Previsão do escritor Fareed Zakaria, amigo e guru do presidente Barack Obama, se confirma; em lugar da hegemonia dos Estados Unidos, o que se vê é a ascensão do multilateralismo; ex-presidente Lula posta vídeos sobre política externa, na véspera de seminário do PT sobre o tema; "Assumi o País com 107 bihões de fluxo comercial e deixei a presidência com 482 bilhões de negócios entre o Brasil e o mundo", assinalou; "Valeu a pena fazer uma política externa agressiva. O multilaterialismo prevaleceu"; eleição do brasileiro Roberto Azevêdo para a OMC, semana passada, é mais um elemento de confirmação; assista aqui aos vídeos de Lula
Brasil-247-Em sua página no Facebook, o
ex-presidente Lula postou um depoimento em vídeo sobre sua maneira de praticar
política externa no período em que esteve no governo. O acento está no
multilateralismo, termo empregado para definir a diplomacia feita não apenas na
órbita das relações políticas e comerciais com os Estados Unidos e a Europa,
mas de múltiplas relações.
Ao final do vídeo postado na
manhã desta segunda-feira 13, dividido em cinco pequenos capítulos, Lula dá um
número objetivo: "O fluxo comercial do Brasil quando eu assumi a
presidência era de 107 bilhões de dólares", lembra. "Quando deixei a
presidência foi de US$ 482 bilhões. Valeu a pena acreditar numa política externa
agressiva, multilateral".
Principal agente mundial e
antecipador do que o escritor americano Fareed Zakaria, amigo e guru do
presidente Barack Obama para assuntos de política externa, batizou de Mundo
Pós-Americano em seu livro sobre multilateralismo, Lula explica em poucas
palavras sua estratégia internacional:
- Se você ler o meu discurso
de posse, vai descobrir que estava na minha cabeça o multilateralismo, 'tava'
na minha cabeça fortalecer a relação Sul-Sul e 'tava' na minha cabeça ter uma
relação prioritária com o continente africano e América do Sul e América
Latina".
No livro O Mundo
Pós-Americano, Zakaria aponta para a tendência do fortalecimento das relações
Sul-Sul em detrimento do centralismo dos Estados Unidos como protagonista do
comércio exterior. Conselheiro
No vídeo, Lula continuou em
seu estilo:
- A relação humana você não
faz por e-mail. A relação política você não faz por fax ou telefone. Uma
relação política é como amor. É uma coisa química. Ou você sente uma interação
entre dois seres, entre dois objetos, ou não sente.
Ele se referia à importância
do contato pessoal entre chefes de nações. Lula defendeu sua prática de que
outros presidentes o vissem "como companheiro e eu os visse como
companheiros". Para Lula, o Ministério dos Desenvolvimento e Comércio Exterior
trabalhou, em seu governo, como "um mascate":
- Estava tudo acomodado,
tudo dependente do que os Estados Unidos iria fazer. Eu tinha em mente que
quanto mais heterogênea, quanto mais multilateral fosse o relacionamento do
Brasil, melhor.
Os vídeos de Lula são postados
na véspera de um seminário organizado pelo PT em Porto Alegre, amanhã, que
contará também com a presença da presidente Dilma Rousseff, sobre a política
externa dos governos Lula e Dilma. Para os petistas, não poderia ser melhor o
momento para esse debate. O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo foi eleito,
na semana passada, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, a poderosa
OMC, a partir do aumento da amplitude política dos relacionamentos do Brasil
com o mundo:
- A visão do multilateralismo
é a que está prevalecendo. Valeu a pena fazer uma política externa agressiva.
Um comentário:
Caro Terror, deixo aqui um outro vídeo como contribuição às suas reflexões. Sou grato. http://youtu.be/i2qv20s7t8U
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