O assunto é sério.
Gravíssimo. E é hora de todo cidadão honesto ficar alerta. Os barões da mídia se
uniram para que uma CPI não passe a limpo as relações criminosas do bicheiro
Cachoeira e parte da chamada grande imprensa brasileira, principalmente a
revista Veja.
O País não pode perder
essa oportunidade de desmascarar aqueles que toda semana tentam mostrar nas
bancas que são os reis da honestidade. Falam de ética, mas agem como traficantes
da informação. Investigações da Polícia Federal já revelaram que a Veja, revista
da família Civita, agiu como porta-voz do bicheiro, preso desde o final de
fevereiro, e manteve com ele uma clara troca de favores.
A relação fere, no
mínimo, qualquer princípio do bom jornalismo. Evidências mostram que a Veja se
submeteu aos interesses do crime organizado, jogou a favor de um determinado
grupo político por interesses desconhecidos e usou informações obtidas de forma
ilegal para atacar seus inimigos.
O diretor de jornalismo
da Veja em Brasília virou confidente, amigo íntimo, do bicheiro Cachoeira e de
sua turma, envolvidos até o pescoço com ações criminosas, como provam as
centenas de ligações grampeadas com autorização judicial. Eles escolhiam até em
qual parte da revista a informação "denunciada" seria publicada.
Quando as denúncias
contra o senador Demóstenes Torres e seus negócios com o bicheiro Cachoeira
ameaçavam trazer à tona toda sujeira, a revista dos Civita preferiu dedicar uma
capa ao Santo Sudário. Bem diferente da cobertura dedicada ao Mensalão, que
mereceu 27 capas desde maio de 2005. Repito: 27. Vinte e sete. No dia 18 de
abril até ensaiaram tocar no assunto como matéria principal, mas fizeram com a
palavra MENSALÃO impressa assim, em letras garrafais em meio a uma cortina de
fumaça. Coisa que a Editora Abril parece conhecer bem.
Globo e Folha de S.
Paulo fazem barricada para proteger Veja. É de dar calafrios quando essa turma
se une. Onde estão as reportagens no Jornal Nacional citando a revista e a
editora abertamente? Onde se escondeu o jornalismo "plural e independente" da
Folha?
Querem proteger os que
praticam um crime.
Na edição desta semana,
a Veja tenta intimidar os parlamentares que podem investigar as ligações de
Cachoeira com a revista. “Vou explodir”, avisa Cachoeira da prisão, de acordo
com uma chamada no alto da capa. Em entrevista a revista, Andressa Mendonça,
mulher do contraventor, diz que o marido pode revelar tudo o que sabe. E agora,
Veja?
O mais importante agora
é ver a coragem dos parlamentares para levar de fato Roberto Civita, o dono da
Veja, a sentar-se em uma das cadeiras da CPI e encarar as perguntas daqueles que
estão lá como representantes do povo. O mesmo povo que a Veja tenta enganar
todos os fins de semana.
Por Marco Antonio Araujo, no blog O Provocador
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