governo da Concertación, de uma certa acomodação e um discurso centrista, que serviu de argumento para que a direita confundisse o eleitorado, ou mesmo sob a ótica do lançamento de outra candidatura do campo de centro-esquerda.
Mas utilizar este resultado para prever as condições políticas no Brasil daqui a nove meses é pura desonestidade.
* Renato Rabelo é presidente nacional do PCdoB
Por Renato Rabelo*, em seu blog
Não há como comparar a Concertación chilena com a coalizão que apóia o presidente Lula.
A Aliança chilena foi construída para enfrentar o desafio de redemocratizar o país após a barbárie de Pinochet, e há 20 anos eles têm estado à frente do governo. Os dois principais partidos da Concertación adotaram um sistema de rodízio, onde alternam o lançamento de suas candidaturas. A candidatura do ex-presidente Frei seguiu esta lógica.
Não existe nenhuma semelhança com os sete anos de governo do presidente Lula. No Brasil, o presidente escolheu e luta por uma candidata de seu partido.
No Chile existe um acordo tácito, de que os presidentes não se envolvem nas campanhas. Aqui não é assim, o apoio de Lula é público e notório. Segundo ele mesmo, ele será o cabo eleitoral número um de Dilma Rousseff.
No Chile o voto é facultativo, e nesta eleição pouco mais de 51% dos eleitores votaram. Isso fez com que o candidato que venceu tenha sido escolhido por pouco mais de 25% da população.
No Brasil, onde o voto é obrigatório, a participação em todos os pleitos tem sido grande.
Nós podemos analisar o resultado chileno à luz do desgaste natural de 20 anos de governo da Concertación, de uma certa acomodação e um discurso centrista, que serviu de argumento para que a direita confundisse o eleitorado, ou mesmo sob a ótica do lançamento de outra candidatura do campo de centro-esquerda.
Mas utilizar este resultado para prever as condições políticas no Brasil daqui a nove meses é pura desonestidade.
* Renato Rabelo é presidente nacional do PCdoB
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